10 IDEIAS PARA UM NOVO BRASIL – POR DANIEL ANNENBERG‏

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Se não tomarmos atitudes agora, o Brasil continuará em clima de retrocesso. Apesar de tudo, não tenho dúvidas de que temos todas as condições necessárias para deixar para os nossos filhos um País bem melhor e mais justo.


Diante da atual crise econômica, política e institucional que o Brasil, agora polarizado, atravessa, é possível dizer que estamos num momento ímpar de nossa História. Numa análise mais macro, creio que a sociedade começa a ter maturidade para encarar reformas de longo prazo, que dependem, antes, de mudanças culturais profundas, tanto coletivas como individuais. Isso passa, necessariamente, por separar de forma clara O Público do Privado.

Trabalho com Gestão Pública há 25 anos, nas diversas esferas de Poder, e posso observar algumas propostas que, acredito, podem ajudar a mudar o Brasil para melhor, mesmo que os resultados não sejam imediatos:

1. Criar um Sistema de Representação Distrital Misto, que permita aproximar mais os candidatos dos eleitores/cidadãos e reduza, inclusive, os gastos excessivos em campanhas políticas;

2. Adotar o Sistema Parlamentarista, no qual o Governo caia se não tiver a maioria dos votos no Parlamento, nos moldes de diversos países desenvolvidos;

3. Reduzir o número de partidos políticos e dividir o tempo de televisão e recursos do fundo partidário somente para as legendas que conseguirem 3% do total de votos, no mínimo;

4. Reduzir os cargos comissionados e evitar a qualquer custo a velha (e infelizmente ainda atual) política do “tomá-la, dá cá”;

5. Planejar Políticas Públicas consistentes de médio e longo prazos, principalmente nas áreas de Educação e Saúde, com intensa participação da população e acompanhamento de especialistas na execução dos planos;

6. Implementar medidas que ajudem a criar uma cultura igualitária no atendimento de toda a população nos serviços públicos de todas as esferas e níveis. Sem privilégios. Sem “jeitinhos”.

7. Simplificar os procedimentos para todas as atividades e serviços dos governos municipais, estaduais e federal;

8. Fomentar as parcerias entre a iniciativa privada e os governos;

9. Melhorar e garantir transparência em todos os níveis de Governo;

10. Inovar e utilizar todas as tecnologias possíveis para melhorar a qualidade da vida das pessoas;

Sei que boa parte dessas mudanças não é fácil de fazer, já que exigem mudanças da cultura vigente há séculos no Brasil: aquela em que levar vantagem parece ser o “dever de todos”, em que cidadãos honestos não são ídolos, nem comovem ninguém. Uma sociedade que venera jogadores de futebol e artistas de TV — e ignora heróis cotidianos, que trabalha(ra)m a vida inteira, seguem as regras com ética e ainda acreditam que honestidade e solidariedade são valores essenciais.

Acredito que temos força para realizar todas as mudanças que, aliás, são urgentes. Se não tomarmos atitudes agora, o Brasil continuará em clima de retrocesso. Apesar de tudo, não tenho dúvidas de que temos todas as condições necessárias para deixar para os nossos filhos um País bem melhor e mais justo.


*DANIEL ANNENBERG, gestor público e cientista social, ocupa o cargo de diretor-presidente do DETRAN-SP e vem adotando uma série de medidas inédita, eficaz e relevante para tentar acabar com a corrupção na entidade

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