VOCÊ SABE COMO ENXERGAR OS MAIS VELHOS? – RABINO KALMAN PACKOUZ

250_história_3_1Muitos de nós levam a vida como se fossem viver para sempre, com o foco no ‘aqui e agora’, em suas carreiras, em fazer dinheiro. Uma pessoa espirituosa certa vez disse: “Passamos a primeira parte de nossas vidas sacrificando a nossa saúde para ganhar dinheiro e a segunda, sacrificando o nosso dinheiro para recuperar a saúde”.


Uma das maiores bondades que o Todo-Poderoso deu à humanidade é que não vivemos para sempre. Sabendo que temos uma ‘data de expiração’ (e principalmente não sabendo quando é) e um prazo final (literalmente), isto é um lembrete constante para pensarmos sobre a vida. Se vivêssemos para sempre, sempre poderíamos postergar algo para amanhã … e depois para o dia seguinte … e depois … para sempre. A realidade da morte – e os demasiados e frequentes lembretes que recebemos, conforme aqueles que conhecemos e amamos se vão – esperançosamente nos relembrará de levarmos a vida a sério e usá-la bem para sermos tudo o que podemos ser.

Muitos de nós levam a vida como se fossem viver para sempre, com o foco no ‘aqui e agora’, em suas carreiras, em fazer dinheiro. Uma pessoa espirituosa certa vez disse: “Passamos a primeira parte de nossas vidas sacrificando a nossa saúde para ganhar dinheiro e a segunda, sacrificando o nosso dinheiro para recuperar a saúde”. É proverbial que as últimas palavras da pessoa não serão: “Eu gostaria de ter passado mais tempo no escritório”. Por que esperar até o ‘final do jogo’ para definir as nossas prioridades e valores — e viver por eles?

Ao visitarmos um lar para idosos provavelmente veremos que os moradores recebem um atendimento de excelente qualidade. No entanto, não importa o quão profissionalmente sejam tratados, nem sempre há o carinho e o cuidado que gostaríamos para os nossos entes queridos … ou para nós mesmos.

Seria maravilhoso se cada um de nós pudesse encontrar alguém mais idoso e pudéssemos torná-lo(a) uma prioridade em nossas vidas. Isto daria mais sentido às nossas vidas e à vida dela/dela – de ter alguém que se preocupe com ele/ela, para sentir-se amado, necessário, uma parte da vida de alguém. O seguinte quadro foi-me enviado anos atrás por um querido amigo, Earl Pertnoy. Deveria ser afixado em todos os lares de idosos, casas de repouso e enfermarias geriátricas. E com a nosso ajuda … será!

ME ENXERGUEM

O que vocês vêem, enfermeiras, o que vêem?

Vocês pensam quando olham para mim:

“Uma velha rabugenta, não muito inteligente,

Com hábitos incertos e olhos distantes?

Que baba quando come e não responde

Quando você fala em voz alta: “Gostaria que tentasse …”

Que parece não notar as coisas que você faz

E sempre está perdendo um sapato ou uma meia?

Que se opondo ou não, deixa você fazer o que deseja?

Banho e alimentação, um longo dia para preencher…”

É isso que vocês estão pensando, é isso que estão vendo?

Então abram seus olhos, enfermeiras!

Vocês não estão olhando para mim.

Vou lhes contar quem eu sou, sentada tão calmamente,

Enquanto me movo ao seu comando ou me alimento como você deseja.

Sou uma criança de 10 anos, com um pai e uma mãe

Uma jovem de 16 anos, com asas nos pés

Sonhando que logo irei encontrar um marido.

Logo uma noiva aos 20 … Meu coração dá um salto,

Lembrando as promessas que prometi cumprir.

Uma mulher de 30, minha prole agora cresce rapidamente.

Aos 40, meus filhos jovens já cresceram e se foram

Aos 50, outra vez crianças brincam em volta de meus joelhos

Novamente conhecemos crianças, meu amado e eu.

Dias escuros estão sobre mim, meu marido está morto

Olho para o futuro e estremeço com medo

Pois meus filhos estão educando seus próprios filhos

E penso nos anos e no amor que conheci.

Agora sou uma mulher velha e a natureza é cruel

Parece estar zombando, fazendo a velhice parecer uma bobeira

O corpo, ele se desmancha; A graça e o vigor vão embora

Existe uma pedra onde uma vez houve um coração.

Mas dentro desta velha carcaça, uma jovem menina ainda reside

E agora , uma vez mais, meu coração bate forte!

Lembro das alegrias, recordo as dores

E estou amando e vivendo a vida novamente

Penso nos anos que se passaram tão rapidamente

E aceito o fato imutável de que nada dura para sempre.

Então abram seus olhos, enfermeiras, abram e vejam

Não uma idosa rabugenta. Olhem mais perto …

ME ENXERGUEM!

Publicado em “Beacon House News”, revista da Associação para Saúde Mental da Irlanda do Norte


RABINO KALMAN PACKOUZ – Do Aish Hatorá, é o criador do Meór Hashabat, boletim semanal com prédicas. Saiba mais.

NOTA:- Desejando contribuir para o Meor Hashabat acesse o www.aishdonate.com – Email – meor18@hotmail.com


Pensamento: “Aprenda dos erros dos demais: Ninguém vive tanto para cometê-los todos sozinho!”


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