O PODER DA DÚVIDA – POR AKIM ROHULA NETO

299_especial_3_1A dúvida em geral nos incomoda muito porque impede a ação. O ser humano é um ser de movimento, nascemos biologicamente programados para ir e vir, tanto que um dos estímulos universais que despertam a raiva em nós é o impedimento de nosso movimento.


Olá querido leitor, o que você faz com suas dúvidas? Geralmente as pessoas tendem a buscar soluções rápidas para as dúvidas que aparecem, porém seria esse o melhor caminho para lidar com elas?

A dúvida em geral nos incomoda muito porque impede a ação. O ser humano é um ser de movimento, nascemos biologicamente programados para ir e vir, tanto que um dos estímulos universais que despertam a raiva em nós é o impedimento de nosso movimento. Este é o motivo pelo qual muitas pessoas querem “se livrar logo” das dúvidas que surgem e resolver logo o que fazer, porém “rápido” nem sempre é um critério adequado para lidar com a dúvida.

Esse critério apenas é válido quando a resposta para a ação precisa ser rápida, mesmo assim, sem ter outros critérios bem definidos a pessoa não se sentirá bem em relação à decisão tomada porque não foi uma boa decisão. Em geral, quando decidimos rápido, lidamos com a sorte.

Aprender a lidar com a dúvida significa, em primeiro lugar, aprender a conter o impulso de agir. Avaliar a dúvida é o segundo passo e envolve a capacidade de refletir sobre aquilo que nos causa a dúvida assim como a dúvida em si. Por exemplo: quando alguém lhe confronta com uma escolha o primeiro passo não é saber qual escolha tomar, mas sim se você precisa de fato realizar esta escolha. O segundo passo é: se sim, qual seria o seu obetivo em responder tal pergunta.

A dúvida precisa de critérios para serem resolvidos e esse é o terceiro passo assim como o grande problema com a dúvida. Em geral apenas ficamos em dúvida quando uma determinada situação ou escolha nos coloca nos limites de nossa reflexão. Em outras palavras: enquanto seus valores e critérios estão em ordem com o que acontece em sua vida as decisões são simples de serem tomadas, você pensa um pouco e sabe o que fazer.

Quando, porém, a situação está além de seus valores morais porque você não consegue encontrar uma maneira de empregá-los na situação específica entramos em dúvida. A ação se torna nebulosa em nossa mente e temos que rever todos os critérios que usamos para dar respostas. Muitas vezes estamos usando critérios inadequados, porém, muitas vezes temos que tornar nossos critérios mais ricos afim de encontrar uma resposta.

São as perguntas existenciais, o que é amar? O que é educar alguém? Como sei que estou ajudando? Essas dúvidas nos confrontam com aquilo que sabemos de nós e de como viver a vida. Quais dúvidas estão em sua mente nesse momento? Vai fugir ou encarar?


AKIM ROHULA NETO – Graduado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em Psicologia Corporal pelo Instituto Reichiano Psicologia Clínica e Centro de Estudos e em Programação Neurolingüística. Saiba mais.
akim@uol.com.br

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