O SUCESSO – POR AKIM ROHULA NETO
Existem muitas formas de alcançar o sucesso e a vida busca por mais relações. Ela quer estar no grupo. Então o sucesso se torna algo pessoal e algo além do pessoal. Ele funde estes dois universos na pessoa e na sociedade.
Você deseja ser bem sucedido? E quem não deseja? O sucesso é um termo que tem um valor muito alto em nossa cultura e sociedade. A busca pelo sucesso, porém, pode mostrar-se traiçoeira. Várias são as histórias que nos mostram alguém que, na busca pelo sucesso, perde tudo.
Como adentrar neste território sem ser pego pelas armadilhas comuns que orbitam o tema do sucesso? Em primeiro lugar, refletindo sobre ele.
Pensamos no sucesso como as coisas que conquistamos. Essa é uma reflexão comum.
Porém, em Carmina Burana de Carl Orff, temos reflexões sobre a natureza da “Fortuna”: “és como a lua, mutável”. A “fortuna” é mutável, as coisas vem e vão. Nem sempre podemos contar com os resultados de conquistas como “provas” de que nos sentimos bem sucedidos.
Essa percepção aparece em várias histórias nas quais o herói, após uma conquista, sente-se vazio, ou percebe que o preço pago pela conquista foi “alto demais”. Assim sendo, onde realmente começa o sucesso?
É possível olhar para algo além das conquistas? Se repousarmos nossa percepção em algo que surge antes delas, podemos ver o sucesso como uma experiência. Essa percepção nos aponta para uma sensação. É algo que sentimos em algumas pessoas. Simplesmente olhamos e sentimos “essa é uma pessoa bem sucedida”. Essa sensação é importante.
Ela não nos fala apenas daquilo que a pessoa conquistou. É algo mais, algo além. Trata-se de uma sensação de conexão com um propósito maior. Ele engloba as conquistas (sim, elas são importantes) e vai além delas. Está em conexão com o sentido que estas conquistas tem para a vida de quem está buscando elas.
A conexão com a vida é onde podemos começar a pensar no sucesso. A vida deseja mais vida. Ela quer expandir-se assim como o sucesso. Quando nos aliamos à vida, o sucesso torna-se algo intrínseco. Ele está a serviço de nossa vida e não contra ela. Com isso, nós não caímos em ciladas do sucesso. Se ele serve a vida em nós, não se torna preso às formas pelas quais aparece.
A pessoa que está conectada com o sucesso que enaltece a vida consegue apegar-se e desapegar-se das formas do sucesso, ou seja, das conquistas. Isso é importante porque nem sempre aquilo que trouxe o sucesso vai manter o sucesso. Muitas vezes precisamos de algo mais, ou de algo além. Quem está conectado com a vida consegue perceber e agir em prol disso.
Se o sucesso está conectado com a vida que somos, ele também pode ligar-se à vida de nossa sociedade. Ambos interesses podem convergir. Existem muitas formas de alcançar o sucesso e a vida busca por mais relações. Ela quer estar no grupo. Então o sucesso se torna algo pessoal e algo além do pessoal. Ele funde estes dois universos na pessoa e na sociedade.
Com isso, ser bem sucedido é algo além das conquistas e que engloba as conquistas. É um movimento de “soma” e não de subtração. É algo ligado à vida de cada um de nós e à de nossa sociedade, família e cultura. É uma experiência que tem uma dimensão concreta e subjetiva. É algo mais rico, é algo “além”.
AKIM ROHULA NETO – Graduado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em Psicologia Corporal pelo Instituto Reichiano Psicologia Clínica e Centro de Estudos e em Programação Neurolingüística. Saiba mais.
