PALAVRA DO PRESIDENTE DANIEL LEON BIALSKI

310_hebraica_5_1Atualmente, diante de tanta violência e agressividade, precisamos trocar a força pela união; o ódio pela compaixão e olhando à frente, agir com extrema prudência e nos libertar dos problemas cotidianos de nossas vidas pessoais e profissionais.


LIBERDADE

O significado de Liberdade é tão amplo que dependendo do prisma que se o descreve ou tenta decifrar, toma contornos diferentes.

E essa liberdade, muitas vezes traduzida como livre arbítrio, nos faz tomar decisões que podem parecer absolutas, mas não o são. Serão e devem ser revisitadas, justamente para não nos tornarmos escravos de nossas próprias decisões e, talvez, acomodação.

Como nada é por acaso, temos que essas observações se relacionam com a festividade que acabamos de vivenciar.

Ao celebrar Pessach, reunimos a família para contar a história do Êxodo do Egito, há mais de 3000 anos. Mas, fazemos muito mais do que isso porque revivemos essa história como se fôssemos partícipes dela. Comemos Matzá simbolizando a aflição, as ervas amargas recordando a escravidão e bebemos as quatro taças de vinho para festejar a sonhada e conquistada liberdade. A simbologia e a representatividade nos aproxima bastante daquilo por o que nossos antepassados passaram.

Aqui, na Hebraica, nossa segunda casa, realizamos sedarim em vários locais, reunindo gerações para recordar Chag Herut – Festa da Liberdade e reviver essa época de diversos aspectos.

No entanto, do que, de fato, nos libertamos ao celebrar Pessach? Qual a simbologia desta lembrança? Qual o limite dessa liberdade?

Muitas vezes tomamos decisões e certamente hesitamos porque uma dose de insegurança sempre acompanha nossos atos.

Mas, e novamente lembrando de Pessach, devemos ter clara a insegurança e até desespero que cercou nossos antepassados ao saberem que o Faraó e seu exército estavam no seu encalço. É quando Moisés então convoca o povo a não perder a fé, sua fé, e aqui se narra o “milagre” da abertura do mar dos juncos (vermelho), para os judeus passarem e fugirem dos seus perseguidores. Formam-se dois gigantescos paredões de água e todo o povo atravessa. Quando os egípcios iniciam a travessia suas bigas atolaram. Obedecendo orientação divina, Moisés ergue a mão, e as águas se fecham, dizimando os perseguidores.

Milagre vem do latim miraculum. Na Antiguidade clássica era algo excepcional ou inexplicável, um fato maravilhoso ou extraordinário que provoca admiração.

Os mais céticos – e existem muitos -, duvidam da descrição contida na Torá, e preferem atribuir a ocorrência da divisão das águas a fatores naturais.

Segundo o professor da Universidade de Cambrigde (Grã-Bretanha), Colim Humphreys, em seu livro “Os milagres do Êxodo”, um vento de mais de 130 km/h abriu o Mar Vermelho para os hebreus e Moisés passarem. Colin cita o caso do lago Erie, nos EUA, onde uma ventania fez uma das margens ficar cinco metros mais alta que a outra.

E Carl Drews e Weiqing Han do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas (NCAR), da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, criaram um modelo que simula por computador como o movimento do vento, descrito no Antigo Testamento, poderia ter separado as águas do Mar Vermelho, atribuindo a este fator a abertura do mar. Mas, ainda assim, surge outra indagação: quem movimenta os ventos?

Por isso, o ditado popular “divisor de águas” remonta à mencionada passagem pelo Iam Suf, o Mar Vermelho.

Atualmente, diante de tanta violência e agressividade, precisamos trocar a força pela união; o ódio pela compaixão e olhando à frente, agir com extrema prudência e nos libertar dos problemas cotidianos de nossas vidas pessoais e profissionais.

Aliás, dia desses vi em uma rede social algo que me chamou a atenção e me remete um pouco às reflexões acima. Dizia o post: “Pense como um adulto, viva como um jovem, aconselhe como um ancião e nunca deixe de sonhar como uma criança”.

É o que desejo a todos. Uma vida equilibrada, ponderada, plena de saúde e rica de felicidade, mas lembrando sempre dos nossos sonhos e objetivos, pois tenho extrema fé que com dedicação podemos e chegaremos lá.

Este espírito está incorporado em todos que comandam o clube, exatamente para nos libertar de estigmas e para nos brindar com a alegria que a vida nos proporciona.

Shalom.

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