O CHAVERIM RECEBEU A PSICÓLOGA MAGGI WINDHOLZ PARA UMA “RODADA DE CONVERSA”

Margarida (Maggi) Hofmann Windholz, 90 anos, mora em Israel e veio ao País para ser homenageada pela Associação Brasileira de Psicologia Médica e Clínica, na abertura do XXV Encontro Brasileiro de Psicologia e Medicina Comportamental, em Foz do Iguaçu. Maggi, como é conhecida, recebeu o título de “Psicóloga de Destaque no Brasil”, entre palestras a diferentes públicos, para aprofundamento de seus conhecimentos e reflexões.

Foi recepcionada na Hebraica por Ester Rosenberg Tarandach, presidente do Chaverim, que conheceu Maggi na década de 1970, então na Comissão Técnica do Centro Israelita de Apoio Multidisciplinar – CIAM. Ester, primeira estagiária de Serviço Social na instituição, atuou primeiro na escola e, em seguida, na clínica e se entusiasmou pelo processo educativo no dia a dia com pessoas com deficiência, uma das propostas de Maggi.

“Nessa Rodada de Conversa falou-se da oportunidade do desenvolvimento da sociabilização, da vida independente, da autonomia para ter cidadania. Tudo começou naquela época, e o Chaverim é parte desse sucesso, daí o motivo de resgatar a atuação de Maggi na comunidade judaica e olhar para sua metodologia, trazendo-a para a atualidade”, explica Ester.

José Luiz Goldfarb, também trabalhou em nome da Hebraica e da PUC, para esta mobilização e a casa do Chaverim, a Hebraica, tornou-se parceira para este momento em sua sede, reforçado pelas palavras da vice-presidente Social e Cultural – Monica Tabacnik Hutzler.

O evento aconteceu na Sala Plenária convidando profissionais, muitos dos quais aprenderam com a Maggi, pais, amigos de longa data e pessoas envolvidas com o universo da deficiência e do autismo, para participarem dessa tarde. O foco foi o tema do aprendizado na vida prática, baseado no livro Passo a Passo, seu caminho, um guia para o ensino de habilidades básicas, escrito por Maggi em 1988. Até hoje considerado indispensável quando se trata de pessoas com deficiência, uma segunda edição, revisada, foi lançada e autografada naquela tarde no clube.

Várias pessoas foram lá especialmente para relembrar com Maggi fatos significativos durante sua trajetória em diferentes espaços, o quanto ela ensinou, trabalhou, modificou e criou seguidores, que foram ocorridos durante seu percurso em São Paulo, emocionando a plateia e os profissionais mais jovens.

Uma vida dedicada ao trabalho comunitário

Maggi, sua irmã gêmea e os pais, judeus alemães fugidos da Gestapo, chegaram ao Brasil em fins de 1936, antes da Segunda Guerra, e foram co-fundadores da Congregação Israelita Paulista-CIP. “Foi uma época em que o estar fazendo um trabalho comunitário era muito importante”, relembra a psicóloga.

Pioneira no estudo sobre o autismo e a educação para pessoas com necessidades especiais na USP, PUC e Federal de São Carlos, Maggi trabalhou com Betti K. Schenfeld na Organização Feminina Israelita de São Paulo-Ofidas (incorporada anos depois à Unibes). Em 1959, foi convidada pela Federação Israelita do Estado de São Paulo, junto com a psicóloga Rachel Vieira da Cunha e a assistente social Terezinha Zabirowski, “para fazer uma pesquisa sobre crianças com problemas de retardo e de comportamento nas escolas judaicas, no Lar das Crianças da CIP e na creche da Ofidas”.

Nesse ano, nascia o Instituto Harry Fromer, depois Centro Israelita de Apoio Multidisciplinar-CIAM. Maggi atuava no Instituto e com Betti Schoenfeld e o psiquiatra-chefe da instituição, Stanislau Krynski, levaram seu conhecimento para a fundação da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São Paulo, a APAE, em abril de 1961.

Ao voltar dos Estados Unidos, na década de 1970, Maggi foi convidada pela psicopedagoga Celma Maria Viera Cenamo para criar a Carminha Associação para Reabilitação do Excepcional, conhecida como Escola da Carminha. Ali desenvolveu e aplicou os princípios da Análise Comportamental, trabalho que a levou a escrever o livro, em 1988, pela Edicon, editora fundada por Antônio Jayro da Fonseca Motta Fagundes, conhecido como Prof. Jairo, doutor em Psicologia Experimental pela Universidade de São Paulo, aluno da psicóloga e que coordena o programa oficial da visita a São Paulo, onde ela terá encontros na PUC, UFSCar e exposições sobre sua rica vida acadêmica e institucional. “Para mim, o ensino deve ser funcional, natural e divertido”, assim Maggi pauta sua vida nos seus 90 anos.

A história de vida familiar, a educação aos filhos, a sua observância ao judaísmo, é o complemento desta mulher forte, corajosa, determinada, estudiosa, amiga e meiga, que foi apresentado de forma emocionada por um dos seus 4 filhos.

A homenagem a Maggi foram momentos de recordação e emoção, lembranças na construção de uma historia de vida intensa, de ensinamentos e amizades e muitos foram os agradecimentos a ela .

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