PRECONCEITO RACIAL: O QUE LEVA O AGRESSOR A TER COMPORTAMENTO?

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Segundo o psicólogo Alexandre Bez, existem algumas questões psicológicas que podem alavancar comportamentos racistas.

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O racismo é pautado há anos no Brasil, um país que tem um aspecto não encontrado em nenhum outro lugar do planeta: a Miscigenação Racial, mas ainda em 2015 sofre com casos de discriminação. Recentemente, algumas atrizes globais de raça negra foram vítimas desse mal que assola gerações em redes sociais por sua cor.

Casos de racismo e xenofobia só delatam a pobreza interior que habita nos menos cultos e pobres psicologicamente. “O racismo sempre é prejudicial tanto para quem pratica como para quem sofre com a provocação. Ele não deixa de anotar uma “projeção negativa” em relação a quem está sendo discriminado. Não existe problema algum em ser de outra etnia, o que existe é o problema enraizado no interior mental do agressor discriminador”, explica Alexandre Bez, psicólogo e escritor.

Segundo Bez, existem algumas questões psicológicas que podem alavancar comportamentos racistas:

Autoestima:

É uma questão muito comum quando falamos sobre esse assunto, por exemplo, quando o discriminador entende ser de outra condição social/étnica, o que pode configurar um progresso não tão estabilizado. Portanto, ele vê na discriminação racial, uma saída para não ter que lidar com as suas próprias frustrações.

Especificidade negativa:

É quando o agressor discriminador percebe que não pode compactuar com pessoas que não pertencem à sua classe grupal por essas serem de uma classe inferior. Um conceito bem equivocado, mas funcional para quem sente.

Suporte e Estabilidade:

Dialogar com pessoas de outra etnia pode representar a algumas pessoas uma grande ansiedade. Ansiedade essa que confere lidar com o medo de mudança, pois indica a necessidade do indivíduo em querer estar sempre por cima. Ou seja, ele entende que a diversidade cultural pode não representar uma pureza e assim, não possuir um suporte na sociedade e não ter também uma estabilidade profissional.

O medo gerado pela ansiedade de não ser ninguém lhe confere manifestar ataques gratuitos a negros, por exemplo: Como que esse ser inferior consegue se promover e ter reconhecimento social?

Conservação e Subsistência:

Um dos fatores mais cruciais para a questão racial. Os racistas compreendem que os negros não possuem condições para ter muitos recursos e assim são remetidos à pobreza, não evoluindo financeiramente ou socialmente. O que se configura num erro. Mike Tyson, Muhammad Ali, Donna Summer, Hale Berry, são exemplos de sucesso. Assim, como o homem mais poderoso do planeta: Barack Obama.

Poderio e Subjulgação:

Muitos racistas atribuem a sua “ideologia”, a hierarquia de dominação que os negros sofreram por discriminação e escravidão. Como não ser racista se essas pessoas foram dominadas? É o que se passa em seu imaginário.

Para eles é muito mais fácil atacar do que se imaginar dominados e subjugados.

Desejo Inconsciente:

Um dos grandes impulsionadores da disseminação do ódio racial. Os racistas atacam o objeto de seu desejo. Aniquilando esse amor objetal, aniquila-se também a prerrogativa de coletar preciosos momentos íntimos com aquela pessoa que desencadeou a atração física.

Ignorância Preconceituosa:

O preconceito sempre é uma ignorância já pré-concebida. Ele não permite usufruir o conhecimento, explorar outros mundos, outras culturas. Indica também uma postura misantrópico e carente de uma psycho intelectualidade avançada. São pessoas que mantém sua ideia rígida e não permitem consensos.

Dicas para quem sofre de racismo:

1) O racismo provoca sensações desagradáveis e negativas. O importante é não deixar se abater e continuar a levar a vida.

2) A hostilidade pode gerar um transtorno chamado de Transtorno de Stress Pós-traumático. Nesses casos indica-se um tratamento psicológico para amenizar as “cicatrizes emocionais”.

3) Utilize as redes sociais para delatar os agressores. Estamos em 2015, não há mais espaços para ações retrógradas como essas discriminações infundadas.

4) Muitos sintomas são manifestados pelo nosso aparelho mental, onde só há um pressuposto cerebral: denunciar o descontentamento, ocasionado pelas agressões racistas.

* depressão ou sensações depressivas;

* perda de apetite;

* apatia generalizada;

* estado de vigilância constante (sempre alerta) em relação ao ser humilhado novamente;

* estado de ansiedade crônica;

* insônia;

* sensação de incapacidade e/ou inferioridade.

5) A melhor resposta a dar aos agressores, depois de estar bem trabalhada psicologicamente, é além do desprezo, a manutenção e o investimento no sucesso pessoal e profissional. Mostrando que qualquer pessoa apresenta os mesmos diretos em progredir e coexistir.

Essa proliferação cultural e étnica nos confere ser possuidor de um grande tesouro multirracial. Portanto, temos que nos orgulhar em ser a nação que mais absorve as raízes de outros povos, conclui Bez.

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