EVA BLAY RECEBEU O TROFÉU PERSONALIDADE CONALIFE 2018

315_first_3_1Eva Blay, professora da USP e coordenadora do USP Mulheres (Foto: ABRH/Gustavo Morita)

Professora titular da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP) e coordenadora do escritório USP Mulheres, a socióloga Eva Blay, uma das pioneiras no estudo dos direitos das mulheres no Brasil, foi condecorada com o troféu Personalidade Conalife 2018 no 3º CONALIFE – Congresso Nacional de Liderança Feminina da ABRH – 2018. O evento, que este ano teve como tema central “Liderança Feminina para um Mundo Colaborativo”, aconteceu em São Paulo no Hotel Unique.

“Trata-se de uma homenagem a todas as mulheres que criam espaços verdadeiros e igualitários para as mulheres brasileiras. Ser feminista é lutar pelos direitos humanos, das mulheres e dos homens. No caso de mulheres negras e judias, por exemplo, que sofrem discriminação, é importante superar os desafios e se autoafirmar”, salientou Eva, após receber o troféu.

315_first_3_2Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil

Promovido pela Regional São Paulo da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-SP), com apoio da ONU Mulheres e do movimento Eles Por Elas – He For She, o 3º CONALIFE contou com 500 participantes e foi aberto por Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil, que falou:

“O Brasil é o terceiro país no mundo em número de empresas signatárias aos Princípios de Empoderamento das Mulheres, iniciativa da ONU Mulheres e do Pacto Global. Já são 165 empresas – de diferentes setores produtivos –, comprometidas em enfrentar e eliminar as desigualdades de gênero que ainda criam abismos entre homens e mulheres, pessoas brancas, negras e indígenas, entre outros grupos que são discriminados em razão da sua identidade”, disse Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil.

Gasman frisou que o empoderamento econômico das mulheres é uma das cinco áreas de trabalho da ONU Mulheres em todo o mundo, e que o Brasil tem se destacado por meio do trabalho com as empresas. Mencionou o projeto Ganha-Ganha: Igualdade de gênero significa bons negócios – coordenado pela equipe da ONU Mulheres Brasil e realizado em parceria com a Organização Mundial do Trabalho (OIT) e a União Europeia –, que amplia a promoção dos Princípios de Empoderamento das Mulheres (WEPs na sigla em Inglês) nas empresas brasileiras e de outros cinco países da América Latina e Caribe: Argentina, Chile, Costa Rica, Jamaica e Uruguai. “Como principais resultados, vamos apoiar negócios liderados por mulheres, estimular a adoção dos princípios de empoderamento das mulheres pelas empresas e estabelecer um mecanismo de investimento de alto impacto para a igualdade de gênero”, acrescentou a representante da ONU Mulheres.

Ela ressaltou o quadro de ações das empresas brasileiras em favor do empoderamento econômico das mulheres. “Algumas empresas signatárias dos Princípios de Empoderamento das Mulheres já se colocaram nessa linha de frente. Elas incentivam as mulheres a desempenhar outras funções, inclusive na área de tecnologia e exatas; tomam medidas para progressão de carreira; agem pela melhoria da capacidade das mulheres em negociar o próprio salário; adotaram licença paternidade para oito semanas; e apoiam a organização da vida privada de homens e mulheres para as tarefas domésticas e familiares”, contou Nadine Gasman.

315_first_3_3Camila Pitanga (Foto: ABRH/Gustavo Morita)

Por sua vez, a embaixadora da ONU Mulheres Brasil, Camila Pitanga, fez discurso emocionante ao final do evento. Ela destacou que a paridade de gênero é boa para os negócios, mas é melhor ainda para as mulheres e os homens, com benefícios para toda a humanidade.

“Esta é a hora de fortalecer as ações nas empresas, nos empreendimentos e na cadeia produtiva, e trazer modelos inovadores e exemplos concretos para a economia. É a hora de identificar mais parceiras e parceiros. É a hora de ampliar a rede de ação concreta em favor dos direitos econômicos das mulheres. É a hora de criar oportunidades para que as mulheres possam se desenvolver em qualquer campo profissional”, declarou. A embaixadora da ONU Mulheres Brasil ponderou que a paridade de gênero precisa ser realizada não somente pela não discriminação contra as mulheres – que afronta os direitos humanos como um todo – mas pela distribuição equitativa das riquezas.

315_first_3_4Theunis Marinho, presidente da ABRH-SP (Foto: ABRH/Gustavo Morita)

O presidente da ABRH-SP, Theunis Marinho, reforçou a importância de o Brasil ter mais mulheres no mercado de trabalho, deixando para trás anos de preconceito, assédio e desrespeito. “Vocês mulheres já sentiram na pele isso ao longo da vida pelo simples fato de serem mulheres. Séculos de segregação e desigualdade não deram certo e estão com os dias contados. E isso só vai acontecer se acelerarmos esse processo”, disse.

Para o presidente do Grupo Boticário, Artur Grynbaum, temas como igualdade de gênero e diversidade precisam estar na pauta do dia do setor privado. “É preciso parar de falar de gêneros opostos e falar de humanidade. As diferenças devem ser respeitadas e se complementam”, observou.

Com o tema central “Liderança Feminina para um Mundo Colaborativo” e mais de 500 participantes, o 3º Conalife teve com três painéis – O Futuro É Agora. Estamos Prontas?, Mulheres nas Ciências e Empreendedorismo e Colaboração. A programação ainda promoveu quatro momentos especiais: Escola de Você; Empresas para a Igualdade de Gênero; Retrato das Mulheres na Arte e Tudo Começa pelo Respeito.

Fonte: www.onumulheres.org.br

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