COMO SER UM VENCEDOR – RAV EFRAIM BIRBOJM

326_história_1_1Emuná (fé) não é acreditar que tudo vai ficar bem de acordo com os nossos parâmetros. Emuná é saber que o bem verdadeiro está sempre ocorrendo, mesmo quando, de acordo com a nossa lógica limitada, parece o contrário.


“O Rav Mordechai Shwab zt”l (Alemanha, 1911 – EUA, 1994) tinha um aluno que, mesmo depois de casado, fazia questão de visitar seu rabino em todos os Chaguim. Certo ano, quando se aproximava a Festa de Sucót, o aluno recebeu um telefonema da família do Rav Shwab. Eles achavam que talvez fosse melhor ele não visitar o rabino naquele ano, pois o Rav Shwab estava muito doente. O rabino estava com a aparência tão deformada que a família ficou com medo que o aluno iria se assustar de vê-lo naquele estado. Porém, o aluno achou que era exagero e insistiu em não cancelar aquele costume tão precioso de visitar seu rabino. Como conhecia o Rav Mordechai há muitos anos, estava seguro de que não se assustaria.

Quando chegou o Chol HaMoed de Sucót, o aluno foi visitar o Rav Shwab. Porém, a situação de saúde do rabino era realmente tão ruim que, quando o aluno viu seu rosto, ficou completamente fora de si e quase desmaiou. O aluno ficou aflito e extremamente triste de ver seu rabino, uma pessoa sempre com tanta energia e entusiasmo, naquele estado lastimável. Quando o Rav Shwab percebeu a preocupação estampada no rosto de seu aluno, ele deu um sorriso e disse:

– Não se preocupe, eu estou vivendo com alegria. Infelizmente eu não tive forças para ir à sinagoga em Yom Kipur. Na verdade, eu quase nem consegui rezar em Yom Kipur, pois estava me sentindo muito fraco. Mal consigo estudar Torá por causa das minhas fortes dores de cabeça. Mas eu não estou triste. Sabe por que? Pois não fui eu que me fiz doente, foi D’us. Esta é a vontade Dele. E se Ele fez com que eu estivesse assim, “Chaim Birtsono” (eu quero viver de acordo com a Vontade Dele)”.

Naquele dia o Rav Mordechai Shwab provavelmente deu sua aula mais tocante e profunda de Emuná (fé). Emuná não é acreditar que tudo vai ficar bem de acordo com os nossos parâmetros. Emuná é saber que o bem verdadeiro está sempre ocorrendo, mesmo quando, de acordo com a nossa lógica limitada, parece o contrário.


RAV EFRAIM BIRBOJM – Mestre em Engenharia pela Escola Politécnica da USP, começou seu processo de Teshuvá (retorno ao judaísmo) aos 25 anos, através da Instituição “Binyan Olam”. Saiba mais.

Email: efraimbirbojm@gmail.com

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