O SHOW DE LANÇAMENTO DO CD RAIZES/ROOTS DE NICOLE BORGER

O CD é uma viagem musical sobre suas origens judaicas, que busca um diálogo com ritmos brasileiros

Muita gente prestigiou o show da cantora Nicole Borger no Teatro Anne Frank, na Hebraica de São Paulo, que teve a participação especial do cantor Claudio Goldman. Na ocasião foi lançado o CD Raizes/Roots, no qual Nicole interpreta canções antigas e contemporaneas do repertório yiddish, rearranjadas em uma variedade de estilos e ritmos brasileiros, com letras em português e em yiddish. Produzido por Frank London, membro da banda mundialmente conhecida, The Klezmatics, e premiada com o Grammy, este CD foi gravado em Nova York em 2014 e agora está sendo apresentado ao público brasileiro.

Nicole Borger estudou piano e canto, e cursou composição na Faculdade Santa Marcelina. Aos 15 anos, começou a dar aulas de música hebraica em escolas paulistas. Hoje é diretora-executiva do Instituto da Música Judaica/Brasil e produtora do Kleztival – Festival Internacional de Música Judaica, o maior evento do gênero no Brasil. Paralelamente à atividade artística, formou-se em Direito (PUC-SP) e passou a atuar na área fiscal, na qual tornou-se conhecida pela intensa defesa do direitos do contribuinte. Em seu primeiro CD Amar, Um Encontro com Florbela Espanca (2001), Nicole musicou poemas da portuguesa Florbela Espanca, em ritmos como jazz, bossa e tango. Na sequência lançou Singrar – Sailing Songs, (2005), Cantando Marias (2007), Klezmer4 (2009) e Klezmeriando (2011).

SOBRE O CD RAIZES/ROOTS

Existe um samba judaico? Ou um baião iídiche? Ou uma bossa-nova semita? Se depender da cantora e compositora paulistana Nicole Borger existem. Em seu sexto CD Raízes/Roots – Ekaterinoslav – New York – São Paulo’, ela mistura suas raízes musicais judaicas aos ritmos brasileiros. Não se trata de um tese antropológica mas, segundo a artista, “é uma forma de fazer um retrato da vida desse povo nômade, que se estabeleceu em diversas regiões do mundo, influenciou e foi influenciado por outras culturais e povos”. Nesse nomadismo, por exemplo, Pernambuco tem forte colônia judaica, com isso não seria absurdo encontrar um baião com tempero iídiche, diz Nicole.

Há desde canções populares como Abi Gezunt, do filme Little Mama (1938), recriado aqui em bossa nova até Batatas (Bubles), que tem um significado especial nessa história, como explica a cantora: “É uma música simples mas com ela queria mostrar a experiência do imigrante que chega ao Brasil e vê essas frutas diferentes, com esses cheiros, e ele está chegando da Europa, onde há fome e se come apenas batatas.”

A autoral Passarinho, é uma canção de ninar baseada no poema Shlof Mayn Feigele de Abraham Goldfaden (1840-1908). O arranjo evoca o fado, mostrando as raízes portuguesas da mãe de Nicole.
Apesar de todas as músicas serem cantadas em português, Nicole procurou incluir versos originais. “Queria ter pelo menos uma ou duas frases em iídiche para que as pessoas pudessem saber como soam aqueles sons no original”, diz ela.

Em Raízes/Roots, Nicole celebra a história que faz dela quem ela é. Mas ao fazê-lo, também dá voz ao desejo profundo do imigrante de encontrar o seu lugar na nova casa, sem esquecer de onde veio e do caminho percorrido.

243_hebraica_1_1Alegra Fedid, Nicole e Edy Borger

243_hebraica_1_2Nicole Borger e Claudio Goldman dividem o palco

243_hebraica_1_3Jacob e Ahuva Flit, Alan Blau, Nicole Borger, Paulo Simon, Helio Plapler, Wanda Simon, Rosita e Rachel Blau.

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