CAMINHOS HEBREUS NA TERRA PROMETIDA – POR FELIPE DAIELLO

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Tel Aviv, a cidade branca onde as noites são longas e divertidas, convida para as praias, para museus e vida cultural intensa. Jaffa, antiga cidade fenícia, agora um arrabalde, com seus mercados ainda vai solicitar rápida visita.

Não é fácil encontrar vestígios desse povo tão perseguido. Os assírios de Nabucodonosor II destroem o primeiro templo em 587 a.C., devastando a região e levando a população como escrava para a Babilônia. Devido as constantes rebeliões em 70 d. C. Tito arrasa o segundo templo e a maior parte da cidade, em 135 a.C. com a revolta desencadeada por Bar Kochba, o que sobrara de Jerusalém é riscado do mapa e maior parte da população dispersa pelos quatro cantos do mundo. Por onde começar a caminhada?

357_Especial_4_2Vamos começar por Moisés que após longos embates com Ramsés II consegue permissão para sair do Egito, durante 40 anos vaga pelos desertos do Sinai, de Moab até entrar em áreas da atual Jordânia. Passa por Petra onde enterra o seu irmão, por Mandaba até o Monte Nebo. Lá do alto vislumbra o Mar Vermelho à sua esquerda, o Rio Jordão em frente e 40 quilômetros em sequencia Jericó será a primeira cidade a conquistar. Caberá a Josué à frente de soldados, duas gerações mais jovens, a tarefa de assumir o controle da cidade mais antiga do Mundo. Para Moisés não há visa no seu passaporte, não possui permissão para continuar até a Terra Prometida, será enterrado perto do Monte Nebo, local onde cruz mosaica, uma serpente enrolada no madeiro, marca o lugar onde termina a sua missão, mas começa a de um povo em busca do seu espaço vital.

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No entorno do ano 1000 a.C. o Rei David perto do Monte Moriah estabelece as bases de Jerusalém, cidade que será o centro religioso e político das tribos de Israel, principalmente após a construção do primeiro templo pelo Rei Salomão entre 1000 e 960 a.C. Para descobrir vestígios confiáveis dessa eras importante contratar guia que tenha bons conhecimentos de arqueologia e melhor contato com os responsáveis pelas escavações em andamento. Muitos mistérios e suas respostas ainda estão escondidos por camadas de terras e de entulhos.

Saindo de Jerusalém em direção ao Mar Vermelho, passamos pela tumba de Herodes I, o Grande, que apesar de rejeitado pelo povo por ter nascido em Edon, terra dos moabitas. Como Rei de Judá, construiu palácios, cidades como Cesareia Marítima, ampliou e restaurou o segundo templo em Jerusalém e em Masada edifica complexo fortaleza fantástico. Depois em Qumran podemos descobrir os segredos dos essênios e os detalhes dos pergaminhos do Mar Vermelho.

357_Especial_4_4Para aproveitar bem a jornada, interessante escolher como base dos passeios um bom hotel ou SPA ao longo do Mar Morto. Temos muito para ver nos oásis, nos passeios pelos Wadis com suas cachoeiras escondidas entre penhascos, com tempo para ver o nascer do sol em Masada, subir pelo teleférico e descer pela trilha da serpente e para os imperdíveis banhos flutuantes nas águas salgadas do Mar Morto. Tratamentos medicinais e massagens estão disponíveis nos finais de tarde para recuperar passos exaustos.

Estamos perto da Palestina Oriental, onde tumbas e memoriais de patriarcas são encontrados, mas a situação política e o muro construído para evitar a passagem de terroristas exigem precauções e cuidados se pretendermos ir para Jericó, para Ramalah ou Hebron. Placas nas entradas mostram que os judeus estão proibidos de circular pela Cisjordânia.

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Melhor tomar rumo norte, para o Mar da Galileia, para Tiberias onde visitaremos os túmulos de Maimônides e de outros rabis. Passeios fluviais são recomendados, oportunidade para provar o peixe de São Pedro grelhado e orar na antiga muralha da cidade. Havendo interesse circular em torno do Lago Tiberíades permite acompanhar os passos de Jesus Cristo como evangelista.

Olhando os mapas, nossa bússola indica Haifa com destino, onde além do porto ,no Monte Hermon, vamos encontrar a gruta de Elias, bem como os relatos da princesa fenícia Jezebel e dos seus sacerdotes que adoravam Baal. Pelo caminho podemos passar pelo monte Gilboa, onde o Rei Saul morre em combate com seu filho Benjamin em 1004 a.C., abrindo caminho para David, pessoa perseguida pelo rei. No caminho, num desvio nos Cornos de Hattin, Saladino ao destroçar ali o exército cristão em 1187 d.C. abre passagem para tomar Jerusalém no mesmo ano.

Vamos prosseguir pela rota da costa, primeiro para Acre, último baluarte cruzado no Primeiro Reino Cristão de Jerusalém e mais tarde prisão britânica para membros da resistência que lutavam contra o domínio britânico na Palestina.

Por fim, antes de Tel Aviv, vamos visitar o parque arqueológico de Cesareia Marítima. Era o principal porto romano na época, ligação direta com Roma e centro administrativo e cultural da Judeia, onde Herodes Antipas e Pôncio Pilatos tinham os seus palácios. Os mamelucos vindos do Cairo no século XIII vão pilhar e destruir a cidade.

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Estamos no final do nosso roteiro. Tel Aviv, a cidade branca onde as noites são longas e divertidas, convida para as praias, para museus e vida cultural intensa. Jaffa, antiga cidade fenícia, agora um arrabalde, com seus mercados ainda vai solicitar rápida visita.

Muitos locais ainda na relação exigem breve e indispensável retorno.

Shalom Israel!


FELIPE DAIELLO – Professor, empresário e escritor, é autor de inúmeros livros, dentre os quais “Palavras ao Vento” e ” A Viagem dos Bichos” – Editora AGE – Saiba mais.

daiello@cpovo.netwww.daiello.com.br

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