LIVROS: DE DANIELA LEVY, VASSILY TCHUIKOV, INGRID VON OELHAFEN E TIM TATE

DE RECIFE PARA MANHATTAN: OS JUDEUS NA FORMAÇÃO DE NOVA YORK

Livro da historiadora Daniela Levy aborda tema da saga dos judeus que saíram do Brasil e fundaram a comunidade judaica de Nova York

309_fique_2_1A especialista em história judaica Daniela Levy lançou o livro De Recife para Manhattan: os judeus na formação de Nova York. A epopeia dos 23 judeus que, em 1654, deixaram a capital pernambucana em busca de novas oportunidades é tema do samba-enredo da Portela deste ano. A obra conta com prefácio da professora doutora Anita Novinsky, com quem Levy escreveu o livro Os judeus que construíram o Brasil, também publicado pela Editora Planeta.

De Recife para Manhattan: os judeus na formação de Nova York resulta de mais de 10 anos de pesquisas da historiadora em arquivos do Brasil, dos EUA e de Israel.

Após 24 anos de domínio holandês onde os judeus experenciaram um período de grande prosperidade econômica, cultural e religiosa, Portugal recuperou a colônia da região de Pernambuco, expulsando os holandeses e judeus que lá haviam se estabelecido. A bordo do navio Valk, os judeus sonhavam em voltar para a terra que os havia acolhido após a expulsão da Espanha e a conversão forçada em Portugal. Uma tempestade desviou-os do caminho e o navio acabou sendo saqueado por piratas espanhóis.

O grupo foi socorrido por uma fragata francesa que lutou contra os piratas e resgatou a tripulação. Como tinham outro rumo, os franceses deixaram o grupo na Jamaica, então colônia espanhola. Depois de ficarem presos por algum tempo, os judeus foram libertados graças à intervenção do governo holandês. Por motivos financeiros, acabaram seguindo para um destino mais próximo do que a Europa: a colônia holandesa de Nova Amsterdã.

Assim começa a participação dos judeus que saíram do Brasil e acabaram ajudando na formação de Manhattan. O grupo foi o primeiro formar uma comunidade judaica na América do Norte. Passados os primeiros anos de adaptação, eles colaboraram com o desenvolvimento, então incipiente, do comércio, com a organização inicial do mercado financeiro, a construção de modernos hospitais, a luta pela emancipação política, a formação de renomadas universidades e centros culturais. Esta história – pouco conhecida – é narrada em detalhes neste livro, que contém também mapas e imagens que ilustram essa aventura.

SOBRE A AUTORA

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Daniela Levy é mestre e doutoranda em História pela Universidade de São Paulo, autora de diversos artigos sobre Inquisição, cristãos-novos e antissemitismo, publicados no Brasil e no exterior (Estados Unidos e Israel). É também historiadora do núcleo de pesquisa Anita Novinsky na Universidade de São Paulo e professora de História e História Judaica há mais de 20 anos. É uma das autoras do livro Os judeus que construíram o Brasil, publicado pela Editora Planeta.


‘A CONQUISTA DE BERLIM’, ESCRITO POR COMANDANTE SOVIÉTICO NA 2ª GUERRA MUNDIAL

309_fique_2_3Vassily Tchuikov, primeiro comandante Aliado a saber do suicídio de Adolf Hitler, detalha como seu exército derrotou os nazistas em Berlim

A editora Contexto lançou A Conquista de Berlim, livro escrito por Vassily Tchuikov, o comandante em chefe do Exército Soviético, responsável pela conquista da capital alemã. O livro narra como os nazistas foram derrotados. Apesar de haver muitos relatos sobre a Segunda Guerra Mundial publicados no país, os leitores brasileiros não dispunham, até agora, de uma obra escrita por quem comandou, de dentro do campo de batalha, a vitória dos russos sobre os nazistas.

As 256 páginas revelam com detalhes as estratégias do soldado Tchuikov, primeiro comandante Aliado a saber do suicídio de Adolf Hitler, e mostram como ele comandou a conquista do território inimigo até chegar às negociações finais de rendição.

Vassily Tchuikov era um militar de campo que precisava sentir o ruído da batalha e cujo bem-estar em combate é percebido ao longo de sua narrativa minuciosa sobre os feitos da guerra, além do amor que dedicava aos companheiros de farda.

Escrito durante os anos 1960, em plena Guerra Fria, a obra evitar falar da hostilidade com que o marechal Tchuikov e suas tropas foram recebidos em diversos países, antes de chegar à Alemanha. É importante lembrar que nos vinte anos que separam a guerra da escrita do livro, Ocidente e soviéticos passaram de aliados a inimigos.

Um livro fundamental para quem quer conhecer a Segunda Guerra pela visão de um dos grandes nomes do conflito.

Autor

Vassily Tchuikov nasceu em 1900. Após a Revolução Russa, ingressou no Exército Vermelho, que defendeu durante a guerra civil. Na Segunda Guerra Mundial, entre 1942 e 1943, atuou na defesa de Stalingrado. Após a retirada do Exército Nazista, Tchuikov comandou o avanço soviético, da Polônia até Berlim. Foi promovido a general em 1955 e a membro do comitê central do Partido Comunista da União Soviética em 1961. Serviu no Exército Soviético entre 1917 e 1972 e lutou nas principais campanhas militares do período. Faleceu em 1982.


LIVRO TRAZ, PELA VOZ DA VÍTIMA, A HISTÓRIA DO PROGRAMA NAZISTA LEBENSBORN

AS CRIANCAS ESQUECIDAS DE HITLER_CAPA.inddRoubada da família, Ingrid von Oelhafen relata a luta para descobrir sua verdadeira identidade

A editora Contexto lançou em setembro do ano passado, As crianças esquecidas de Hitler, livro escrito por Ingrid von Oelhafen e Tim Tate que, em texto instigante, traz novas informações sobre os horrores produzidos pelo regime nazista. A obra se debruça sobre o funcionamento do programa Lebensborn, criado por Heinrich Himmler (braço direito de Adolf Hitler), que promoveu o rapto de meio milhão de crianças por toda a Europa: a ideia era que, após um processo de “germanização”, elas se tornassem a geração seguinte da “raça superior” ariana. A autora Ingrid von Oelhafen foi uma das crianças tomadas da família.

Em 240 páginas, o livro revela a dimensão do programa e suas consequências na vida das vítimas. A garotinha Erika Matko, de origem iugoslava, foi raptada aos nove meses de vida. Considerada pelos médicos nazistas apta a se tornar uma “Criança de Hitler”, foi levada para a Alemanha para ser adotada, e recebeu o nome de Ingrid von Oelhafen.

Desconhecer sua verdadeira história sempre perturbou Ingrid. Até que em 1999 ela recebeu um telefonema da Cruz Vermelha que a instigou a procurar informações. Mesmo sofrendo muitas decepções no caminho, prosseguiu na busca de registros do período da guerra, até que descobriu ter sido uma criança do programa Lebensborn.

Ingrid precisava conhecer o seu passado. Ao longo dos anos, ela enfrentou com coragem uma série de dificuldades, já que vários registros sobre o Lebensborn foram destruídos pelos nazistas. Ainda assim agora vêm a público, revelados por Ingrid, documentos raros, incluindo depoimentos de processos do Julgamento de Nuremberg.

O sucesso desta publicação pode ser conferido pelos países que já a lançaram: Finlândia, Itália, Polônia, Romênia, Eslovênia, Turquia, Portugal e Estados Unidos.

Autores

Ingrid von Oelhafen (Erika Matko) é fisioterapeuta aposentada e vive em Osnabruque, Alemanha. Investiga há mais de vinte anos sua própria história e a do Lebensborn.

Tim Tate é documentarista e escritor de não-ficção. Escreveu best-sellers, incluindo Slave Girl. Seus filmes foram premiados pela Anistia Internacional, Royal Television Society, Unesco e Associação Internacional de Documentários.

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