TEFILIN E COMPUTADORES – POR TZVI FREEMAN

281_historia_1_2Isso aconteceu no início dos anos sessenta, quando computadores enormes estavam sendo introduzidos nas empresas, numa época em que os de mesa não existiam sequer na ficção científica.

Havia um professor na Argentina que estava fascinado com aquelas máquinas. Ao mesmo tempo, ele vinha se empolgando com o Judaísmo, mas tinha uma dúvida que o incomodava muito. Portanto, ele foi visitar o Rebe em busca de uma resposta. ”Eu sei,” disse o professor, “que tudo que existe no mundo tem sua fonte em algum lugar na Torá. Se é assim, onde estão os computadores na Torá?” O Rebe respondeu de imediato: “Tefilin”.

O professor tentou entender, mas foi em vão. Pequenas caixas de couro preto que os judeus amarram nos braços e na cabeça aparentemente têm pouca conexão com algo do Século Vinte, muito menos com computadores.

“O que há de novo em um computador?”, continuou o Rebe, após uma breve pausa. “Você entra numa sala, vê muitas máquinas com as quais está familiarizado. Máquina de escrever, um gravador enorme, uma televisão, uma perfuradora, uma máquina de calcular. O que há de novo?” Mais uma pausa. O professor estava pensando profundamente. “Mas debaixo do piso”, continuou o Rebe, “sem serem vistos, fios e cabos conectam todas essas máquinas para que elas trabalhem em conjunto”. O professor assentiu, com entusiasmo. Ele próprio não tinha notado antes, mas sim, é isso que um computador é: uma síntese de aparelhos de mídia e processamento.

“Agora olhe para si mesmo. Você tem um cérebro. Está em um mundo. Seu coração está em outro. E suas mãos muitas vezes envolvem-se com algo totalmente estranho a ambos. Três máquinas diversas. Além disso, seu dia inteiro poderia seguir o mesmo caminho: você escova os dentes, reza a D’us, vai trabalhar, come seu alimento casher – cada ação um fragmento diverso, não relacionado. E assim, todo o povo judeu poderia seguir o mesmo caminho. Cada um cumpre sua mitsvá, segue sua trilha – mas aquilo que um faz não tem relação com o outro. Então você coloca tefilin. Conecta sua cabeça com seu coração com sua mão, com essas tiras de couro – tudo para trabalhar com uma só intenção. E então quando você sai para encarar o mundo, todas as suas ações encontram harmonia num único propósito coordenado. E não importa se a pessoa entende ou não”, concluiu o Rebe, “quando um judeu coloca tefilin na Argentina, isso afeta um outro judeu que pode estar lutando numa guerra em Israel.”

FONTE: http://www.beitchabad.org.br/

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