UM AVÔ E NETO COM O MESMO NOME – RABINO ARIEH RAICHMAN

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 O Talmud nos diz que um anjo vem para os pais e sussurra o nome judaico que o novo bebê irá receber.

Portanto, qualquer que seja seu costume, desfrute seu nome judaico.

A Bíblia e o Talmud não contêm qualquer referência à proibição de nomear um bebê em honra a uma pessoa viva. De fato, exatamente o oposto, é evidente que Terach (pai de Abraham) nomeou seu filho Nachor, enquanto seu pai Nachor, ainda estava vivo. O Talmud registra um caso de uma mãe preocupada com a circuncisão de seu terceiro filho, cujo dois irmãos mais velhos faleceram após a circuncisão. Rav Natan deu um conselho sábio que se seguiu e que a criança viveu e foi chamada de “Natan HaBavli”. Um dos grandes sábios da Mishná, Raban Shimon Ben Gamliel, nomeou seu filho Gamliel – nome de seu pai – durante a vida de seu pai.

No entanto, na Europa Asquenazi o costume desenvolvido foi abster-se de nomear filhos com nomes de pessoas vivas. Uma das razões é que, quando a criança tem o mesmo nome que a pessoa mais velha, o anjo da morte pode, por engano, matar o mais jovem em vez do mais velho. Outra razão dada, é porque, de acordo com a lei judaica não é considerado o devido respeito chamar os pais pelo seu primeiro nome. Ao dar a uma criança o nome dos pais (avôs da criança) vivos geraria confusão e falta de respeito.

Para evitar tais erros, os ashkenazim simplesmente não nomeiam seus filhos com nomes de parentes vivos. Nunca houve uma lei rabínica oficial para tal proibição, é apenas um costume, que prevaleceu comparável a uma proibição rabínica.

Os sefaradim simplesmente nunca adotaram estes costumes. Eles seguem a tradição original em que estava totalmente permitido nomear filhos na honra de pessoas vivas. Na verdade, eles consideram o ato como uma forma de concessão de honra aos pais ou avós. O versículo em Mishlei (17:06) afirma: “Ateret Zekeinim Benei Banim” – “Os netos são a coroa dos avós”. Avós recebem muito orgulho e alegria ao ver seus netos e quando eles vêem os netos que carregam e perpetuam o seu nome, isso é particularmente gratificante.

O Talmud nos diz que um anjo vem para os pais e sussurra o nome judaico que o novo bebê irá receber. Portanto, qualquer que seja seu costume, desfrute seu nome judaico.

Shalom!


RABINO ARIEH RAICHMAN – Nasceu em Houston, Texas, e estudou em várias Yeshivot da Argentina, Brasil e Estados Unidos. Recebeu sua Smicha- Certificado de Rabino da Rabbinical College of America, e também é formado em Mohel. Desde 2009, juntamente com sua esposa e quatro filhos, é o emissário de Chabad em Manaus, Amazonas.

Fonte: Manews – chabadmanaus@gmail.com – Beit Chabad Manaus – www.chabadmanaus.com

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