ENSINANDO COM O EXEMPLO – RAV EFRAIM BIRBOJM

336_história_2_1Muitas vezes paramos para pensar em como melhorar a educação dos nossos filhos. Porém, nos esquecemos que os ensinamentos mais importantes muitas vezes acabam sendo transmitidos de forma automática, pois normalmente os filhos aprendem, e copiam, o que eles observam no comportamento dos próprios pais.


“George, um pai de família, chegou em casa após um longo dia de trabalho e encontrou a mesa do jantar já posta à sua espera. Quando todos tomaram seus lugares para compartilhar daquele momento familiar, que deveria ser de tranquilidade, George começou a contar sobre um incêndio criminoso que havia ocorrido na cidade naquela tarde. Ele mencionou a esperteza do bandido que havia provocado o incêndio. Explicou, nos mínimos detalhes, todos os passos do criminoso para atingir seu objetivo. George estava tão envolvido em sua descrição que gesticulava sem parar, como se estivesse fazendo a reconstituição da cena, e enumerou todos os materiais que o rapaz havia utilizado para iniciar o incêndio.

Depois que acabou o jantar, George e sua esposa decidiram fazer uma rápida visita a alguns amigos que haviam acabado de se mudar para uma casa na vizinhança. Não havia passado nem mesmo meia hora quando George foi chamado às pressas para que voltasse ao lar. De longe, viu que sua casa estava em chamas. As labaredas consumiam a casa inteira e, apesar da luta dos bombeiros, não havia muito o que salvar.

George ficou revoltado. Enquanto corria em direção à sua casa, começou a imaginar quem seria o responsável por aquela tamanha desgraça. Pensava consigo mesmo que aquilo só poderia ter sido obra de um louco. Em poucos instantes vários pensamentos passaram por sua mente, em busca de algo que justificasse aquele ataque misterioso. Não tinha inimigos declarados e não se lembrava de ter dívidas com ninguém. Quem teria feito este tipo de maldade contra ele? Por fim, admitiu que o incêndio só poderia ter sido fruto de um acidente.

Preocupado com os filhos, buscou-os imediatamente em meio à fumaça e os encontrou, protegidos, embaixo de uma das árvores do quintal. Notou, entretanto, que Gabriel, seu filho de sete anos, se escondia atrás dos outros, como se estivesse com muito medo de algo. George aproximou-se dele e perguntou se estava tudo bem. Logo ficou sabendo que havia sido Gabriel o responsável por atear fogo na casa. Mas de onde uma criança de sete anos havia tirado uma ideia destas? E como ele havia conseguido juntar os materiais necessários para provocar um incêndio tão grande? George então lembrou-se que, algumas horas antes, havia dado uma “aula” completa ao seu filho de como provocar um incêndio. O filho havia copiando, com todos os detalhes, a descrição feita pelo pai sobre o incêndio criminoso.”

Muitas vezes paramos para pensar em como melhorar a educação dos nossos filhos. Refletimos sobre qual é a melhor escola para eles e que tipo de ambiente eles devem frequentar. Porém, nos esquecemos que os ensinamentos mais importantes muitas vezes acabam sendo transmitidos de forma automática, pois normalmente os filhos aprendem, e copiam, o que eles observam no comportamento dos próprios pais.


RAV EFRAIM BIRBOJM – Mestre em Engenharia pela Escola Politécnica da USP, começou seu processo de Teshuvá (retorno ao judaísmo) aos 25 anos, através da Instituição “Binyan Olam”. Saiba mais.

Email: efraimbirbojm@gmail.com

20
20