SINAGOGA CENTRAL DE NEW YORK – POR FELIPE DAIELLO

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Desde a época da colonização holandesa, na ilha de Manhattan, New Amsterdam já acolhia imigrantes judeus. Após a Reconquista de Recife pelos portugueses, 1640, o fluxo se intensifica.

Para fugir dos rigores da Inquisição e da intolerância religiosa, ainda mais que Portugal recém saia do domínio rigoroso dos reis da Espanha, parcela da comunidade hebraica, em vez de se embrenhar pelos sertões da Terra Brasileira ou de retornar para a Holanda, seguiu rumo distinto: para o Caribe e para a América do Norte. No caminho, furacões e piratas, outros desafios. Poucos chegaram para construção de nova vida.

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Antigo cemitério, nas proximidades de Chinatow, em lápides quase apagadas pelo tempo, mostra os nomes portugueses dos primeiros desbravadores: Fonseca, Castro, Seixas, Gomes, Nunes, Cardozo, Bueno de Mesquita…

Eles vieram para ficar, para construir novo lar, outra esperança. Surge a comunidade Sharit Israel.

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Com o domínio inglês, com o início da Revolução Americana, apesar do pequeno número, menos de 3.000 almas na Fé de David, para uma população total de quase 2 milhões de habitantes em todas as colônias, começa nova época.

Os filhos de Israel terão destaque nos negócios, no artesanato, no comércio e mesmo na política.

Os tempos mudam, perto de Wall Street, local onde é fundada a primeira Bolsa de Valores da América, a primeira comunidade é fundada.

A antiga sinagoga não mais existe, restaram apenas os vestígios de tempos bem vividos.

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Com a expansão da cidade, em direção ao Central Park, onde os magnatas constroem mansões, na Lexigton Avenue, 625, surge a atual Sinagoga. Projeto do arquiteto H. Fernback, linhas mourísticas tradicionais.

Cercada agora de arranha céus, substitutos de antigos prédios companheiros, esquina bem localizada, transparece presença magnífica e recorda passado que não se pode esquecer.

Do passado, palavras na língua portuguesa ressurgem nos cânticos, nas preces e expressões rituais e mesmo para designar móveis, utensílios e procedimentos. Na Sinagoga Central de Nova York os ecos do passado não morreram.

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Quanta diferença ao compararmos a centenária Sinagoga com a moderna construída perto do Lincoln Center.

Ao final do século XIX e no início do século XX, nova onda de refugiados, vindos, principalmente da Rússia e do leste Europeu, introduz novas facetas, outras culturas, mas refletindo a mesma fé dos pioneiros vindos do Brasil e as mesmas palavras de esperança surgem por toda Nova York.

“Yesimecha Elo-him kê Efraim vechi-Menashe””.


FELIPE DAIELLO – Autor de “Palavras ao Vento” e ” A Viagem dos Bichos” – Editora AGE – Saiba mais.

www.daiello.com.br

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