QUEM GOSTA DE CRÍTICAS? – RABINO KALMAN PACKOUZ

317_historia_1_1Antes de criticarmos alguém, perguntemo-nos: “Por que quero chamar sua atenção sobre esses erros? É por minha causa ou por causa dele(a)? Eu quero ajudar essa pessoa – ou estou apenas com raiva e quero desabafar a minha frustração?”


Você já percebeu que não gosta de críticas? Quando alguém nos critica, tendemos a ficar na defensiva – e depois na ofensiva. Primeiro, nos justificamos proclamando que estamos certos … e se isso não for possível, então avançamos de imediato para a segunda etapa – atacar as credenciais do crítico para criticar-nos: “Quem é você para me criticar? Você não é melhor do que eu”. E … no final, o crítico pode estar certo sobre o nosso comportamento … e podemos muito bem termos nos comportado de maneira errada.

Sabemos que ninguém é perfeito e que todos cometemos erros. Sabemos também que a única maneira de melhorar é ter consciência dos nossos erros: não podemos consertar o que não sabemos que está errado. A crítica é nossa amiga. Um dos “48 Caminhos Para a Sabedoria” é “Amar a Crítica” (Pirkei Avót 6:6. Confira em http://www.aish.com/sp/48w/48950451.html). Por que não gostamos de críticas?

A crítica pode ser percebida como um desafio à nossa autoestima, à nossa integridade, nossa justiça, nossa competência, nossa inteligência. Somos todos produtos do nosso ambiente e as chances são de que alguns de nossos pais e professores tenham sido excessivamente zelosos em encontrar não só os nossos erros, mas também nossos defeitos e fraquezas. Eles podem ter até ‘saboreado’ a experiência de exercer a sua autoridade, competência e controle em dizer-nos sobre os nossos defeitos.

Há um antigo ditado que diz: “Tanto o proprietário da casa como o gato querem pegar os ratos. A diferença é que o dono da casa quer se livrar dos ratos enquanto o gato quer que haja ratos para ele comer”.

Por que as pessoas fazem críticas? Um possível motivo: isto lhes dá um estímulo no ego e os faz sentirem-se com poder. Há duas maneiras de se sentir bem consigo mesmo: erguer-se – melhorar a si mesmo, seu caráter, seus talentos, seu conhecimento, suas capacidades – ou colocar alguém para baixo. Há aqueles que ‘soltam os cachorros’ porque estão revoltados com o que a pessoa fez. No entanto, há pessoas que genuinamente se preocupam com os demais e querem que atinjam o seu potencial na vida.

O que a Torá nos ensina sobre a crítica? A Torá fala da crítica em termos de comportamento ético e mitsvót. Está escrito o seguinte: “Você deve reprovar o seu próximo…” (Levíticus 19:17). Há muitas situações particulares e leis relacionadas sobre como se reprovar alguém. Por favor, consulte o livro Love Your Neighbor, de autoria do Rabino Zelig Pliskin, páginas 278 a 292 (www.judaism.com/display.asp?etn=DABAB).

Antes de criticarmos alguém, perguntemo-nos: “Por que quero chamar sua atenção sobre esses erros? É por minha causa ou por causa dele(a)? Eu quero ajudar essa pessoa – ou estou apenas com raiva e quero desabafar a minha frustração?”

PRÉ-REQUISITOS PARA SE REPREENDER

  1. A menos que haja uma razão premente para uma ação imediata, aguarde 24 horas antes de abordar a questão. Isso permitirá que as emoções se acalmem e dará a perspectiva correta sobre a situação.
  2. Certifique-se que a informação está correta. Muitas vezes não sabemos a história completa.
  3. Verifiquemos se transmitir a informação será de benefício para o indivíduo e que ele está disposto a ouvi-la.
  4. Confiramos como nos sentimos sobre relatar as informações. Se sentimos uma empolgação ou já antecipamos o momento com alegria, então não devemos ser a pessoa a falar-lhe sobre o assunto. Só falemos com a pessoa se realmente sentimos amor e nos importamos com ela.
  5. Elogie a pessoa por 3 coisas antes de levantar a questão.

PRÉ-REQUISITOS PARA RECEBER UMA REPROVAÇÃO

  1. Saibamos que somos subjetivos e os outros podem ser objetivos. A pessoa pode estar correta, no total ou em algum grau.
  2. Concentre-se no fato de que o sujeito que está nos repreendendo está ou certo ou errado. Se estiver certo, aprendamos com ele e consideremos maneiras de melhorar. Se estiver errado, usemos a situação como uma lição para evitarmos os erros dele ao criticar os outros. Podemos aprender com todos – alguns sobre o que fazer, alguns sobre o que não fazer.
  3. Levemos a sério o que a pessoa diz e levemos em conta suas palavras. Não fiquemos na defensiva ou na acusatória. Digamos “Obrigado”.

Pensamento:“Repreenda uma pessoa sábia – e ela irá amá-lo”
Rei Salomão – Provérbios (Mishlei) 9:8


RABINO KALMAN PACKOUZ – Do Aish Hatorá, é o criador do Meór Hashabat, boletim semanal com prédicas. Saiba mais.

NOTA:- Desejando contribuir para o Meor Hashabat acesse o www.aishdonate.com – Email – meor18@hotmail.com

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