A RAPOSA E A VINHA – RABINO NISSIM KATRI

322_história_4_1A Sucá como um símbolo, lembra-nos que nossa presença no mundo é temporária; a vida não é permanente. Por esta razão, não devemos viver como se fosse para sempre. Se ao menos lembrássemos de que estamos destinados a morrer, desistiríamos de nossa avidez.

O Rei Salomão, o mais sábio de todos os homens, lembra-nos de ser muito humildes, pois um homem vem a este mundo sem nada, e assim o deixará, sem riquezas.

Nossos sábios nos contam a seguinte parábola, para que estas sábias palavras de Salomão permaneçam frescas em nossa memória:

Uma astuta raposa passava por um lindo vinhedo. Uma cerca alta e espessa cercava a vinha por todos os lados. Ao circular ao redor da cerca, a raposa encontrou um buraquinho, suficiente apenas para que ela passasse a cabeça por ele. A raposa podia ver as uvas suculentas que cresciam na vinha, e sua boca começou a salivar. Mas o buraco era muito pequeno para ela.

O que fez então a esperta raposa? Jejuou por três dias, até tornar-se tão magra que conseguiu passar pelo vão.

No vinhedo, a raposa começou a comer à vontade. Ficou maior e mais gorda que antes. Até que quis sair da plantação. Ai dela! O buraco estava pequeno demais novamente. O que poderia fazer? Jejuou então por três dias, até que conseguiu espremer-se pelo buraco e passar para fora outra vez.

Voltando-se para olhar a vinha, a pobre raposa disse: “Vinha, ó vinha! Como pareces adorável, e como são deliciosas tuas frutas. Mas que bem me fizeste? Assim como a ti cheguei, assim eu te deixo…”

E assim, dizem nossos sábios, também acontece com este mundo. É maravilhoso, mas da mesma forma que um homem chega neste mundo com as mãos vazias, assim o deixa. Apenas a Torá que estudou, as mitsvot que cumpriu, e as boas ações que praticou são os verdadeiros frutos que poderá levar com ele.


RABINO NISSIM KATRI – É emissário do Rebe de Lubavitch e diretor do Beit Chabad de Belo Horizonte/MG. Saiba mais.

www.chabadbhz.com.br – e-mail: chabad.bhz@terra.com.br

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