LEMBRANDO JACQUES ATTALI, NOVAMENTE – POR JAYME VITA ROSO

“You have succeeded in life when all you really want is only what you really need” – Provérbio inglês

308_especial_2_1O homem tenta, mas não alcança, descobrir o sentido da vida, a meu ver, porque este mundo é-lhe pertinente com o tempo da própria vida. O homem não busca ter a mesma preocupação no sentido universal.


 

I
Contar minha vida para contar a trajetória de Jacques Attali

1 – Uma maneira de reviver sua própria história é tentar equiparar os preceitos que guiaram o historiador romano, —, quando esboçou e retratou sua célebre obra “Vidas Paralelas”. É um método. E sempre há um guia ou inspirador de qualquer escrito, um tanto fora do corriqueiro ou do seu usual.

2 – Trabalhei na França, nos fins dos tormentosos anos 60, sem residir no país, pois estava centrado em Pádova. Acompanhei os acontecimentos de 1968, com os movimentos populares, que culminaram com aascensão de Marechal de Gaulle à regência do país, que clamava por um governo forte.

3 – Sou incapaz de sintetizar acontecimentos e realçar personagens, mas destaco Sartre, Simone de Beauvoir, Daniel Cohen-Bandit que me chamaram a atenção. Desses movimentos populares, apareceram jovens que desejavam mudar tudo, inclusive o mundo (Bernard Levy, Glucksman, dentre outros), com o epíteto de “Novos Pensadores”.

4 – Já estabilizado o país, politicamente incapazes de sustentar o status quo, com o incremento da insatisfação, que se espalhava pela zona soviética também (Hungria, Tchecoslováquia, Polônia, Iugoslávia), os intelectuais franceses se apresentavam com novas ideias e novas proposições para, ao menos, mitigar as mentes da nova geração ascendente, uma vez que se esboçava a tecnologia em direção oposta aos anseios da classe operária e dos pensadores. E o retrocesso da classe política ocidental.

5 – Apareceu Jacques Attali[1] e seu companheiro, Marc Guillaume, da Escola Politécnica com um livro pioneiro, que lutava para a economia em liberdade, como chamada, para acompanhar Hallak, Dockès, Rosier, Nicolosi, Michalete e Dupuyem produções voltadas à contemporaneidade.

Ressalto a enorme e decisiva inferência de Erich Fromm, para a formatação das ideias lançadas cá e lá, com a retratação dos séculos XIX e XX, além de propor uma normatização política para a sociedade daquela época. Contundente, mas lúcido, Fromm respondeu que à sociedade faltava sanidade, quando balançavam, entre a idolatria totalitária, o supercapitalismo e o socialismo. E, ele propositivo, lutava por uma transformação econômica radical, uma transformação política sem meios termos e a consequente e necessária transformação cultural.

Fromm avançou ao cerne da natureza dos problemas do homem contemporâneo e as suas perspectivas para o futuro. Partiu da possibilidade de uma guerra. E acrescentou com o robotismo. E, acentuando, concluiu que, embora devêssemos “consultar e planejar juntos”, pois “a nova fase da história humana, se ela chegar a processar-se, será um novo começo e não um fim”, pois “haverá esperança” (p. 349-347).

6 – Mas, afinal, que livro Attali e Guillaume escreveram e que justifica este ensaio?

A renomada, na época, Presses Universitaires de France (PUF), no primeiro trimestre[2] de 1974, publicou a primeira edição do “L’anti-économique”[3].

7 – Attali, como um foguete espacial, entre a publicação desse livro e o início desta década do século XXI, ocupou diversas posições de destaque na política francesa e europeia, além de ter publicado duas dezenas de obras que, sempre, tiveram grande repercussão e enormes tiragens.

II
A economia em liberdade e as propostas que o livro “L’anti-économique” ofereceu e que serão consideradas

8 – A terceira edição do L’anti-économique, sobre a qual nos debruçamos, didaticamente, aborda:

8.1 – O que se entende por economia em liberdade?

Situada como oposição a todos os dogmatismos e confrontos, o mais recente status da ciência econômica, com os problemas concretos e quotidianos de nosso desenvolvimento sob uma forma: (i) simples, mas ignora, evitando deliberadamente as complicações secundárias e as formalidades que incumbem a análise econômica; (ii) crítica, pois a ciência econômica é uma ciência política que se insere frequentemente numa justificação implícita do estado social existente; (iii) ela é aberta às outras ciências sociais (psicologia, sociologia, psicanálise, ciência política), cujos resultados devem ser tomados em conta na análise econômica; (iv) sua originalidade repousa na presença de desenhos que demonstram que honrou os autores, é também um instrumento de análise e testemunha que a ciência econômica não é obrigatoriamente austera.

Há uma ficta liberdade no ar… ou um cinismo em não reconhecer e reelaborar a si mesmo… ou sermos verdadeiramente humanos, como se estampam as decisões das Nações Unidas, onde o poder de veto derrota qualquer tentativa de humanização global de um fato em questões transcendentes.

Concluem outros economistas que a economia com liberdade pretende ajudar cada um a melhor compreender a sociedade na qual está inserida (ou vive) e contribui para uma pedagogia da liberdade.

Tento, como autor deste artigo, traduzir o significado do que é ou significa ou pretende atingir a economia em liberdade, na contemporaneidade, onde não só a robótica tem valência, mas a globalização pressiona os países pobres para baixo ou a níveis profundos de desigualdade social, sem perspectiva de ascensão e os movimentos migratórios fazem ressaltar a intolerância na aceitação das massas que buscam liberdade para sobreviver, fora dos seus recantos originais.

Há uma ficta liberdade no ar… ou um cinismo em não reconhecer e reelaborar a si mesmo… ou sermos verdadeiramente humanos, como se estampam as decisões das Nações Unidas, onde o poder de veto derrota qualquer tentativa de humanização global de um fato em questões transcendentes.

8.2 – Os fundamentos ideológicos, mas científicos, que os outros buscaram para sustentar a aparente recusa podem ser resumidos em:

8.2.1 – O livro L’anti-économique é uma crítica da forma e do núcleo do ensino tradicional da ciência econômica;

8.2.2 – Com humildade, os autores apresentam o L’anti-économique como uma versão provisória da economia e é um programa de trabalho catequético, porque, para eles, toda análise social (e a economia o é) passa a ser profundamente política, levando os cultores da ciência econômica, enquanto participantes e protagonistas, muitas vezes, a tentar sem êxito todos os julgamentos valorativos que subjazem às análises que elaboram (e, acrescento hoje, aplicam o inconcreto como ato de governo).
Concluem os autores que o L’anti-économique pretende superar o antagonismo (enfatizo da época) quando ainda imperava o socialismo dos republicas do Pacto de Varsóvia, com o regime liberal, mas nem tanto, mas colocado em questão com as propostas e as ideias de Milton Friedman e demais seguidores da liberdade de negociar.

O homem tenta, mas não alcança, descobrir o sentido da vida, a meu ver, porque este mundo é-lhe pertinente com o tempo da própria vida. O homem não busca ter a mesma preocupação no sentido universal.

8.2.3 – Comento: a globalização reganiana e tacheriana agravou as condições de vida nas cidades e nos países, a persistência das desigualdades na repartição das riquezas e dos equilíbrios dos poderes, os desperdícios gerados pela alienação comunista e a destruição do meio ambiente, nada disso se compara com a ascensão vertiginosa da China no mundo: rompeu barreiras, com um socialismo cínico assentado num programa de conquistar o mundo, que a genialidade de Napoleão proclamava que, com o despertar dela, China, o mundo iria tremer (em torno de 1810)!

308_especial_2_28.2.4 – O grande descompasso, então, entre os países, está flagrantemente mostrado com o surgimento do econômico que passou a predominar e a guiá-los, onde um desenho estampado na página 8 do livro (elaborado com as outras ilustrações pelo cartunista Maja), mostra o homem contemporâneo, repartido em zonas na cabeça (o homem pensante), na boca (o homem político), nos braços (o homem econômico e produtivo), no peito e no abdômen (o homem passional e sentimental), no umbigo (o ego), no púbis (o homem sexual) e nas pernas (o homem militar)! Seria a representação modelo do homem contemporâneo? Não se encobre a si (sem licença trintenária pública, pois não consegui consultar os outros)?

III
Breve apreciação das “matérias” abordadas no livro L’anti-économique

9 – Tendo em conta a época em que Attali e Guillaume escreveram, sobretudo porque, em sequência, a demolição e a independência das antigas colônias (África, América do Sul, Oceania e Ásia), algumas conseguidas a ferro-e-fogo ( Vietnam), com a revolução da robótica emmarcha, com os costumes colocados em questão, comofeminismonascente e crescente e a diminuição da importância do sacro, com fundamentalismo religioso em marcha, sobretudo porque os países autônomos se voltaram às raízes, num mergulho espantoso, eis que a Economia não poderia escapar de solavancos.

10 – Por necessário, a meu sentir, enumero a “Tábua das Matérias” do livro L’anti-économique:

a) Como funciona o Econômico (p. 9-26)
b) A microeconomia, um outro planeta (p.27-58)
c) A macroeconomia, porque fazer? (p. 59-94)
d) Teoria econômica do crescimento econômico (p. 95-124)
e) O consumo e a explosão dos desejos (p. 125-144)
f) Conexão e organizações coletivas (p. 145-176)
g) A economia da natureza e do meio ambiente (p. 177-204)
h) Desigualdades, injustiça e exploração (p. 205-232)
i) Economia da utopia (p. 233-244)

Todos os temas poderiam ser focalizados com a ótica do presente momento histórico! Fascinantes, intrigantes, sérios, decisivos para os destinos do homem, no quadrante histórico que se avizinha: a era do homem anestesiado pela imprensa, pelos mitos contemporâneos, pela perda da fé religiosa, pela destruição ruinosa do meio ambiente, pela disseminação do fundamentalismo, pela conquista, através da aquisição de poderosos meios informativos pelos evangélicos, a busca concreta do poder político, do fragilizado mundo ocidental, pela ingenuidade com que é cuidado o Planeta Terra e assim por diante!

11 – O homem tenta, mas não alcança, descobrir o sentido da vida, a meu ver, porque este mundo é-lhe pertinente com o tempo da própria vida. O homem não busca ter a mesma preocupação no sentido universal. O homem recusa ou é indiferente às chamadas pelo que se está pensando na sua única casa temporal: mofa, com a contaminação, com o lixo e adota a cultura do descartar, após o uso, com todos os seus atos, inclusive nas relações pessoais e mais ainda nas pseudo-amorosas. O clima é tratado como um espetáculo hollywoodiano, ao se projetarem, por exemplo, as fraturas dos glaciares, pouco importando que se trata de um problema global, com graves dimensões sociais, econômicas, distributivas e políticas. E a água? Que importa, se falta ou é poluída, quando para compensar a engarrafada, até mesmo provinda de Portugal, França ou Itália! A biodiversidade está perdida! A qualidade de vida humana deteriora e já levou, aos grandes centros, a degradação social. Há desigualdade planetária inconteste!

Os mitos de hoje suplantam essa anorexia do humano em dar sentido à vida!

12 – Estamos tratando da Economia, como se fosse financeiro! A microeconomia, seja da empresa (com vista a um pretendido equilíbrio) navega, na realidade brasileira, no mar das contas públicas à beira do naufrágio. Os impactos são pagos para manter uma organizada minoria que consome a maioria dos recursos (sejam da máquina produtiva, das trocas exteriores e atividades guiadas de efetivas atividades limpas e descompromissadas).

IV
Para contribuir com a reflexão com uma pitada de ironia

13 – Ao homem foi dado o mundo e com tudo o que nele contém e existe (Gen 2, 19-20).

14 – Ao homem escapa a invisibilidade de Deus, que leva à sua transcendência, porque hoje, em um momento histórico de alta potência tecnológica, com o consequente delírio da onipotência e da grande confusão dos valores e do sentido da vida, o termo “transcendental” vem sido continuamente manipulado. Em primeiro plano, de sentido superficial, Deus é transcendente na ideia que está infinitamente longe do homem. Isto trouxe, no tempo à desvalorização da qualidade como dimensão espiritual, ligada ao Senhor. A um nível de sentido, ao invés, mais profundo e complexo, Deus é transcendente ao homem, porque lhe é sem fundamento.

Portanto, a transcendência de Deus é do tipo inclusivo, não exclusivo.

Estamos a ponto de atingir um estado humano correspondente à visão dos nossos grandes mestres, no entanto, estamos diante do perigo da destruição da civilização, ou da robotização.

Constitui o lugar da vida, fora do qual há somente morte[4].

15 – A liberdade de escolher o bem pode ou poderia dar um sentido à vida?

Até que sim, quando se age com responsabilidade, se dá um sentido de amor, ao sofrimento; se considera a vida efêmera e, diante do mundo atual, se leva em conta a neurose coletiva. Assim, Viktor E. Frankl[5] testemunhou sua vida e nos deu lições memoráveis.

16 – Quem faz planos econômicos ou atua na gestão de economia de um país, tem em vista o bem comum e, consequentemente dá um sentido à vida?

No capítulo sobre consumo, estatuto social, evasão e poesia (p.30), Attali reflete sobre as necessidades fundamentais do homem, as psicológicas e as alimentares. Elas existem, para que o indivíduo subsista. O resto é cultural, uma vez que o Estado também se preocupa em equipar a sociedade e, por via direta, aos cidadãos, com mínimo de bem-estar.

O papel do Estado, frente à interligação dos moradores e dos blocos políticos, deveria ser perpendicular, pois o monetarismo passou a dominar os espíritos ávidos de fortes lucros, a conta paga (bitcoin), sem atentar aos perigos de uma bolha financeira com riscos inimagináveis.

O que me impressionou foi o fato de Attali, reverenciando o Clube de Roma, passou a cuidar do resguardo e da proteção ambiental, do estabelecimento de normas para o uso de agrotóxicos, para concluir que era necessário criar “uma teoria política da natureza”, tendo em conta: “economia da natureza e exploração do terceiro mundo”; “economia da natureza e propriedade dos meios de produção” e “economia da natureza e processo de decisão” (p. 196-200).

As desigualdades, a injustiça e a exploração, a distribuição individual (em todos os matizes), condizem com Attali ao propor que o Estado tem o papel de redistribuir a riqueza. Enfim, suscita temas transcendentes (porque, a meu sentir, não encontrou solução que o satisfizesse), como a economia da utopia e a ciência econômica como utopia.

V
O início do fim ou do princípio do início?

Confronto Phlilippe Simonnot[6] que, no arrebol do século passado, se debruçou sobre a economia contemporânea, escrevendo: “A economia contemporânea explicada em trinta e nove lições, por Archibad, professor muito particular, a um Candido (Voltairiano) que poderia ser cada um de nós, isto é, qualquer um.No fim do último decênio, foi abandonado pelas mídias do contrassenso e lugares comuns sobre a importância essencial da economia, quem quer que creia saber de que o retorno do fato de mera “vulgata” compreendida nos bancos do liceu ou da universidade.

Da utilidade à corrupção, da mão invisível ao profetismo, da honra e da prudência ao cálculo da eficácia marginal do capital, da economia do direito ao aumento do desemprego, do bem comum à fiscalidade ou à proteção social, eis, assim, vestido o estado dos lugares da economia. Onde o leitor descobre os mecanismos inéditos colocados à realidade pelos economistas contemporâneos como aquisições diretas teóricas que se devem aos “clássicos”; as noções fundamentais esclarecedoras como o esquecimento dos outros – a escola francesa dos séculos XVIII e XIX notadamente, que ajudam, portanto, a procurar processos novos; breve, a natureza subversiva da economia, que coloca o mesmo plano o útil e o inútil, o racional e o irracional, o necessário e o luxo, o moral e o imoral”.

VI
A Encíclica de Francisco sobre o cuidado de bem comum e Epílogo

A encíclica Laudato Si do Papa Francisco, além de oferecer uma luz sobre a doutrina social da Igreja, como encíclica é um marco fundamental para a interpretação do mundo contemporâneo.

Desde que se pensa no mundo contaminado e devastado; sem água; com a perda da biodiversidade; com a deterioração da vida humana e degradação social; a ilegalidade na distribuição dos bens, tudo foi abordado, com franqueza, à luz da doutrina social da Igreja (retrocedendo à RerumNovarum).

A criação foi escrutinada.

O anúncio do Evangelho, confrontado com a tecnologia (sua criatividade e seu poder), as crises e as consequências do antropocentrismo moderno.

Até que… sonho ou utopia, busquemos uma ecologia integral (economia, ambiental, social, cultural) com justiça. Até chegarmos à educação e a uma espiritualidade ecológica. Temas abrangentes, revolucionários, dentro da escola de antropologia contemporânea.

Partiríamos para um novo espírito de vida?

Gozamos de paz?

Converteremos o homem à ecologia?

Revolucionaremos a evolução?

Por fim, queremos sobreviver ou, como escreveu Erich Fromm há quatro décadas: “O homem está, hoje em dia, diante da escolha mais fundamental: não é a escolha entre o capitalismo e o comunismo, mas entre o robotismo (tanto do tipo capitalista como do comunista) e o Socialismo Comunitário Humanista. A maioria dos fatos indica que ele escolherá o robotismo, o que significa, com o tempo, a insânia e a destruição. Mas todos esses fatos não são suficientemente fortes para destruir a fé na razão, na boa vontade e na sanidade humanas. Enquanto pudermos idealizar outras alternativas não estaremos perdidos, enquanto pudermos consultar e planejar juntos, haverá esperança. Mas, na verdade, a sombra se avulta, as vozes da insânia se tornam mais volumosas. Estamos a ponto de atingir um estado humano correspondente à visão dos nossos grandes mestres, no entanto, estamos diante do perigo da destruição da civilização, ou da robotização. Há milhares de anos foi dito a uma pequena tribo: ‘Coloquei diante de vós a vida e a morte, a graça e a maldição – escolhestes a vida’. Esta é também a nossa escolha”[7].


7Erich Fromm. Psicanálise da sociedade contemporânea. Zahar Editores: Rio de Janeiro, 1967. p. 346-347


[1]Jayme Vita Roso. Carrefour para intelectuais franceses contemporâneos. Edições Bagaço: Recife, 2011. “Jacques Attali, síntese do talento judaico” p. 185
[2]O livro foi revisto e corrigido pelos autores Attali e Guillaume e, no primeiro trimestre de 1975, sai a 3ª edição.
[3] Jacques Attali,‎ Marc Guillaume. L’anti-économique. PressesUniversitaires de France – PUF, 248 p.
[4]Valerio Albisetti, “La libertà di scegliere il bene”, p. 5, Paoline Editrice, Milão, 2014
[5] Viktor E. Frankl. Découvrir un sens à sa vie avec la logothérapie. Paris: Les Éditions de l’Homme, 2012. p. 132-149; 158-169)
[6] Philippe Simonnot. 39 leçonsd’économiecontemporaine. Paris: Éditions Gallimard, 1998. 551 p.
[7] Erich Fromm. Psicanálise da sociedade contemporânea. Zahar Editores: Rio de Janeiro, 1967. p.346-347

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