DEBATE SOBRE A MENTIRA COMO UM OBSTÁCULO PARA A CULTURA DA PAZ

Como a mentira pode ser um obstáculo a cultura da Paz? Como dividir o mundo entre verdade e mentira? Para discutir esses temas relevantes, o Ministério da Cultura, a Congregação Israelita Paulista (CIP) e a Livraria Cultura realizaram nesta terça-feira, 19 de junho, na Arena da Livraria Cultura do Shopping Iguatemi, o evento Dilemas Éticos.

Com a Arena completamente lotada, o Rabino Michel Schlesinger, a Monja Zentchu Sensei (que substituiu a Monja Cohen por motivo de doença) e o jornalista Gilberto Dimenstein debateram o tema “Mentira- Um obstáculo a Cultura da Paz” onde capturaram a atenção do público por quase uma hora e meia.

Dimesntein abriu o evento com um vídeo mostrando alguns exemplos de fake news que circularam nas redes sociais e até mesmo na imprensa nos últimos tempos. “A verdade passou a ser algo relativo e a mentira não nasceu ontem e nunca se propagou com tanta rapidez. O próprio povo judeu vem lutando contra a mentira e contra o ódio durante toda sua existência. É preciso bom senso e muito diálogo”, disse ele.

O encontro abriu o espaço para temas como o peso das fake news nas eleições, a mentira como um canal de ódio nas redes sociais, a vida após a morte e o divino e o pecado, entre outros.

“Em todos os eventos “Dilemas Éticos”, buscamos abordar assuntos complexos e que sejam relevantes para a sociedade. Hoje resolvemos falar sobre a mentira como obstáculo para a construção da paz. Mentir é proibido, mas o medo de ser enganado não pode reduzir a liberdade de que cada um tenha e possa demonstrar sua visão de realidade. A ditadura de uma única interpretação dos fatos é mais assustadora do que a necessidade de checar e confrontar diferentes fontes de informação. O judaísmo combate a mentira historicamente, mas também admite que ela seja aceita em situações onde a verdade possa causar um prejuízo ainda maior”, destacou o rabino Michel.

“A mentira não vem de fora. Ela está dentro de cada um de nós. A cultura da paz está baseada no autoconhecimento e na sabedoria. Temos que assumir a responsabilidade das nossas vidas para ter um olhar de paz. A verdadeira paz é aquela que está presente em nossas vidas, no corpo, na mente e nas emoções. Uma pessoa em paz, é aquela que é uma só, não está dividida, e está inteira onde estiver. É exatamente a divisão que dá espaço para a mentira e o ódio”, frisou a Monja Sensei.

“Apesar de cada um ter sua visão de mundo, todos se encontraram nas questões essenciais. No final, o que as religiões pregam é a ideia do religar, reconectar o homem a algo maior. Isso se mostrou inclusive nesse espaço. Inclusive fiquei surpreso com a atenção que as pessoas tiveram do início ao fim do encontro”, concluiu Dimenstein.

Crédito Fotográfico – Eliana Assumpção

317_fique_4_1Equipe da CIP com a Monja Zentchu Sensei

317_fique_4_2Rabino Michel Schlesinger, Pedro Herz e Simone Rosenthal

317_fique_4_3Rabino Michel Schlesinger, Gilberto Dimenstein e a Monja Zentchu Sensei debatem

317_fique_4_4Eve Pekelman, Liane Zaidler, Sheila Szymonowicz, vice-presidente da Na´amat Pioneiras São Paulo, Raquel Gabel e Laura Feldman

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