RESISTÊNCIA – O QUE É E PORQUE FAZEMOS ISSO – POR AKIM ROHULA NETO

357_saúde_2_1A resistência serve para nos proteger da dor. Se isso é importante de um lado, acaba limitando nossas vidas de outro. Compreender isso e se permitir dar um passo além é uma tarefa que cabe a cada um de nós escolher se irá ou não empreender.

O conceito de mecanismo de defesa tem sido deturpado nos últimos anos através da cultura da indústria da auto estima e do “self-made man”. Estes importantes recursos psíquicos tem sido confundidos com termos como “auto sabotagem”, como se a função das defesas fosse “impedir a pessoa de crescer”, o que é algo bem distante da verdade.

Como o nome diz, o mecanismo de defesa serve para defender a pessoa de algo que é por demais doloroso para ela. É um fato que os mecanismos de defesa tendem a ser rígidos e acabam por limitar a vida da pessoa de várias formas. Porém, sua função é de proteger a pessoa. Assim sendo, é errado dizer que a pessoa está se sabotando, o fato é que ela está se defendendo de algo que não via dar conta.

“Mas como crescer financeiramente pode me prejudicar?” é uma pergunta que escuto com frequência. Não é a “coisa em si”, mas sim seu significado psíquico. Por exemplo, um cliente que tinha problemas com este tema em particular, sabia que se conseguisse mais dinheiro sairia de casa, mas havia um impasse entre fazer isso e “abandonar” a mãe com quem morava e tinha uma relação de profunda dependência afetiva.

Ele não suportava a culpa que sentiria ao “abandonar” a mãe, assim sendo “sabotava” seus investimentos fazendo escolhas ruins. Porém, percebam, que as escolhas não eram ruins, eram “boas” no sentido de mantê-lo em casa próximo à mãe. Para lidar com a resistência a pessoa precisa crescer emocionalmente e, quando faz isso, então aquilo que ela teme deixa de ser um problema.

Resistimos aos processos porque eles doem, é importante perceber isso. Não é a resistência que é problemática, mas sim, nossa reação à ela. Percebemos que estamos resistindo? Se sim, o que fazemos com isso? O processo de lidar com a dor emocional precisa ser ativo, senão ele não se desenrola. A partir do momento que a pessoa assume a resistência, então poderá fazer algo com ela.

A resistência serve para nos proteger da dor. Se isso é importante de um lado, acaba limitando nossas vidas de outro. Compreender isso e se permitir dar um passo além é uma tarefa que cabe a cada um de nós escolher se irá ou não empreender. A evolução pessoal não é um caminho de obrigação, é um caminho de escolha e é nela que reside o efeito que nossa resistência terá sobre nós.


AKIM ROHULA NETO – Graduado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em Psicologia Corporal pelo Instituto Reichiano Psicologia Clínica e Centro de Estudos e em Programação Neurolingüística. Saiba mais.

akimrohula@gmail.com

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