CONIB NO 21º ANIVERSÁRIO DO ATAQUE À AMIA

“Mais um ano sem verdade e sem justiça”, afirma o presidente da Conib, Fernando Lottenberg

245_especial_1_1Fernando Lottenberg, Yara Nisman e Ricardo Berkiensztat

Presente aos atos em Buenos Aires que lembram o 21º aniversário do atentado à entidade judaica AMIA, o presidente da Conib, Fernando Lottenberg, informou que milhares de pessoas pediram nas ruas providências ao governo argentino. “É mais ano sem verdade e sem justiça, agravado pela morte do promotor Alberto Nisman, que estava encarregado da investigação”.

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A comunidade judaica argentina prestou nesta sexta-feira (17 de julho) homenagem aos 85 mortos do maior atentado da história do país – à organização judaica AMIA -, que completa amanhã (18) 21 anos sem que nenhum responsável tenha sido punido – devido ao fato do dia exato do atentado cair no Shabat, o dia sagrado para os judeus, todos os eventos foram adiantados de um dia. Oito iranianos, incluindo o ex-ministro da Defesa Ahmad Vahidi, o ex-presidente Alí Rafsanjani (1989-1997) e o ex-conselheiro cultural na Argentina Moshen Rabbani, foram considerados culpados, mas nunca deportados.

Em janeiro de 2015, o promotor federal Alberto Nisman apareceu morto, um dia antes de denunciar formalmente a presidente Cristina Kirchner e aliados de seu governo por um suspeito pacto com o Irã para encobrir os autores do atentado, em troca de favorecimento comercial à Argentina.

Na esteira de impunidades, o ex-presidente Carlos Menem, acusado de envolvimento na ocultação de provas e de omissão na apuração de responsabilidades, foi proibido na quinta (16) de deixar a Argentina.

A Justiça diz ter provas de que os serviços de Inteligência do Estado e as forças de segurança encobriram e apagaram pistas para favorecer os cúmplices locais dos autores do atentado, durante o período em que Menem governou o país.

Os oradores do evento foram o tesoureiro da entidade, presidente da Federación de Comunidades Judías (Vaad Hakehilot) e candidato a presidente da DAIA, Ariel Cohen Sabban, e Mario Averbuch, pai de Yanina, uma das vítimas. A concentração foi organizada pela Asociación Mutual Israelita Argentina (AMIA), a Delegación de Asociaciones Israelitas Argentinas (DAIA) e familiares das vitimas,

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Ariel Palacios e Fernando Lottenberg

Na capital argentina, Lottenberg participou também de encontro promovido pelo Congresso Judaico Latino-Americano para debater o caso AMIA, a ameaça do ISIS e os novos desafios para as comunidades judaicas. O evento teve a participação, entre outros, do presidente executivo da Fisesp, Ricardo Berkiensztat, do jornalista Ariel Palacios, correspondente da GloboNews e do jornal O Estado de S. Paulo em Buenos Aires, e a Irmã María de Guadalupe Rodrigo, religiosa da Congregação do Verbo Encarnado, que fez um trabalho de quatro anos de evangelização em Aleppo, na Síria, e acompanhou a degradação do país e a perseguição aos cristãos.

O presidente do Congresso Judaico Latino-Americano (CJL), Jack Terpins, afirmou que ainda espera justiça, tanto no caso do atentado à AMIA como na morte do promotor Alberto Nisman. “A cada ano que passa, sentimos aumentar a frustração da comunidade judaica, mas não desistiremos”. E avalia: “Um grande problema é a bipolaridade da posição argentina, que, ora promete solucionar o caso, ora muda de atitude favorecendo o Irã”

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