SHAVUOT E COMO AGUENTAR PESSOAS QUE NÃO SÃO FÁCEIS – RABINO KALMAN PACKOUZ

335_história_1_1Se você quer amar alguém, faça uma lista de suas qualidades, adicionando uma nova qualidade a cada dia durante um mês. Em seguida, priorize as qualidades. Se se concentrar no lado positivo, seguramente em breve você terá alguns sentimentos de amor por ele ou ela.


Shavuót começa no dia 8 de junho ao anoitecer, sábado, e tem dois dias de duração (a propósito, Yzkor é rezado na segunda-feira, 10 de junho). É o aniversário do recebimento da Torá pelo Povo Judeu, há 3.331 anos atrás no Monte Sinai (saiba muito mais, clicando em www.aish.com/holidays/shavuot/default.asp ). Antes de receberem a Torá, o povo judeu inteiro (milhões de pessoas) acampou ao pé da montanha em total amizade e fraternidade, como se fossem “uma única pessoa com um único coração” (Rashi, Êxodos 19:02). Para gerar essa unidade, devemos amar uns aos outros. Como podemos fazê-lo?


COMO AGUENTAR PESSOAS QUE NÃO SÃO FÁCEIS

Esta semana quero compartilhar com vocês uma linda história do excelente e fantástico livro Voices in the Silence (Vozes do Silêncio), escrito por S. Z. Sonnenfeld. O livro é a história de uma família judia que se esforçou para manter o judaísmo nos anos mais escuros do comunismo, apesar do terror promovido pelos comunistas contra a religião depois de assumirem o controle da Rússia. Uma das leis criadas pelos comunistas era que estava proibido às pessoas terem hóspedes dormindo em suas casas. Visitantes a uma cidade eram obrigados a se registrar na polícia e declarar onde ficariam hospedados. Esta família hospedou uma viúva e suas duas filhas por uma noite – o que acabou se estendendo por um ano. E não eram convidadas fáceis com quem compartilhar seu apartamento de um dormitório.

A filha desta família perguntou ao pai: “Como é possível se cumprir o mandamento da Torá de ‘Amarás o próximo como a si mesmo’? Isso não é contra a natureza humana? E se é, então por que a Torá ordenou isso? Nenhuma das mitsvót (mandamentos) da Torá nos pede para vivermos em oposição às leis naturais; este não é o caminho da Torá!?”

O pai respondeu-lhe: “A maneira de aprender a amar é dar aos outros. Um bebê recém-nascido só sabe pegar, receber. É por isso que a sua mãe o ama mais do que ele a ama. Ela dá a ele o tempo todo, enquanto ele só recebe dela. Aquele que dá ama o tomador muito mais do que o tomador ama o doador”.

“A mãe dá tanto ao seu bebê que para ela, ele parece tornar-se uma parte de si mesma, pois tudo o que ele tem vem dela. Portanto, se você quer amar o seu próximo como a si mesmo, dê-lhe tanto que você acabará sentindo que ele se tornou uma parte de você. Aí, então, você o amará e terá vontade de beneficiá-lo tanto quanto a você mesma”.

A filha então relata como ela absorveu essa lição:

“Eu estava com muita vontade de um certo tipo de cinto de couro que estava na moda. Eu sabia que não deveria pedir aos meus pais para comprá-lo para mim, mas como qualquer menina de onze anos eu sonhava com esse ‘luxo’. Então, por dois meses seguidos, deixei de lado o kopeck diário que mamãe me dava para comprar um pretzel durante o recreio da escola. Finalmente economizei o suficiente e comprei o cinto dos meus sonhos”.

“Eu o vesti e encaixou perfeitamente. Claro, eu corri para mamãe imediatamente para mostrá-lo. Mamãe me cumprimentou pelo meu bom gosto na escolha de um cinto que iria bem com qualquer vestido, e por fazer um esforço tão independente para obtê-lo. Só que, então, uma das meninas órfãs soltou um grande suspiro e disse: ‘Que lindo!’ Então, como se não pudesse se controlar, ela murmurou o que estava pensando: ‘Como eu me sentiria feliz se tivesse um cinto assim …’”

“Eu pensei nas palavras dela por um momento. Então decidi. Tirei o cinto e dei para a menina que tanto o desejava. Mamãe me olhou com espanto. Ela sabia como eu tinha sonhado com esse cinto e quantos pretzels eu abri mão a fim de obtê-lo”.

“Mamãe”, eu expliquei mais tarde, “agora que eu troquei esse cinto por uma mitsvá tão especial, fazendo uma órfã feliz, todos os dias que eu passei fome sem o meu lanche da tarde tornaram-se parte desta mitsvá. Que lucro eu tive com um simples cinto! Eu não venderia esta maravilhosa mitsvá nem por dez mil rublos”.

Se você quer amar outro ser humano, você deve dar a ele; se quer que outro ser humano o ame, peça a sua ajuda. Se ele o ajudar e der a você, isto gerará amor por você.

Amor é o prazer que se tem ao se focar no lado bom de outra pessoa. A mãe adora seu filho apesar de estar indo mal na escola, de ter problemas com a polícia e de não fazer a sua cama – porque ela se concentra em “ele é um bom menino, ele tem um bom coração”. Quanto aos defeitos, ela irá habilmente justificá-los: “Ele está com maus amigos, eu deveria ter lhe arrumado alguns professores particulares, eu deveria tê-lo disciplinado melhor”. Se você quer amar alguém, faça uma lista de suas qualidades, adicionando uma nova qualidade a cada dia durante um mês. Em seguida, priorize as qualidades. Se se concentrar no lado positivo, seguramente em breve você terá alguns sentimentos de amor por ele ou ela.


Pensamento: “A perda de tempo é o mais extravagante de todos os gastos!”


RABINO KALMAN PACKOUZ – Do Aish Hatorá, é o criador do Meór Hashabat, boletim semanal com prédicas. Saiba mais.

NOTA:- Desejando contribuir para o Meor Hashabat acesse o www.aishdonate.com – Email – meor18@hotmail.com

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