NOSSAS PREOCUPAÇÕES

Como você lida com suas preocupações? Existe alguma, neste exato momento, que esteja lhe consumindo as energias, os seus pensamentos? 

Pois bem, vejamos o que nos diz Dale Carnegie, em trecho de sua obra Como evitar preocupações e começar a viver. 

Narra ele o caso de um aluno seu que, certo dia, sofreu um colapso nervoso. 

A causa? Preocupações. 

O estudante confessa: 

Eu me preocupava com tudo: preocupava-me porque era muito magro; porque pensava que estava perdendo cabelo; porque receava não ganhar dinheiro suficiente para casar. 

Preocupava-me porque sentia que jamais seria um bom pai; porque pensava que não estava levando uma vida decente; porque pensava que tinha uma úlcera no estômago. 

Não podia mais trabalhar, renunciei ao emprego. 

Criei, dentro de mim, tal tensão, que parecia mais uma caldeira com excesso de pressão e sem válvula de segurança. 

A pressão tornou-se tão insuportável, que alguma coisa tinha de acontecer. E aconteceu. 

Se você nunca sofreu um colapso nervoso – diz ele – peça a Deus que jamais tal lhe aconteça, pois nenhuma dor física pode exceder o sofrimento que tanto aflige uma mente atormentada.

Meu colapso foi tão sério, que eu não podia falar nem mesmo com os membros de minha família. Não me era possível controlar os pensamentos. Sentia-me completamente tomado pelo medo. 

Cada novo dia era um dia de agonia. Considerava que todos tinham me abandonado – até mesmo Deus. Sentia-me tentado a jogar-me no rio e terminar com tudo de uma vez. 

Resolvi, porém, em lugar disso, fazer uma viagem à Flórida, na esperança de que a mudança de cenário pudesse fazer-me bem. 

Ao subir no trem, meu pai me entregou uma carta e recomendou-me que não a abrisse antes de chegar à Flórida. 

Chegando lá, alguns dias se passaram, e procurei arranjar trabalho num cargueiro, mas não tive sorte. De modo que passava o tempo na praia. 

Sentia-me mais infeliz na Flórida do que o era em casa. 

Abri, pois, o envelope, para ver o que meu pai escrevera. A nota dizia: 

“Meu filho, você está a 1.500 milhas de casa e não se sente de modo algum diferente, não é assim? 

Sabia que você não se sentiria, porque levou em sua companhia a única coisa que é a causa de todas as suas preocupações – você mesmo. 

Não há nada que não esteja bem em seu corpo ou em seu cérebro. 

Não foram as situações com que você deparou que o venceram: foi a maneira de você pensar nessas situações. 

O homem é o que ele pensa do fundo do seu íntimo. Quando você compreender isso, meu filho, pode vir para casa, pois estará curado.” 

*   *   *

 Há motivos, sim, para preocupações, porém, relevantes e profundas, aquelas que dizem respeito às questões espirituais, tendo em vista o impositivo do progresso que te espera. 

Elas, no entanto, não se podem converter em inquietações que te prejudiquem a conduta emocional, porque fazem parte do teu programa de evolução.

 Artigo  com base na parte IV do livro Como evitar preocupações e começar a viver, de

Dale Carnegie, ed. Companhia editora nacional e no cap. 23 do livro O amor como solução,

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