VOCÊ INGERE VITAMINA K SUFICIENTE?
O estudo mostrou uma grande disparidade no conteúdo de vitamina K entre as hortaliças cultivadas no Brasil e as mesmas espécies cultivadas nos EUA.
O déficit de vitamina K pode levar, entre outras possibilidades, a problemas de coagulação.
“O papel clássico da vitamina K está relacionado com o mecanismo de coagulação sanguínea, mas estudos epidemiológicos mostram que ela tem outros papéis no organismo, como a manutenção da saúde óssea,” explica Simone Aparecida Faria, pesquisadora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP.
Além disso, estudos têm indicado a falta desta vitamina em pessoas que ingerem constantemente anti-inflamatórios e anticoagulantes.
Recomendação de ingestão da vitamina K
A recomendação para a ingestão diária de vitamina K é de 90 µg/dia para mulheres e 120 µg/dia para homens
Mas a vitamina é tão desconhecida que, até agora, não havia uma tabela brasileira de sua presença nos alimentos.
Foi o que Simone e Marilene Penteado se dispuseram a fazer.
Elas mediram a quantidade de vitamina K para as principais hortaliças consumidas pelos brasileiros.
Dos valores encontrados, destacam-se o espinafre cru (404,57 microgramas (µg)/100 g), o repolho verde cru (336,05 µg/100 g) e a rúcula (319,20 µg/100 g).
Os dados indicaram também que a ingestão diária da vitamina K pelos brasileiros está abaixo do recomendado, com 88 µg/dia entre os jovens, 98 µg/dia entre os adultos e 104 µg/dia entre as pessoas com mais de 60 anos.
Vitamina K em hortaliças
As pesquisadoras também compararam as quantidades desta vitamina encontradas em hortaliças cultivadas em São Paulo e nos EUA.
Enquanto a alface americana plantada no Brasil apontou 77,79 µg/100 g de vitamina K, nos EUA ela alcança 102,30 µg/100 g. A couve cultivada aqui tem 245,52 µg/100 g e a cultivada lá, 817,00 µg/100 g.
Já a rúcula brasileira é mais rica nessa vitamina: são 259,11 µg/100 g contra 108,60 µg/100 g da norte-americana.
Isto mostra a importância do levantamento de dados referentes aos alimentos cultivados no Brasil, sobretudo para o trabalho dos nutricionistas.
A utilização apenas de dados internacionais, como é mais comum, não é adequada porque “as composições nos alimentos mudam conforme o tipo de solo do cultivo, quantidade de luz recebida, dados pluviométricos,” explica Simone.
Fonte: www.diariodasaude.com.br – Com informações da Agência USP
Imagem: Wikipedia/Leo Michels