GOVERNO ARGENTINO: NÃO RETORNAREMOS AO MEMORANDO COM IRÃ SOBRE AMIA

Com a participação de lideranças judaicas de vários países, entre as quais Fernando Lottenberg, presidente da Conib, e Ricardo Berkiensztat, presidente executivo da Fisesp, além do Embaixador do Brasil na Argentina, Sergio Danese, a comunidade judaica argentina lembrou nesta terça-feira, 18 de julho, o 23º aniversário do atentado que matou 85 pessoas e deixou mais de 300 feridos na entidade judaica AMIA, em Buenos Aires.

A liderança judaica participou também de reunião especial sobre o avanço da legislação para prevenir e combater ataques terroristas, em encontro organizado pelas afiliadas latino-americanas do Congresso Judaico Mundial, com a presença dezenas de parlamentares da América Latina.

Durante a reunião, o chefe do Gabinete de Ministros da Argentina, Marcos Peña, sublinhou a importância de não retornar ao Memorando de Entendimento entre a Argentina e o Irã, assinado no governo de Cristina Kirchner e cancelado em 2015. O acordo teria estabelecido uma investigação conjunta sobre o ataque, cuja responsabilidade é amplamente creditada a Teerã e ao Hezbollah, grupo terrorista que tem seu apoio.

Peña também afirmou que deve haver justiça para o promotor Alberto Nisman, assassinado após ter acusado o governo de Kirchner de cooperação com o Irã para encobrir o papel da República Islâmica no ataque: “Não deve haver impunidade. Precisamos saber o que aconteceu e quem é responsável por sua morte”.

“Acreditamos que é muito importante reforçar a visão de que a América Latina rejeita o terrorismo”, acrescentou ele. “O terrorismo é um ato de ódio contra a humanidade”.

Presentes ao encontro, a deputada federal Bruna Furlan (PSDB-SP) e o deputado estadual Fernando Capez (PSDB-SP), que participaram recentemente de missões parlamentares em Israel, organizadas pela Conib, Fisesp e Project Interchange.

O congressista norte-americano Eliot L. Engel, comissário do Comitê de Relações Exteriores e presidente do Conselho Internacional de Parlamentares Judeus (ICJP), que atua sob os auspícios do Congresso Judaico Mundial, afirmou:

“Com o apoio do regime iraniano, terroristas assassinaram 85 pessoas inocentes. Até hoje, as famílias e entes queridos dessas vítimas esperam a justiça. Apesar do protesto internacional e de inúmeros alertas da Interpol, o Irã se recusa a investigar o crime e responsabilizar os perpetradores. Elogio o Congresso Judaico Mundial e o Congresso Judaico Latino-Americano (CJLA) por trabalhar em conjunto com parlamentares da região, no esforço para combater e prevenir o terrorismo”, disse Engel.

“Estamos empenhados em trabalhar em conjunto com os parlamentares para avançar um quadro legal que servirá na luta contra o terrorismo”, afirmou Claudio Epelman, diretor executivo do CJLA. “A importância do encontro reside no fato de que legisladores de outros países latino-americanos podem conhecer melhor o terrível ataque e discutir ações conjuntas entre seus pares”.

295_fique_2_1Embaixador Sergio Danese, Fernando Capez, Bruna Furlan e Fernando Lottenberg, no ato em lembrança às vítimas da AMIA,
em Buenos Aires. Foto: Divulgação.

295_fique_2_2Fernando Lottenberg, Bruna Furlan, Fernando Capez e Ricardo Berkiensztat, no encontro em Buenos Aires. Foto: Divulgação.

295_fique_2_3A partir da esquerda: Claudio Lottenberg, Ricardo Berkiensztat, Fernando Lottenberg, Bruna Furlan e Fernando Capez,
no Congresso Argentino. Foto: Divulgação.

295_fique_2_4Encontro com o embaixador de Israel na Argentina, Ilan Sztulman. Foto: Divulgação.

295_fique_2_5Participantes da reunião no Congresso Argentino. Foto: CJL.

295_fique_2_6Macri recebe dirigentes da AMIA, em 14 de julho. Foto: Via País.

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