QUEM ESTICA A MÃO PRIMEIRO? – RABINO ARIEH RAICHMAN

310_historia_3_1Um fundo comunitário que presta assistência a pessoas necessitadas pode ser de grande importância.


O Shelá Hakadosh ensinou uma vez que o ato da mitzvá de tzedaká contém o nome de D-us.

Yud – É a moeda que o doador mantém em sua mão.

Hei– São os cinco dedos do doador.

Vav– A mão estendida do receptor que precisa de ajuda.

Hei– São os cinco dedos do receptor, coletando a doação.

O nome de D-us é encontrado apenas no caso em que o doador dá, antes da solicitação de doação. No entanto, se aquele que precisa da doação estica a mão primeiro, então o nome de D-us não se encontra. Quando D-us diz “E dê-me uma doação,” Ele está nos pedindo para dar semelhante à maneira como Ele faz. Mesmo antes de pedir o ar para respirar, e outras necessidades básicas, Ele já nos fornece. Assim devemos fazer- doar mesmo antes que as pessoas peçam.

A história de dar

Quando os membros da comunidade de Barditchev organizaram uma reunião, convidaram seu rabino a participar. Durante a reunião, um membro, um homem bastante rico, tomou a palavra. “Todos nós aqui”, ele começou, “estamos envolvidos em questões importantes, cada um à nossa maneira. No entanto,” ele continuou, “a constante batida em nossas portas pelos inúmeros indigentes que povoam nossa cidade perturba a nossa paz e interrompe nossos horários ocupados. Portanto, gostaríamos de iniciar uma nova decisão. A partir de agora, será proibido que um homem pobre bata nas portas. Em vez disso, os indigentes recolherão uma soma de dinheiro por mês na sinagoga.”

O rabino de repente se levantou, juntou o chapéu e o paletó e começou a sair. O rabi Levi Itzchak disse que, desde o início, tinha feito uma condição com a comunidade de que eles não o incomodariam com antigos decretos. “Esta sugestão é um antigo decreto, datado dos tempos de Sodoma e Gomorra. Eles também instituíram tais leis. Proibindo que as pessoas distribuam caridade aos mendigos…” O silêncio atordoado reinou na reunião e a proposta foi cancelada.

Vergonha

Um fundo comunitário que presta assistência a pessoas necessitadas pode ser de grande importância. Na verdade, o Talmud e a lei judaica mencionam a necessidade das comunidades criarem esse tipo de fundo. O objetivo de tal projeto é evitar que a pessoa passe vergonha tendo que ir de porta em porta para coletar.

Um membro da comunidade na Venezuela nos contou como um homem idoso foi ao centro judaico para obter um pacote de queijo, mas o constrangimento de estar lá o fez ir embora. Ele preferia estar com fome em casa, ao ser visto. Essas mesmas emoções certamente passam por uma pessoa pedindo de porta em porta. Então, não importa se existe um fundo comunitário ou as pessoas batem nas portas; evite o constrangimento e dê à maneira divina – antes da pessoa precisar pedir.

Shalom.


Rabino Arieh Raichman – Nasceu em Houston, Texas, e estudou em várias Yeshivot da Argentina, Brasil e Estados Unidos. Recebeu sua Smicha- Certificado de Rabino da Rabbinical College of America, e também é formado em Mohel. Desde 2009, juntamente com sua esposa e quatro filhos, é o emissário de Chabad em Manaus, Amazonas.

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