DR. SIDNEY KLAJNER – PRESIDENTE DO HOSPITAL ALBERT EINSTEIN – POR RAQUEL BUDOW

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288_first_2_2À frente do Hospital Israelita Albert Einstein, o Presidente Sidney Klajner zela pela excelência, qualidade e eficiência na prática assistencial da instituição

Ele dirige uma das instituições judaicas mais respeitadas no país, na América Latina e também internacionalmente. O cirurgião do aparelho digestivo e coloproctologista Sidney Klajner é o presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein desde o final do ano passado. Em números, isso significa que ele está à frente da entidade que tem uma taxa anual de ocupação de 82,3% em seus 646 leitos, ou seja, 185.949 pacientes/dia, 51 mil cirurgias, mais de 4,2 mil partos por ano e cerca de 6 mil médicos credenciados. Em média, diariamente, circulam em torno de 5 mil pessoas só na Unidade Morumbi. O Einstein também é uma instituição de ensino e pesquisa, e, em 2015, foram quase 19 mil alunos e a publicação de 467 artigos científicos. Já dá para a gente visualizar um pouco do tamanho da responsabilidade de Klajner. Isso sem nos referir às estatísticas gigantescas de atendidos em assistência médica secundária e projetos sociais de inclusão e prevenção de risco em várias regiões da Zona Sul de São Paulo.

Mas ele não se intimida e nos conta que se preparou para o cargo. Sua relação com a instituição tem mais de uma década. Ele começou em 2007, e passou pela Vice-Presidência, coordenação do Comitê de Qualidade e Assistência e Prática Médica e, nos últimos anos, vinha assumindo outras responsabilidades, caminhando muito próximo ao Cláudio Lottenberg então presidente.

“Nosso planejamento estratégico para os próximos anos vem sendo desenhado em um trabalho conjunto com a participação de toda a diretoria voluntária e executiva. Me preparei, ao longo dos últimos anos, para que este momento ocorresse da melhor maneira, como uma continuidade daquilo que vinha sendo realizado. Sem qualquer tipo de ruptura”, comenta.

Klajner explica que o que vinha sendo realizado por nossa sociedade, em matéria de assistência médica, ensino, pesquisa, responsabilidade social, segue da mesma forma, inclusive em relação ao planejamento para o futuro. “Isso diz respeito à busca incessante da excelência e qualidade, eficiência na prática assistencial, evitando desperdícios, expandindo em pesquisa e inovação, formando profissionais de altíssimo nível, como vem sendo feito com a própria Faculdade de Enfermagem e a mais nova de Medicina, e aumentando nossa participação em programas públicos junto aos governos municipal, estadual e federal.”

O presidente ressalta que há diversas ações em curso, que já vinham sendo desenvolvidas e continuam somadas ao que a nova diretoria, sob seu comando, vem desenhando. “O desafio é enorme, mas o caminho deixado por aqueles que me antecederam, desde a fundação, em 2015 – como Manoel Tabacow Hidal seguido de Josef Feher, Reynaldo Andre Brandt e Claudio Lottenberg -, me permitiu chegar até aqui com uma instituição da mais alta reputação como um dos melhores sistemas de saúde da América Latina e do mundo, e isto torna o desafio, por um lado de muita responsabilidade, mas, por outro, com a certeza da maturidade de nosso Einstein e de sua governança”, comenta.

Ligação com o hospital

288_first_2_3O médico Klajner começou a frequentar o Einstein ainda como residente de cirurgia do aparelho digestivo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em 1993, participando de algumas equipes de cirurgiões daquela época. Já com consultório particular, mantinha atividade como cirurgião preferencialmente no hospital, e, após alguns anos, passou a participar de comissões voluntárias da diretoria clínica, como a de Prontuários, de Novos Procedimentos, de Ética Médica, da Preparação para Acreditação pela Joint Comission, de Tecnologia da Informação e de Cirurgia de Urgência. Ele também recorda que, em 1998, fez um concurso para ser contratado como cirurgião do Pronto Atendimento (UPA) e ficou com a segunda colocação entre duas dezenas de concorrentes. Dessa maneira, obteve o direito de cobrir férias dos colegas de equipe.

Teve uma nova oportunidade quando foi contratado para atuar no Pronto Atendimento do Morumbi e da Unidade Alphaville. Daí por diante, passou a se envolver, cada vez mais, com os temas de qualidade, fazendo a ponte para levar as melhores práticas do Morumbi para Alphaville e vice-versa. Ao mesmo tempo, aumentava a sua atividade como cirurgião, já com consultório dentro do Einstein e maior número de atendimentos e cirurgias.

“Em 2007, a convite do Lottenberg, passei a fazer parte da Diretoria como diretor vogal, aquele membro que participa das discussões, mas não das decisões”, recorda. Ainda nessa época, ele frequentava o Comitê de Qualidade e Assistência, engajando-se mais intensamente com as questões de qualidade e segurança do paciente. Três anos depois, em 2010, já como vice-presidente, assumiu a responsabilidade por essas questões como chairman do mesmo comitê.

Einstein x sociedade
Em um país, onde um dos pontos nevrálgicos é a saúde do cidadão em geral, qual é o papel do Einstein enquanto instituição de excelência neste segmento, segundo o presidente?

Para Klajner, o Einstein, por meio de sua missão, de retribuir à sociedade brasileira o acolhimento que a comunidade judaica teve em nosso país, vem desempenhando um papel importante na formação de capital humano para a saúde bem como no desenvolvimento de programas para a melhoria da saúde de cada cidadão. “Isto pode ser observado em nossas parcerias públicas em São Paulo e pelo Brasil que faz chegar um pouco do Einstein a mais de 1,2 milhões de brasileiros do Sistema Único de Saúde, mas também em nossa participação nos diversos fóruns de discussão acerca do planejamento de saúde pública e projetos junto ao governo, como o de segurança do paciente, parto adequado, pré-natal, entre outros.”

Ele complementa: “Além disso, utilizamos tecnologia e conhecimento para difundir novos modelos e conhecimento por todo o país, como telemedicina, softwares, estudos epidemiológicos, etc.”

Judaísmo e medicina
Klajner compartilha que “o judaísmo é parte de minha vida e de minha família de modo intenso, desde que nasci. Meus avós paternos vieram da Polônia e meu avô materno da Polônia e minha avó materna da Romênia (Bessarábia)”.

Ele conta também que, desde a pré-escola, “estudei no Bialik, até o terceiro colegial, que fiz juntamente com o cursinho Anglo, e tive o privilégio de entrar na USP, na primeira tentativa, e em primeiro lugar na Fuvest.”

O cirurgião sempre frequentou a Hebraica e, aos 9 anos, sua família até se mudou para três quadras de distância do clube, “para que pudéssemos ir e voltar sozinhos”. Foi jogador de basquete até entrar na faculdade e, aos 12 anos, passou a frequentar os grupos de dança folclórica, chegando ao Grupo Carmel, quatro anos depois. “Lá conheci minha esposa, a Meyre, e, neste ano, faremos 25 anos de casados”, revela.

O amor à medicina vem de família. “Meu pai, Henrique Klajner, é pediatra, também formado na USP, e, por isso, desde muito jovem, surgiu meu interesse pela medicina. Mas sempre quis me especializar em cirurgia, mesmo antes de entrar na faculdade. Tinha como modelo de cirurgião, o doutor Maurício Shapiro, muito amigo de meus pais, e, para mim, um exemplo”, destaca.

Fotos: Assessoria do Einstein/Divulgação


*Raquel Budow é jornalista e assessora de imprensa.

bdwcomunica@gmail.com

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