LILIANA SEGRE – POR JAYME VITA ROSO
Liliana Segre, sobrevivente do Holocausto, italiana de 87 anos, foi nomeada Senadora para a Vida pelo presidente da República Sergio Mattarella.
“Me desculpe por ter te colocado no mundo” – disse meu pai quando íamos para os campos de concentração.
Liliana Segre, sobrevivente do Holocausto, italiana de 87 anos, foi nomeada Senadora para a Vida pelo presidente da República Sergio Mattarella. A decisão, explica o Quirinale, foi feita “para cultivar a memória contra o racismo, a discriminação e o ódio”. Um “sinal” do Colle que escolheu um sobrevivente dos campos de extermínio como seu primeiro encontro, entre outras coisas, uma semana do Dia da Lembrança e no 80º aniversário da promulgação das leis raciais na Itália.
Quem é Segre – Nascida em Milão, Segre foi deportada para Auschwitz em 30 de janeiro de 1944 com o trem da plataforma 21 da Estação Central. Ela tinha 13 anos. Perdeu seu pai Alberto no campo de concentração. Durante décadas ela não quis dizer quanto tempo viveu no campo de extermínio. Somente no final da década de 1990, ela se tornou uma das sobreviventes do massacre nazista mais comprometida com a conscientização de estudantes, tarefa pela qualela continuará a dedicar seu tempo.
A nomeação do Presidente da República foi assinada pelo primeiro-ministro Paolo Gentiloni. A mulher assumirá a tarefa em virtude do seu compromisso como testemunha do massacre nazista: “Ela ilustrou o país com muito mérito no campo social”, escreve o Quirinale ao divulgar a notícia de sua nomeação. O comentário da sobrevivente dos campos de extermínio: “Sobre mim, a enorme tarefa de trazer ao Senado os rumores agora distantes que provavelmente se perderão no esquecimento”.
As reações – “A vida de Liliana Segre é um testemunho da liberdade. Como Senadora, ela nos mostrará o valor da memória. Uma decisão preciosa de 80 anos desde as leis raciais “, escreve o primeiro-ministro Paolo Gentiloni no Twitter. O presidente do Conselho acrescentou: “A nomeação à Senadora da Vida de Liliana Segre, 80 anos depois das leis raciais, é uma das formas pelas quais a república lembra da ignomínia e faz isso aumentando o valor da memória como fez Liliana nestes anos nas escolas “. Laura Boldrini, por outro lado, fala de uma “mulher forte e corajosa” que “tornou sua experiência disponível para a geração mais nova”. “Este dia permanecerá na minha memória como um dos momentos mais felizes e mais altos da legislatura – diz o presidente do Senado, Pietro Grasso – tenho a honra de receber, ainda na qualidade de presidente do Senado, uma mulher que ensinou todos nós a não cedermos à indiferença, transmitindo à gerações de italianos a memória viva e terrível de uma experiência vivida em primeira pessoa como um veterano da Shoah”.
JAYME VITA ROSO – Graduado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, é especialista em leis antitruste e consultor jurídico de fama internacional, ecologista reconhecido e premiado, “Professor Honorário” da Universidade Inca Garcilaso de La Vega de Lima, Peru e autor de vários livros jurídicos. Saiba mais.
