TABAGISMO

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As doenças cardiovasculares e o câncer são as principais causas de morte por doença no Brasil, sendo que o câncer de pulmão é a primeira causa de morte por câncer. Apenas 6,7% dos casos de câncer de pulmão não estavam relacionados ao cigarro, pois 90% ocorrem em fumantes, e 3,3% em fumantes passivos (pessoas que apenas convivem com a fumaça do cigarro).


Neste artigo:

Introdução
Principais malefícios do cigarro
Fumante passivo
Avanços na legislação
Dia Mundial sem tabaco


“O cigarro foi, por muitos anos, um símbolo de luxo, satisfação e status social. Sua venda é motivada pela exploração de uma imagem estratégica, em promoção de festas, concertos e eventos esportivos, sempre ligada ao que está na moda”.

Introdução

Após anos de consumo, o tabaco vem perdendo suas características “positivas”, e mostrando seu verdadeiro perfil. Hoje não há mais muita dúvida sobre os malefícios do uso de seus derivados para a saúde do fumante e de todos que vivem ao seu redor.

O tabagismo, segundo vários estudos, é responsável por 200 mil mortes por ano no Brasil (23 pessoas por hora), e por quase 50 doenças diferentes. Um terço da população adulta brasileira é fumante e o Brasil é o quarto produtor mundial de cigarros, o que, com relação às políticas de combate ao tabagismo, é uma grande incoerência.

Principais malefícios do cigarro

As doenças cardiovasculares e o câncer são as principais causas de morte por doença no Brasil, sendo que o câncer de pulmão é a primeira causa de morte por câncer. Apenas 6,7% dos casos de câncer de pulmão não estavam relacionados ao cigarro, pois 90% ocorrem em fumantes, e 3,3% em fumantes passivos (pessoas que apenas convivem com a fumaça do cigarro).

Na maioria das vezes, o cigarro leva à morte por doença coronariana (obstrução das artérias do coração), bronquite e enfisema, câncer no pulmão, outros tipos de câncer (de boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga e colo de útero), e doenças vasculares (entre elas, derrame cerebral e obstrução na circulação das pernas). Mesmo não levando à morte, este hábito pode causar impotência sexual no homem, complicações maternas e fetais na gravidez, úlcera do aparelho digestivo, infecções respiratórias, e trombose vascular; podendo culminar com amputação de extremidades e de membros inferiores.

Fumante passivo

O cigarro não afeta apenas as pessoas que optam por este hábito, sabidamente prejudicial. Os não-fumantes expostos à sua fumaça absorvem nicotina, monóxido de carbono e outras substâncias contidas no cigarro, charuto ou cachimbo, da mesma forma que os fumantes. A quantidade de tóxicos absorvidos passivamente depende da extensão e da intensidade da exposição, além da qualidade da ventilação do ambiente.

Os fumantes passivos sofrem os efeitos imediatos da poluição tabágica ambiental, tais como irritação nos olhos, manifestações nasais, tosse, dor de cabeça, exacerbação de problemas alérgicos e cardíacos – principalmente elevação da pressão arterial e angina (dor no peito). Outros efeitos, a médio e longo prazo, são a redução da capacidade funcional respiratória, aumento do risco de aterosclerose e aumento do número de infecções respiratórias em crianças.

O padrão de qualidade para o monóxido de carbono no ar inspirado é de 9ppm (partes por milhão). Nos ambientes de trabalho fechados, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) considera 50ppm como a concentração máxima a ser atingida, uma vez que representa o limite suportável pelo homem, por algum tempo. No entanto, colocando-se 25 fumantes consumindo quatro cigarros por hora em uma sala de 1.000 m³, rapidamente se atingirá 100ppm de monóxido de carbono, sem que ninguém tome consciência disto, nem tome providencias para a melhoria das condições ambientais.

A permanência em um ambiente poluído permite absorção de quantidades de substâncias nocivas em concentrações semelhantes às de quem fuma. Tal comprovação é feita através da medição do principal produto da decomposição da nicotina, que pode ser encontrada no sangue e na urina de não-fumantes que moram ou trabalham com fumantes.

Recentemente houve um aumento da conscientização dos indivíduos, sobre o ar que eles respiram em casa, ambientes de trabalho e locais públicos. A constatação dos malefícios causados pelas substâncias tóxicas do cigarro levou a população não-fumante a exigir seus direitos.

Avanços na legislação

No Brasil progressivamente surgem leis em nível estadual e municipal preservando os direitos dos não-fumantes. A propaganda e publicidade dos derivados do tabaco em revistas, jornais, televisão, rádio e outdoors está proibida, assim como o patrocínio de eventos esportivos nacionais e culturais pela indústria tabaqueira; o uso desses produtos nos veículos de transporte coletivo; a venda por via postal; a distribuição de amostra ou brinde; a propaganda por meio eletrônico, inclusive Internet; e a comercialização em estabelecimentos de ensino e de saúde. Também foi determinada a veiculação de advertências sobre os malefícios do tabagismo nas embalagens e em todas as propagandas, mesmo indiretas, sobre o produto; além da proibição do fumo em ambientes públicos fechados, exceto em áreas reservadas aos fumantes.

De acordo com o Banco Mundial, a indústria do cigarro gera uma perda mundial de 200 bilhões de dólares por ano. Nesta soma estão computados vários fatores, como sobrecarga do sistema de saúde com tratamento das doenças causadas pelo fumo, mortes precoces de cidadãos em idade produtiva, aumento no índice de aposentadoria precoce, aumento no índice de faltas ao trabalho, menor rendimento trabalhista, maiores gastos com seguros, limpeza, manutenção de equipamentos e reposição de mobiliários, maiores perdas com incêndios e redução da qualidade de vida do fumante e de sua família.

Mesmo assim a indústria tabaqueira tem um grande poder de pressão sobre o governo, por mera questão econômica. A razão disto é que ela gera uma receita significantemente alta, empregos e exportações. O recolhimento de impostos que incidem sobre o cigarro é mesmo muito representativo para o país, por isso acaba dificultando as ações de controle, mas os prejuízos decorrentes dele superam qualquer questionamento puramente econômico.

Além das perdas humanas, também devem ser contabilizadas as agressões ao meio ambiente e à saúde, daqueles que lidam com a plantação do tabaco.

Dia Mundial sem tabaco

Organização Mundial da Saúde (OMS) criou o Dia Mundial sem Tabaco, comemorado no dia 31 de maio, pelos 191 países membros da organização. Ela pretende sensibilizar a comunidade em geral sobre os malefícios do consumo dos produtos derivados do tabaco, divulgar e reforçar as leis que restringem o uso do tabaco em ambientes fechados, estimular os principais empregadores a converterem suas empresas em ambientes livres de tabaco, promover e divulgar o Programa Nacional para o Controle do Tabagismo, divulgar e apoiar o desenvolvimento e adoção da Convenção Quadro Internacional para o Controle do Tabaco, proposta pela Assembléia Mundial de Saúde. O tema deste ano será “Ambiente livre de tabaco”, direcionado principalmente aos não fumantes, para que preservem a sua saúde, combatendo o ato de fumar por seus colegas de trabalho.

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Fonte: www.boasaude.com.br

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