FRONTEIRAS VOLÁTEIS – POR FLORIANO PESARO

312_especial_2_1As fronteiras de Israel e os países limítrofes sempre foram complicados. Desde 1948 tivemos que nos defender de vários países que não aceitaram a deliberação da ONU criando o Estado de Israel.

Foram, infelizmente, muitas guerras em que o povo judeu teve que enfrentar inimigos múltiplos, perdendo vidas sagradas de nosso povo.

Geralmente, tivemos a benção de impor nossas forças de defesa em detrimento aos adversários. Conquistamos territórios que foram essenciais para as negociações de tréguas ou de final do conflito.

Notadamente, conseguimos uma calma cautelosa com o Egito e observamos a Síria e o Líbano acordarem e se darem conta que a superioridade de Israel não permitia uma guerra de fato.

Os outros inimigos árabes também não se arriscaram a travar luta contra nosso país.

Sim, tivemos as Intifadas e a guerra com os palestinos, que afetaram nossas relações internacionais, mas conseguimos evitar alguma guerra com diversos adversários.

Entretanto, há algumas décadas, a Síria e o Líbano foram recipientes de uma importante força terrorista, o Hezbolá. Contra eles, tivemos que lutar e também conviver com uma retórica belicista e cheia de ódio.

No decorrer dos anos, vimos este movimento terrorista virar uma força tão grande dentro do Líbano e da Síria, que dão a impressão de ser um estado dentro de um estado. Sua influência nestes países só fez se agigantar.

Israel conseguiu muitas vitórias ao eliminar altas personalidades do Hezbolá, mas esta organização terrorista ainda tem um poder relevante nestes dois países.

É fato que estes terroristas sempre contaram com o apoio de outros países árabes, sendo o Irã seu maior aliado e responsável por sustentar suas hostes e por prover material bélico.

Ainda assim, Israel conseguiu conviver com esta ameaça ao longo dos anos. Conseguiu neutralizar inúmeros atentados terroristas e teve êxito ao ignorar a retórica bélica que o Irã e o Hezbolá mantiveram durante anos.

Hoje, o cenário mudou. Hoje, o perigo aumentou.

Há poucas semanas, o Irã lançou um drone que invadiu o espaço aéreo da nação judaica.

O veículo foi prontamente abatido e Israel não hesitou em retaliar esta invasão.

Entretanto, este fato coloca em evidência a presença crescente de bases iranianas no espaço geográfico da Síria.

Obviamente, esta é uma escalada importante no grau de perigo para Israel.

A força bélica do Irã não é desprezível e esta é mais uma variável a ser considerada na zona de conflito.

Assim, os discursos também mudaram. De nossa parte, o primeiro ministro Benjamin Netanyau advertiu que qualquer iniciativa iraniana de nos atacar seria repelida prontamente de forma rigorosa, com toda a extensão de nossa força.

Como contraponto, autoridades iranianas afirmaram que iria arrasas e colocar Tel Aviv no chão.

O fator complicador do cenário no momento é que o Irã possui armas extremamente mais perigosas que o Hezbolá, o Líbano e a Síria e a presença destas armas na fronteira norte de Israel é simplesmente inaceitável.

Embora todos da região afirmem que não querem uma escalada do conflito, a verdade é que, hoje, nossa sensação de perigo iminente se potencializou.

A possibilidade de uma guerra exigirá de Israel um planejamento de longo prazo, com a necessidade de usar forças terrestres também.

No quadro geográfico deste tumulto, ainda temos na região forças russas auxiliando o governo sírio e isso povoa ainda mais a região e demanda uma atenciosa consideração do que pode ou não acontecer.

Mais uma vez é possível afirmar que hoje, o cenário mudou. Hoje, o perigo aumentou.

Vamos ficar atentos e esperar que as ameaças fiquem só na retórica e que não se tornem realidade.


Floriano Pesaro

Deputado Federal

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