BRASILEIROS CRIAM VACINA CONTRA CÂNCER DE PRÓSTATA
A vacina já recebeu uma patente internacional e está agora na fase clínica, com previsão de entrada no mercado em três anos.
Uma empresa brasileira criou uma nova tecnologia de combate ao câncer que funciona como uma vacina.
Inicialmente ela será usada para tratar câncer de próstata, mas já há estudos em curso prevendo sua aplicação em outros tipos de câncer.
Trata-se de uma vacina autóloga – ou seja, feita com células tumorais do próprio paciente – desenvolvida pela empresa gaúcha FK Biotec com apoio da FINEP, o banco da inovação tecnológica do governo federal.
Os primeiros testes mostram resultados muito promissores. Em um grupo de 107 pacientes acompanhados por cinco anos, foi usado o nível de PSA como referência do que poderia ser chamado de cura bioquímica, ou seja, quando o PSA fica indetectável. O PSA é uma proteína encontrada no sangue que, quando em nível elevado, indica a possibilidade de câncer de próstata.
No grupo vacinado, após cinco anos, 85% dos pacientes tiveram PSA indetectável. No grupo de controle, apenas 48% apresentaram esse resultado.
A sobrevida também aumentou de forma significativa. A média de mortalidade esperada conforme a literatura médica é de 20%. O grupo não vacinado teve 19% de mortes por câncer. No grupo vacinado, a mortalidade foi de apenas 9%. “Nesse tipo de paciente, a mortalidade é de 1 em 5 pacientes, mas com a vacina, a chance de morrer da doença é de 1 em 11”, explica Fernando Kreutz, pesquisador responsável pela vacina.
O produto criado não se limita ao câncer de próstata, podendo ser expandido para outros tipos da doença. Os pesquisadores já estão estudando seu uso em melanoma e câncer de pâncreas – este último é muito agressivo, com sobrevida de apenas três meses.
“Testamos por enquanto em apenas três pacientes, mas um deles respondeu ao tratamento e seu tumor diminuiu de tamanho, o que é muito raro e indicativo de que essa plataforma tecnológica é promissora”, conta Fernando.
A vacina já recebeu uma patente internacional e está agora na fase clínica, com previsão de entrada no mercado em três anos.
Fonte: www.diariodasaude.com.br
Imagem: VVG/SPL/Finep