DANIELLE SONNENFELD – POR RONALDO GOMLEVSKY

318_especial_1_1Há 15 minutos, deixei o terceiro piso do Colégio TTH- BARILAN.

Ali estive para assistir a homenagem prestada pela escola à Danielle a quem não conheci.

Danielle, infelizmente, faleceu em um acidente de trânsito no norte do Estado Judeu, ainda moça solteira, após ter feito aliá (retorno a Israel).

Esta menina, mais anjo do que gente, nasceu do casal Raquel e Moti Sonnenfeld.

Imaginei, por nunca ter ouvido falar de Danielle, que iria participar de mais uma cerimônia, igual a outras com a mesma finalidade.

Fui surpreendido!

Me surpreendeu o esmero com o qual a escola se comportou.

Me surpreendeu a quantidade e a qualidade dos presentes.

Me surpreendeu a parábola do rabino.

Me surpreendeu a emoção das professoras que estiveram com Danielle em sala de aula.

Me surpreendeu, um a um, os depoimentos dos amigos e colegas de turma de Danielle,

Me surpreendeu o discurso de Rafael Antaki, o presidente da escola. Falou pouco e bem. Disse tudo!!!

Me surpreendeu o depoimento de um dos colegas de Danielle ao elencar as qualidades desta menina que partiu de nosso convívio, fora do tempo. Este rapaz, hoje já jovem adulto, cantou para todos nós, em prosa, as características de inteligência, riqueza de sentimentos positivos pelo próximo e humildade da moça que somava, multiplicava, se esmerava em apoios, sempre que sabia da necessidade de outra pessoa.

318_especial_1_2Me surpreendeu a informação de que Danielle, tão jovem, era voluntária em um hospital especial para crianças, chamado Schneider, em Israel, onde ela tratava de alongar a vida de muita gente desenganada. E, conseguia.

Me surpreendeu de verdade, a imagem que me veio à cabeça de que estávamos reunidos para saudar a vinda até nós, de um anjo e não de um ser humano. Um anjo que criava músicas e poemas, de espírito ativo e altivo e de comportamento exemplar. Exemplar no sentido de servir de exemplo para outros seres humanos menos bafejados pela mão de DEUS.

Me surpreendeu o empenho do pai, editando livros, folhetos, apoiando hospital, criando condições para que os ideais de sua filha falecida fora de hora, continuem a prosperar sem a presença física dela.

Me surpreendeu a certeza de que em algum lustre daquele terceiro andar da escola, hoje pela manhã, aquela linda e branquinha menina de olhos azuis e pele aveludada, como alguém ali definiu, estava aboletada, apreciando os gestos, as reações e os sentimentos de amigos, colegas, professores e familiares.

Me surpreendeu a certeza que tive de que Danielle baixou do lustre onde se pendurou para assistir a tudo o que se passava, apenas em duas ou três ocasiões para enxugar as lágrimas que escorriam pelo rosto de Moti, seu pai, que pedia a presença, ainda que de forma jocosa, de um cardiologista.

Me surpreendeu, as poucas e sábias palavras daquele sofrido pai Moti Sonnenfeld, sobre sua filha querida. Emocionante!!!

Me surpreendeu por fim, tomando conhecimento sobre a forma de ser de Danielle, a garantia que alcancei sobre um ditado popular carregado de simplicidade:

A MAÇÃ JAMAIS CAI LONGE DO GALHO

Descanse em paz, linda e querida Danielle!!!

Ronaldo Gomlevsky é jornalista, advogado e empresário.


Fonte: Menorah Rapidinhas – contato@menorahnet.com.br

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