COMPRAS COMPULSIVAS: DOENÇA OU HÁBITO? – DR. HEWDY LOBO RIBEIRO
A mais significativa herança deixada pelo capitalismo é sem dúvida o descontrole consumista. A necessidade do consumir vem alterando o comportamento do homem e, consequentemente, suas relações. Mas até que ponto o comprar em excesso pode ser considerado normal, e quando representa uma doença?
O simples fato do indivíduo possuir dívidas financeiras devido ao hábito consumista não pode ser caracterizado como uma doença.
A verdade é que muitos brasileiros não possuem educação financeira e, desse modo, se colocam em situações de dívidas intermináveis. O “remédio” nesses casos é uma reeducação financeira promovida por escolas ou profissionais qualificados.
A quantidade do gasto por si só também não configura uma doença. Muitas pessoas podem apresentar episódios de gastos excessivos como em períodos de férias ou aniversário, por exemplo.
O problema é que uma pequena parte da população apresenta comportamento crônico e repetitivo, geralmente muito difícil de ser interrompido. O Transtorno do Comprar Compulsivo tem como características a extrema angústia, sofrimento e descontrole. Muitas vezes os itens comprados não são necessários para o indivíduo, ou o valor do produto é maior do que pode ser realmente pago. A preocupação em comprar é vivenciada como sem sentido, e os pensamentos intrusivos podem permanecer por muito tempo.
Nesses casos o indivíduo deve procurar ajuda de profissionais especializados para poder controlar seus impulsos. O Transtorno do Comprar Compulsivo possui tratamento e esse é baseado na Terapia Comportamental, a qual apresenta melhor eficácia em pacientes com esse transtorno. A indicação medicamentosa também pode ser eficaz e é uma possível alternativa para o tratamento. Mas lembre-se: o uso de qualquer medicamento deve ser prescrito e acompanhado por um médico.
Para saber mais sobre esse tema no site Vida Mental você encontrará textos e vídeos que esclarecem essas e outras dúvidas.
Atualmente é colaborador da Universidade de São Paulo no Instituto de Psiquiatria no ProMulher – Projeto de Atenção à Saúde Mental da Mulher. Psiquiatra com Título de Especialista pela Associação Brasileira de Psiquiatria. Psicogeriatra com Título de Especialista pela Associação Brasileira de Psiquiatria.
Psiquiatra Forense com Título de Especialista pela Associação Brasileira de Psiquiatria. Nutrólogo pela Associação Brasileira de Nutrologia. Docente do Curso Anual de Atualização em Nurologia da Associação Brasileira de Nutrologia. Terapêuta Cognitivo Comportamental pelo AMBULIM – Projeto de Assistência, Ensino e Pesquisa em Comportamento Alimentar do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo.
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