CANAL ARTE 1 EXIBE SÉRIE SOBRE EXILADOS NO BRASIL‏

HANNAH BRANDT

No episódio dos artistas plásticos, serão apresentados dia 26 de fevereiro Fayga Ostrower, Hannah Brandt (foto) e Emeric Marcier. Por último, em 4 de março, os empreendedores: Hans Stern, Regine Feigl e Oscar Arany.

O canal Arte 1 apresenta desde o início de janeiro uma série de dez episódios, que retrata o legado de refugiados do nazismo e do fascismo no Brasil. O programa, exibido às sextas-feiras, 20h30, é uma parceria da Telenews, do Canal Arte 1 e RioFilme.

A série “Canto dos Exilados” foi criada pelo cineasta e jornalista Leonardo Dourado e pela roteirista Kristina Michahelles, ambos ligados ao Museu Stefan Zweig. O Museu foi criado em homenagem ao escritor judeu austríaco, muito ligado no final de sua vida ao Brasil. O objetivo da série é homenagear todos aqueles que, exilados como ele, contribuíram para a cultura e a ciência brasileira.

Em 2014, Dourado e Michahelles prepararam 100 microbiografias de exilados para exposição na instituição. A partir daí, notaram que o material que tinham em mãos era precioso: “Muitas famílias guardavam acervos por conta própria, e achamos interessante divulgá-los. Trabalhamos a ideia e a apresentei para o Arte1” conta Leonardo.

Os episódios da série foram divididos por área de atuação profissional, indo da música à fotografia, passando pelas artes cênicas, pintura, literatura e empreendorismo cultural. Os episódios sobre músicos, escritores, fotógrafos, livreiros já foram exibidos.

No episódio dos artistas plásticos, serão apresentados (26/02) Fayga Ostrower, Hannah Brandt e Emeric Marcier. Por último, em 4 de março, os empreendedores: Hans Stern, Regine Feigl e Oscar Arany.

Nascido em 1881 em Viena, e pacifista convicto, Stefan Zweig foi obrigado a fugir da perseguição nazista. Visitou o Brasil diversas vezes, com a intenção de torná-lo seu lar, sendo a primeira delas em 1936 com sua esposa, Lotte. Apaixonado pela nova pátria, escreveu aqui algumas de suas obras mais famosas, como “Brasil, país do futuro” e “O Mundo que eu vi”, uma espécie de autobiografia intelectual. Tentou se naturalizar brasileiro após a anexação da Áustria pela Alemanha, em 1938.

Entre os promotores das artes, Nydia Licia, falecida recentemente, é uma das retratadas. A atriz italiana, fugindo do fascismo na Europa, mudou-se em 1939 para São Paulo. Estreando primeiramente em peças teatrais, com o tempo fez fama na televisão, interpretando personagens em canais como Record, TV Tupi, Paulista e Bandeirantes.

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Refugiados do nazismo no navio St. Louis, em 1938. Foto: Divulgação

No episódio sobre artistas plásticos, encontra-se Fayga Ostrower, judia polonesa que emigrou para o Brasil em 1934. Ficou conhecida, primeiramente, por suas obras de cunho social, passando depois à arte abstrata. Entre os empreendedores, Regine Feigl, também polonesa, vinda ao Brasil em 1940. Formada em Química, Economia e Finanças e considerada uma gênia dos negócios, foi uma das maiores incorporadoras imobiliárias do Rio nas décadas de 60 e 70, responsável pela construção do Edifício Avenida Central, na Avenida Rio Branco.

Alguns exilados, apesar de não estarem na série, merecem destaque, como Fritz Pinkuss, Egon e Frieda Wolff e Frans Krajcberg.

O rabino Fritz Pinkuss nasceu na Alemanha. Entre 1930 e 1936, ajudou judeus e inimigos do regime nazista a emigrarem, falsificando documentos e utilizando os fundos das fundações judaicas. Em 1936, emigrou para o Brasil, fixando-se em São Paulo. Ao chegar, foi procurado por pequenas comunidades e passou a oferecer orientação religiosa a judeus alemães refugiados, segundo os princípios do judaísmo liberal alemão.

O casal Egon e Frieda Wolff fugindo da Alemanha, instalou-se em Santos em 1936, mudando, posteriormente, para o Rio de Janeiro. Interessados pela história dos judeus no Brasil, viajaram pelo país em busca de cemitérios, arquivos, bibliotecas e fontes. Foram pesquisadores de extrema importância também por descobrirem informações preciosas sobre a história e a genealogia nacional. Publicaram cerca de 44 livros sobre a imigração judaica para o Brasil.

O escultor, pintor e fotógrafo polonês Frans Krajcberg, após perder toda sua família em um campo de concentração, emigrou para o Brasil em 1948. Mudou-se, em 1972, para Nova Viçosa, no litoral sul da Bahia. É conhecido por sua pesquisa e utilização de elementos da natureza, por transformar troncos e galhos calcinados em esculturas. Defensor do meio ambiente, denunciou queimadas no Paraná, a exploração de minérios em Minas Gerais e o desmatamento na Amazônia.

Para mais informações, acesse a página da série no Facebook.

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