QUAL É O SEGREDO PARA A FELICIDADE NO CASAMENTO? – RABINO KALMAN PACKOUZ

Rabino Kalman Pa


O amor tem de transcender o egoísmo para se perceber que a verdadeira e a maior felicidade vem de se beneficiar o cônjuge ao invés de usá-lo(a) como um meio para a sua própria gratificação. Para que isso aconteça, o comprometimento deve ser total.

Qual é o segredo para a felicidade no casamento? O meu querido amigo, Dr. Ron Goldstein, tem 3 dicas para os maridos que irão contribuir para harmonia no casamento. Se a esposa está chateadacom algo que ele fez, em primeiro lugar, ele deve admitir seu erro. E se não tiver certeza, é preferível errar para o lado da prudência e dizer: “Sim, querida.” Não pode haver discussões se a pessoa concorda com o seu cônjuge. Se isso não funcionar, o marido deve, então, oferecer seu pedido de desculpas: “Desculpe-me, querida”. Em geral isto ajuda porque toda pessoa acredita que ele ou ela tem razão e quer o reconhecimento dos outros, especialmente de seu cônjuge. E se sua esposa ainda assim estiver aborrecida, então ele deve explicar: “Eu sou apenas um homem” … na esperança de que irá despertar a compaixão natural e o perdão para aqueles que admitem o erro de seus caminhos. Todos nós somos imperfeitos. O marido, ao admitir que não é perfeito e que comete erros, pode atenuar o estado de irritação dela.

Na verdade, a felicidade conjugal começa muito antes, em com quem escolhemos como nossa(o) futura(o) esposa(o). Nosso Patriarca Avraham enviou seu servo, Eliezer, para sua longínqua cidade-natal de Haran para escolher uma esposa para seu filho, Ytschak. Por quê? Os habitantes de Canaã eram idólatras e o povo de Haran também era adorador de ídolos. O que Avraham estava procurando ao escolher uma nora do povo de Haran?

Avraham sabiam que os habitantes de seu local de origem eram criados com respeito pelas pessoas e ensinados a praticar atos de bondade. É verdade, eles podiam ser adoradores de ídolos, mas a educação pode corrigir ideologias errôneas. No entanto, traços de caráter são impregnados na mente da pessoa em uma idade muito precoce e são muito difíceis de serem mudados depois.

Há um versículo aparentemente estranho na Torá sobre amor e casamento. A Torá nos diz: “Ele (Ytschak) casou-se com Rivka, ela tornou-se sua esposa e ele a amou” (Gênesis 24:67). Não é a ordem ‘natural’ da vida que primeiro se ama uma pessoa e depois se casa com ela ou ele?

A Torá veio nos iluminar com uma brilhante perspectiva e discernimento: o verdadeiro amor se desenvolve depois de se fazer um comprometimento total com seu cônjuge. Amor é o prazer que se tem em focar sobre o que há de bom na outra pessoa. Com um compromisso total, a pessoa seguramente irá enxergar aquelas virtudes.

Todos queremos amor e procuramos alguém que nos fará felizes. O que se imagina muitas vezes como sendo amor não passa de uma paixão passageira e cega ou, na melhor das hipóteses, um amor egoísta. O que temos são duas pessoas egocêntricas procurando satisfazer a si próprias. Caso não haja um empenho total, se um cônjuge faz coisas que chateiam o outro ou se acha que existe alguém que pode beneficiá-lo(a) mais – em seguida há uma ruptura no relacionamento.

O amor tem de transcender o egoísmo para se perceber que a verdadeira e a maior felicidade vem de se beneficiar o cônjuge ao invés de usá-lo(a) como um meio para a sua própria gratificação. Para que isso aconteça, o comprometimento deve ser total.

O meu mestre, o Rabino Noah Weinberg, de abençoada memória, costumava comparar o compromisso com um cônjuge ao compromisso que a pessoa tem com a sua própria mão. Ninguém corta fora sua mão porque ela o desagradou. No entanto, há um momento em que terá que amputá-la – quando ela estiver com gangrena e ameaçando a sua vida.

Temos de compreender que o casamento é um meio e não um fim. Uma pessoa deprimida, desmotivada e isolada provavelmente será em seu casamento uma pessoa deprimida, desmotivada e isolada casada. A Torá nos ensina que Adão, o primeiro homem, completou-se ao casar com Eva (Hava): “O homem … deve se unir à sua esposa e os dois serão um só corpo” (Genesis. 2:25).

Todos precisam descobrir o que valorizam em suas vidas, o que querem da vida – e, em seguida, procurar por alguém que tenha as características corretas de bondade e verdade, e que tenham os mesmos valores.

Segundo a Torá, o propósito de um casamento é a criação de uma entidade que irá desenvolver seu relacionamento e proximidade com o Todo-poderoso – e para ter criar crianças a quem poderão transmitir o legado de um estilo de vida conforme a Torá.

Seja qual for sua meta, a pessoa deve escolher um cônjuge com bom caráter que tenha os seus mesmos valores e objetivos. Em seguida, com um empenho e comprometimento totais, existe esperanças para uma grande felicidade!


Pensamento: Cuidemos para que nossas palavras sejam sempre doces e suaves.Nunca se sabe quando teremos que engoli-las de volta !


RABINO KALMAN PACKOUZ – Da Aish Há Torá, é o criador do Meór Hashabat, boletim semanal com prédicas. Saiba mais.

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