EVA ALTERMAN BLAY RELANÇA O LIVRO “O BRASIL COMO DESTINO”

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Eva Alterman Blay, bacharel, mestre e doutora em Sociologia pela USP, professora titular, hoje aposentada, dessa universidade, relança dia 13 de março, às 19h30, na Livraria da Vila do Shopping Higienópolis, em São Paulo, o livro “O Brasil como Destino”. Desta feita, o bate-papo sobre a obra terá as presenças de Alberto Dines e Nancy Rosenchan e você também está convidado.

Eva recebeu inúmeros prêmios, especialmente por sua atuação na área da Sociologia das Relações de Gênero. Trabalhou na ONU, em Viena, como Interregional Adviser no Departamento de Assessoria à Mulher, e foi senadora da República.


Sobre o livro

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Os imigrantes judeus começaram a desembarcar no Brasil já no início do século 16, num movimento que prosseguiria até as primeiras décadas do século 20. A historiografia brasileira, porém, ignora sua existência: não há vestígios desses imigrantes nos livros escolares ou nos compêndios universitários. Nesta obra, a socióloga Eva Blay propõe-se resgatar essa longa trajetória. Ela reúne informações de pesquisa histórica e, de forma pouco usual, entrevistas com judeus que vivem no país.

O livro reproduz relatos de imigrantes provenientes de 17 países – a maioria da Europa Ocidental – e de diferentes classes sociais, questionando o estereótipo do judeu rico e bem sucedido. A autora reconstrói os cenários da imigração ao longo dos tempos. De onde vieram os judeus que escolheram o Brasil como destino? Como e onde viviam anteriormente? Por que vieram? Ela conta que nos primeiros tempos chegaram judeus expulsos de Portugal e Espanha no começo do século 16 e os que procuravam escapar da Inquisição. Ao longo dos séculos 18 e 19, desembarcaram os fugitivos dos pogroms, do serviço militar escravizante, da segregação. No século 20, viriam os fugitivos do nazismo.

No Brasil os imigrantes encontrariam situação incomparavelmente mais branda, segundo a autora, mas “cheia de armadilhas”. Para escapar à perseguição, muitos entre os primeiros que chegaram tornaram-se cristãos novos. E os que vieram mais tarde foram vítimas de preconceito. Humberto de Campos dá o tom da recepção aos fugitivos de Hitler, na coletânea “Os judeus na Alemanha no momento atual”, de 1933: “[…] poderão os judeus trazer para este lado do Atlântico a lei e o seu ouro. Nós possuímos, no céu e na terra lugar para o seu Deus e para o seu dinheiro. […] só encontrarão irmãos, desde que, está bem visto, não venham aumentar o número dos vendedores de móveis à prestação”.

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