36ª OLIMPÍADA DAS ESCOLAS DE ESPORTES

295_hebraica_1_1“Acreditamos que o verdadeiro espírito olímpico tem a ver com o respeito, a diversidade e a capacidade de cada um enxergar o outro, entender suas motivações, aplaudir seu sucesso e respeitar a sua dor”.


A 36ª Olimpíada das Escolas de Esportes será nos dias 26 e 27 de agosto. Quinze escolas e clubes de São Paulo confirmaram a participação dos alunos em diversas modalidades, garantindo um final de semana de fortes emoções nas quadras e piscinas da Hebraica

As atividades do segundo semestre mal começaram e os professores da Escola de Esportes já falam aos alunos a respeito da próxima Olimpíada das Escolas de Esportes. “É um dos maiores eventos interescolares do ano e certamente o mais tradicional, envolvendo cerca de 1.200 crianças que disputam modalidades coletivas – futsal, polo aquático, basquete, vôlei, handebol – e individuais – natação, nado sincronizado, ginástica artística, trampolim, judô, tênis e outros”, explica a coordenadora do Projeto 2 aos 20, Ana Lúcia Portaro, do qual fazem parte eventos e iniciativas como a Olimpíada.

Nas reuniões da equipe de professores, a Olimpíada também está em pauta: análise do regulamento, checagem dos equipamentos esportivos disponíveis e planejamento da logística de utilização desses espaços durante os dois dias.

“O número de quadras determina, por exemplo, quantas equipes de futebol serão inscritas. Entre as modalidades coletivas é a que tem mais adeptos na maioria das instituições que participam da Olimpíada. Já nos esportes individuais, como natação e judô, é mais fácil incluir muitas crianças”, comenta Ana Lúcia.Serão pelo menos trinta instituições, algumas das quais confirmaram a participação ainda em julho, como Anhembi Tênis Clube, Clube Alto dos Pinheiros, Esporte Clube Sírio, São Paulo Futebol Clube, Ipê Clube, os colégios Madre Paula Montalt, Pentágono, São Luiz, Salesiano e Liceu Jardim Escola Dinâmica, além das academias Med Sport, Competition e outras. “Ainda esperamos mais adesões. No ano passado foram 35 instituições, incluindo a Hebraica”, afirma Ana Lúcia.

A programação das competições previstas para os dois dias e os parâmetros gerais da Olimpíada podem ser consultados pelas outras escolas e clubes. “Nesta 36ª edição, a Olimpíada já é parte do calendário de eventos de muitos locais e do planejamento de gastos dos clubes e escolas, assim como nós inscrevemos os alunos em torneios promovidos por eles. Há, inclusive, um esforço de as datas não coincidirem para que o intercâmbio seja possível. Quando não recebem o convite para a Olimpíada, essas escolas ligam para a Hebraica para se informar dos detalhes. Ainda este mês, será realizado um congresso técnico durante o qual os responsáveis das escolas confi rmam que modalidades os alunos disputarão”, descreve Ana Lúcia.

Para a coordenadora, um dos sinais de evolução da Olimpíada das Escolas de Esportes fica evidente na programação do evento. “Com o passar dos anos, ampliamos a faixa etária e a possibilidade de participação dos alunos mais novos, de 4 e 5 anos, com a inclusão de circuitos lúdicos e festivais com premiação geral. Estas crianças representam grande parte dos nossos alunos. Desta forma, democratizamos um acontecimento esportivo que anteriormente era destinado somente para as crianças a partir de 7 anos”, conta Ana. As faixas etárias acima do 6 anos são premiadas no pódio, como gente grande.

Na mensagem que endereçou aos participantes, no ano passado, o vice-presidente Fábio Topczewski, o Binho, definiu o que o clube pensa em relação à Olimpíada. “Acreditamos que o verdadeiro espírito olímpico tem a ver com o respeito, a diversidade e a capacidade de cada um enxergar o outro, entender suas motivações, aplaudir seu sucesso e respeitar a sua dor. E por meio dessa postura de respeito, ficamos atentos às nossas atitudes, mesmo no calor da competição e na busca de resultados que nos interessam para que jamais se sobreponham à dignidade daqueles com os quais dividimos o espaço – nossos colegas de time, adversários, árbitros, organizadores e torcedores”.

Segundo Topczewski, a tarefa dos dirigentes na Hebraica é mais desafiadora do que a simples conquista de uma medalha. “Nosso objetivo é colaborar para que nossos filhos cresçam fisicamente fortes e saudáveis, mas com sólidos princípios éticos – de respeito ao próximo, ao meio em que vivem e às regras”, prosseguia a mensagem aplaudida por todos.

A cerimônia de abertura é um dos diferenciais da Olimpíada das Escolas de Esportes em relação às outras competições realizadas pelos clubes ou escolas. “É um momento solene da Olimpíada, que segue o padrão olímpico com todos os seus elementos, o desfile das delegações e da bandeira olímpica”, explica Ana Lúcia. “A cada edição, incluímos uma surpresa, como a presença de um grande atleta que acende a pira olímpica ou uma apresentação que remeta ao esporte.”

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Na 35a edição, a capitã da seleção brasileira de polo aquático, Marina Zablith, e a nadadora do Sesi, Daynara de Paula e o ginasta Arthur Nory, que representaram o Brasil na Rio 2016, acenderam a pira e depois posaram com as crianças para fotos. Também se apresentaram os Ginasloucos e seu show de enterradas na cesta de basquetebol.

Segundo Ana Lúcia, a cerimônia de abertura empolga os pequenos atletas e desperta emoções nos familiares nas arquibancadas. “Os pais. às vezes, resistem à necessidade da chegada com uma hora e meia de antecedência, mas depois de as crianças desfilarem pela quadra do Centro Cívico, ouvirem o juramento do atleta, nota-se que todos, pais e filhos, estão felizes. Muitas vezes, os adultos se aproximam dos professores para partilhar lembranças da época em que eles desfi laram representando a escola”, observa ela.

Coordenam a Olimpíada as professoras Regina e Cláudia Barbizon, esta estagiária quando a Hebraica realizou a primeira Olimpíada das Escolas de Esportes, em 1981, e dali para frente acompanhou todas as edições. “Não consigo evitar as lágrimas quando vejo as crianças entrando na quadra. São tantas lembranças! Por sorte fico muito ocupada logo em seguida e logo me envolvo com as competições”, comenta Cláudia.

Assim que as crianças saem do Centro Cívico para os locais dos jogos, elas assumem uma postura competitiva. “A competição é própria do ser humano, especialmente das crianças. Durante a formação infantil é preciso trabalhar essa competitividade com muito cuidado de modo a que não se torne uma faca de dois gumes e requer critérios educativos. Ao contrário do que se prega atualmente, para a formação do caráter é importante aprender o conceito da cooperação, mas a competição também educa. Cabe a nós, adultos, enfatizar que a vitória não é o único objetivo a ser alcançado, mas também aperfeiçoar a participação, o encontro social e que, durante um torneio, é possível testar as habilidades aprendidas em aula e demonstrá-las para os outros. É com esse espírito que todos – coordenadores, professores, técnicos e voluntários – se empenham em sempre fazer a próxima Olimpíada melhor do que a anterior e a melhor de todos os tempos”, conclui Ana Lúcia Portaro.


Fonte: Revista Hebraica – agosto/2017

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