“SALA VIP” COM O FILME “QUERIDO EMBAIXADOR – POR EVELYN ELMAN

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Filme conta a história de Luiz Martins de Souza Dantas, embaixador brasileiro responsável por emitir milhares de vistos diplomáticos para judeus europeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Pouco conhecido no país, a incrível trajetória do carioca Luiz Martins de Souza Dantas será contada em “Querido Embaixador”, que teve a sua estréia no clube “ Associação Brasileira A Hebraica de São Paulo”.

A família de Dantas foi toda convidada para conferir a película pela primeira vez e receber as honras da homenagem tão merecida nas palavras da VP Social do clube, Monica Tabacnik Hutzler.

Terminado o filme, a atriz e dramaturga Sylvia Lohn recebeu no palco e conduziu um animado bate papo entre o diretor Luiz Fernando Goulart, a tão consagrada e querida atriz Miriam Mehler, que interpretou um papel fundamental na história, como Elise Stern e a platéia.

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O filme conta a história de um diplomata de carreira, Luiz Martins de Souza Dantas, que deixa seu posto de embaixador do Brasil na Itália, em 1922, e é transferido para Paris. Na sua despedida em Roma, o próprio primeiro ministro, de quem se tornara amigo, faz questão de ir à gare da Estação Termini para dele se despedir. Tratava-se de Benito Mussolini.

Os anos 20 e 30 foram de encantamento para Souza Dantas, que soube aproveitar Paris ao máximo em tempos que se convencionou chamar de “anées folles”. Com sua competência, brilha no trânsito junto ao corpo diplomático. E com seu charme torna-se um perfeito mundano na Cidade Luz. É reconhecido nas ruas por floristas, motoristas de taxi, e nos salões por políticos, gente do mundo artístico e a intelectualidade francesa, com quem diariamente convive. Seu ambiente são os refinados Cercle de l’Union e o Cercle Interallié, onde gosta de reunir figuras da política e da cultura parisiense em memoráveis almoços. E, com o mesmo desembaraço, vive cercado de mulheres bonitas, especialmente as atrizes da Comedie Française, entre as quais a famosa atriz e cantora Arlety.

E é dentro deste contexto que sobrevém a 2ª Guerra Mundial, nas suas palavras “uma época de trevas e barbárie”. Diplomata de estilo clássico, bon vivant, apreciador das artes, da música, da boa comida, amava profundamente a vida e as pessoas das quais se cercava. Dentro desse perfil, seria, em princípio, a pessoa menos indicada para arriscar seu posto e posição por algo que o viesse a se comprometer. Pois, ao contrário de tudo que se esperava, foi exatamente o que passou a fazer, tomando iniciativas para livrar seres humanos, que sequer conhecia, das garras da repressão nazista e, por conseqüência, da morte. Na época, o Governo brasileiro era claramente pró-Eixo. Assim, iniciada a guerra, passou a emitir circulares proibindo a concessão de vistos de entrada no Brasil, especialmente para semitas. Pois Souza Dantas desobedeceu todas as circulares. Indiferente às ameaças de punição até mesmo com a perda do cargo, concedeu mais de mil vistos diplomáticos que permitiram que judeus, comunistas, artistas e opositores dos nazistas escapassem das graves ameaças e reiniciassem suas vidas no Novo Mundo. Sua arma? Apenas uma caneta e um forte sentimento humanitário.

Em 1993, Steven Spielberg emocionou o mundo ao narrar no premiado “A Lista de Schindler” a história do industrial Oskar Schindler, que usou seu poder de influência para salvar centenas de judeus do Holocausto. Nove anos depois, o lançamento do livro “Quixote nas Trevas”, do historiador Fabio Koifman, resgatou façanha semelhante de outro herói que, hoje, assim como Schindler, é homenageado no Museu do Holocausto por suas obras humanitárias: o brasileiro Luiz Martins de Souza Dantas.

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Utilizando recursos cinematográficos de ficção e depoimentos de sobreviventes do Holocausto em sua narrativa, além de imagens raras de arquivos da Segunda Guerra Mundial, Querido Embaixador conta a emocionante história desse brasileiro que salvou da morte certa nos campos de extermínio mais de mil vidas humanas.

Com uma produção de alta qualidade, conduzida pelo experiente produtor Joaquim Vaz de Carvalho, a película ganhou forma a partir do roteiro de Luiz Carlos Maciel e Flavia Orlando, inspirado no livro Quixote nas Trevas, do historiador Fábio Koifman.

Direção de Luiz Fernando Goulart, Querido Embaixador tem em seu elenco Norival Rizzo, no papel do protagonista, Alice Assef, Felipe Rocha, Miriam Mehler e Isio Ghelman.

SOBRE O DIRETOR

Luiz Fernando Goulart atua no cinema brasileiro desde 1962. Depois de participar de alguns dos mais importantes filmes do movimento Cinema Novo iniciou a carreira de diretor com o filme Marilia e Marina, baseado num poema de Vinicius de Moraes, em 1975. Em 1979 dirigiu A Rainha do Rádio, com a atriz israelense Beyla Genauer. Em 1984 comandou o musical Tropclip. Em 1985, assumiu uma diretoria da FUNTEVE onde dirigiu documentários e programas, por mais de 12 anos. Em 2004 voltou ao cinema dedicando-se à direção de diversos Dvds de música brasileira. Em 2006 dirigiu o documentário de Longa-Metragem Mestre Bimba, a Capoeira Iluminada.

304_hebraica_3_4Miriam Mehler e Evelyn Elman

304_hebraica_3_5Teresa de Almeida Prado Faldini, Regina e Heloisa de Souza Dantas

304_hebraica_3_6Alan Strozenberg

304_hebraica_3_7Laerte Goldbach e Marcelo Zalcberg

304_hebraica_3_8 Monica T. Hutzler, Fernando Lottenberg e Nancy Starobinas

304_hebraica_3_9Marcelo Schapo, Monica T. Hutzler e Alencar Vital

304_hebraica_3_10Lais Chamma, Luiz Fernando Goulart e Sylvia Lohn

304_hebraica_3_11Alzira M. Goldberg, Simão e Denise Abuhab, Blima Lorber e Rachel Mizrahi

304_hebraica_3_12Maria Carolina e Maria Izabel Alves de Lima e Affonso Celso de Aguiar

304_hebraica_3_13David Kullock e Sylvia Lohn

 304_hebraica_3_15Betty Boguchwal, Evelyn Elman e Rosana Nadanovsky

304_hebraica_3_14Sylvia Lohn, Luiz Fernando Goulart, Maria Carolina A. de Lima, Affonso Celso de Aguiar e Alan Strozenberg

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