QUER TER SEUS DESEJOS ATENDIDOS? – RABINO KALMAN PACKOUZ

327_história_1_1Quando se envergonha alguém, seu sangue ‘foge’ do rosto, deixando a pessoa pálida, o que é comparado a alguém que tira o sangue do próximo – assassinato.


Existe uma Mishná (um ensinamento da Torá) muito interessante no livro Pirkei Avót (Ética dos Pais): “O Rabino Elazar Hamodaí disse: ‘Aquele que humilha o próximo em público não terá parte no Mundo Vindouro’.”

Gostaria de lhes trazer uma explicação sobre este trecho dada pelo Rabino Ari Friedman, da Yeshivá Guevohá de S. Paulo:

Não faz diferença se a humilhação foi na frente de muitas pessoas ou de uma só. Daqui aprendemos o quão grave é o pecado de humilhar ou ofender outra pessoa. Existem 3 pecados em toda a Torá que para não cometê-los a pessoa deve até entregar a própria vida: idolatria, relacionamentos proibidos e assassinato. Os nossos livros sagrados explicam que aquele que humilha o próximo age como se o(a) estivesse matando. A palavra hebraica para humilhar é ‘malbin’, que quer dizer ‘embranquecer’. Quando se envergonha alguém, seu sangue ‘foge’ do rosto, deixando a pessoa pálida, o que é comparado a alguém que tira o sangue do próximo – assassinato.

Nossos Sábios também ensinaram que aquele que é insultado e não retruca recebe a recompensa especial de ter as suas preces atendidas pelo Todo-Poderoso. Portanto, ao calar-se frente a um insulto, a pessoa pode pedir qualquer coisa a D’us. O seguinte fato real ocorreu em Israel:

O Rabino Moshe Halberstam, um dos grandes Rabinos de nossa geração (Israel, 1932-2006), contou uma história que ocorreu com ele sobre esse assunto. Ele costumava visitar um Sofer (escriba) para revisar seus Tefilin e/ou solucionar dúvidas que o Sofer apresentava. Em uma dessas visitas, alguém telefonou ao escriba. Era a sua esposa que lhe contou, chorando, que fora humilhada publicamente de uma forma muito cruel. O escriba disse à esposa que viesse ao seu escritório conversar com ele. Ao desligar, o Sofer contou ao Rabino Halberstam o que acontecera. Disse o Rabino Moshe: “Quando sua esposa chegar, venham vocês dois à minha casa!”.

Quando entraram na sala do Rabino, este pediu que se sentassem e contou a seguinte história:

“Hoje fui a um Brit Milá (circuncisão). Normalmente, nunca fico para a refeição que servem depois da cerimônia, mas desta vez fiquei, pois era uma ocasião muito especial. Nesta refeição, o pai da criança contou um fato que aconteceu com ele nove meses antes: Ele estava sentado no Colel (um centro de estudos religiosos) estudando quando, de repente, ouviu um jovem ofendendo outro na frente de todos. Ao perceber que o segundo estava prestes responder de maneira ainda mais ofensiva, gritou: ‘Por favor, você! Não responda nada! Deixe passar em branco! Saiba que já estou casado há 20 anos e ainda não tenho filhos. Se você não responder a esta ofensa, o mérito que receberá por esta grande ação servirá para que eu tenha filhos!’. O jovem – com pena daquele pobre homem que não teve oportunidade de ter filhos por tanto tempo – ‘engoliu’ a resposta e simplesmente retirou-se do local. E eis que, nove meses depois, aquele casal que não tivera filhos por 20 anos estava fazendo o Brit de seu primeiro filho!”

“Se você deixar esta humilhação passar e não se vingar”, continuou o Rabino Moshe, dirigindo-se à mulher, “vocês serão recompensados e poderão pedir a D’us o que quiserem!”.

Contou o Rabino Halberstam que esse Sofer e sua mulher – que tampouco tinham tido a chance de ter filhos até então – rezaram a D’us para que os presenteasse com descendentes e tiveram o mérito de ter um filho naquele ano!

Quando alguém nos envergonha, a nossa autoestima é ‘amassada’ e o Yétser HaRá (a má inclinação) logo nos atiça para ofendermos de volta – mas de forma pior – para sairmos vitoriosos nesta guerra. Com esta história e muitas mais, vemos o quanto é grandiosa e importante a atitude de não humilharmos o próximo e aceitarmos uma ofensa sem replicar. Quem se comportar assim e vencer o seu Yétser HaRá será recompensado pelo Todo-Poderoso de uma forma excepcional!

Quer saber mais sobre autoestima? Leia o “Caminho No 27” dos “48 Caminhos da Sabedoria”. Não o tem ainda? Peça pelo email meor18@hotmail.com.

Pensamento: “Nada é mais frequentemente ‘aberto por engano’ do que a boca!”


RABINO KALMAN PACKOUZ – Do Aish Hatorá, é o criador do Meór Hashabat, boletim semanal com prédicas. Saiba mais.

NOTA:- Desejando contribuir para o Meor Hashabat acesse o www.aishdonate.com – Email – meor18@hotmail.com

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