TERAPIA DE CASAL – CARMEN CERQUEIRA CESAR

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Quando se inicia uma terapia de casal não se sabe exatamente a priori para qual direção ela irá seguir. O que se sabe, com certeza, é que ela caminhará para que todos tenham uma vida mais feliz, não importando se juntos ou separados.


 

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O que é a Terapia de Casal e para que serve?

A terapia de casal trabalha o tipo e a qualidade do vínculo entre os parceiros, a história da relação, e se propõe a evidenciar a dinâmica emocional que os une, revelando seu contrato inconsciente, as expectativas e os ideais de cada um (realistas ou ilusórios), suas frustrações.

Ao longo das sessões ficam claras as emoções em jogo, como por exemplo a agressividade (que permeia qualquer relação amorosa) e que tem fundamental importância – não para destruir, mas para fazer as separações necessárias. Além disso, a TC revela a matriz afetiva (vínculos familiares) dos sujeitos, suas fantasias inconscientes que vão determinar os papéis, o lugar ocupado por cada um na relação.

A Terapia de Casal tem objetivos e técnica específicos e busca a compreensão mais ampla e profunda do que une o casal (amor, amizade, necessidade ou a neurose) levando assim a uma melhora significativa na qualidade da relação ou auxiliando o casal a se separar, quando isso for necessário.

Todas as sessões são a dois, mas se eventualmente algum deles precisar se aprofundar em alguma questão específica sua que surja nas sessões de casal e que esteja “interferindo” na relação, pode-se fazer uma ou algumas sessões individuais para trabalhar aquele ponto, ou mesmo recomendar terapia individual, além das sessões de casal. Mas há que se avaliar cada caso separadamente.

O tratamento dura em média três meses, uma vez por semana, sessões de uma hora e meia. Mas existem casos em que o trabalho continua dando muitos frutos e então o próprio casal decide continuar por mais um tempo. Normalmente as pessoas seguem fazendo terapia individual depois da TC, mas não é uma regra geral.

Motivos mais comuns que levam à TC:

Falta de diálogo, perda da cumplicidade e dos objetivos em comum, traição, problemas financeiros, uso de álcool e drogas, a exaustão pelas discussões intermináveis sem resultados, a decepção com o outro, no caso de traição, por exemplo. Raiva, ressentimento, medo, insegurança também são sentimentos que os acompanham.

Quando procurar Terapia de Casal?

Eles esgotaram os seus recursos e a separação parece iminente. Os que ainda se amam querem salvar a relação, os que já não se amam mais desejam realizá-la, mas muitas vezes têm dificuldade.

O casal se ama, mas não consegue ficar junto e viver bem. O diálogo se tornou impossível, o casal não se escuta mais. A sensação é de total incompreensão. A irritabilidade, a raiva, a falta de paciência permeiam a relação. As discussões se tornaram infrutíferas e constantemente viram brigas. As conversas são carregadas de críticas e acusações. As constantes agressões começam a se mostrar destrutivas para a relação e o desgaste emocional é cada vez maior.

Construíram muralhas em torno de si, verdadeiras fortalezas para se defender do inimigo. O casal se afasta, a cumplicidade se perde e a sensação de solidão é imensa.

Com o passar do tempo, sentem-se exaustos e impotentes. Muitos pensam em jogar a toalha.

O que comumente se detecta na Terapia de Casal?

A existência da dependência, da falta de espaço, da perda de identidade. O casal monta uma simbiose. Não é que eu ame, eu preciso do outroEu vivo misturado no outro e brigo com ele por causa disso. O amor é da ordem do Desejo, o precisar é da ordem da Necessidade. Eu devo estar com o outro porque amo e não porque preciso.

A simbiose gera a perda dos limites do próprio eu, a invasão do outro – uma confusão de identidades. E as consequências disso são catastróficas. A promiscuidade emocional é fonte de muita agressividade, pela necessidade de separação dos sujeitos, imprescindível para sua própria sobrevivência psíquica. Eu fui me perdendo no outro sem perceber, diz uma mulher de 38 anos, quando dei por mim já era tarde, hoje já nem sei mais quem eu sou… 

A imaturidade emocional. Nos casos em que o casal é imaturo emocionalmente, os egos trombam constantemente e são comuns as disputas pelo poder. Os parceiros são egocêntricos e bastante narcisistas. O ego precisa estar mais amadurecido para poder amar de verdade: dialogar, considerar o outro, negociar, suportar frustração, saber postergar, ceder…

Os resultados do tratamento:

Quando o casal fica junto é por ter conseguido resgatar a boa comunicação, a capacidade de acolhimento, a cumplicidade, o afeto, o carinho, a boa vida sexual. Aqui há um desejo claro e comum de permanecerem juntos. E uma compreensão de que coisas não vem prontas, de que há que se trabalhar sempre por aquela relação. Cuidar dela. Porque vale a pena.

Os bons resultados vêm também pelo desmantelamento do vínculo simbiótico, pelas separações necessárias, resgate das identidades. Aqui os espaços de cada um foram resgatados, para que possam saudavelmente ser um casal ao criar um espaço possível de intersecção.

No entanto, em alguns casos a separação é a melhor solução, pois é ela que vai trazer alívio e felicidade para o casal. Às vezes, num determinado ponto da vida, o casal passa a seguir por caminhos diferentes. A vida é dinâmica e as coisas podem mudar. Então é melhor se desvincular de uma relação infeliz e que mina forças e disponibilizar energia para investir em outras coisas, interesses ou pessoas.

Claro, é preciso evitar separações prematuras e só partir quando se finalizou uma etapa, como consequência lógica de um processo de conscientização.

Algumas pessoas ainda acham que quando um casal procura a TC é porque a relação já acabou. E não é assim necessariamente. Pelo contrário, se eles o fazem é porque têm esperança. Em sua maioria, são casais que se amam e que, apesar das dificuldades, lutam para permanecer juntos.

Quando se inicia uma terapia de casal não se sabe exatamente a priori para qual direção ela irá seguir. O que se sabe, com certeza, é que ela caminhará para que todos tenham uma vida mais feliz, não importando se juntos ou separados.


CARMEN SILVIA VILLAÇA DE CERQUEIRA CESAR – Graduada e Licenciada em História pela Pontifícia Universidade Católica – PUC/SP .Saiba mais…

Psicóloga Clínica – CRP 06/34074-9
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