PAPO COM O RABINO DOVI GOLDBERG, DA SINAGOGA DO MORUMBI
Ambas as naturezas (do homem e da mulher) são necessárias para o funcionamento de nosso mundo, mas sem as mulheres, a essência, os sonhos do homens seriam inúteis.
Meus amigos,
Baseado nos meus “papos” anteriores sobre alma judia, muitos me pediram para explicar por que o judaísmo é transmitido através da linha materna. Por qual razão apenas aquele que nasce de mãe judia é automaticamente judeu?
A razão não é porque é mais fácil identificar quem é sua mãe. Portanto, o fato de que hoje em dia temos o teste de DNA não faz nenhuma diferença. Judaísmo não está em nosso DNA, e sim em nossa alma. Isso também explica como é possível uma pessoa se converter.
A real explicação se baseia em que existem duas dimensões no ser humano: (a) a sua essência, e (b) o que ele projeta para fora, como os seus talentos e habilidades. Na terminologia cabalística, esta última é chamada de “revelações”, em oposição à essência. Enquanto a mulher cria a essência, o homem fornece o potencial que a criança poderá desenvolver e projetar – as “revelações” de seu ser.
Então, ainda que para a criação de uma criança sejam necessários tanto um homem como uma mulher, as funções de cada um são completamente diferentes.
Estas diferenças entre o homem e a mulher, de acordo com a Cabala, são devidas às diferentes naturezas da alma macho e da alma fêmea, desde suas origens no mundo cósmico, nas chamadas 10 Sefirot (forças) com as quais D’us criou o mundo.
Homens são mais agressivos, tomadores de riscos e desafiadores, mas são mais superficiais. As mulheres, por outro lado, vêem coisas com mais profundidade e avaliam melhor, já que elas têm o poder da essência.
Ambas as naturezas são necessárias para o funcionamento de nosso mundo, mas sem as mulheres, a essência, os sonhos do homens seriam inúteis.
E é por isso que, no judaísmo, todos os elementos superficiais – as “revelações” – seguem a linha do pai. Por exemplo, se sefaradi ou ashkenazi, Kohen ou Levy, desta ou daquela tribo; até a esposa segue os costumes de seu marido.
Ainda neste sentido, só o homem precisa de Brit para afirmar seu compromisso com D’us; também seu Bar Mítzva envolve muitos rituais que a mulher não necessita.
Mas ser judeu – a essência da alma – depende da mãe! Se o pai é sefaradi e kohen, mas a mãe não é judia, o filho não será nem sefaradi nem kohen.
Isso explica o que D’us disse para o primeiro pai judeu, Abrão, quando ele discordou da primeira mãe judia, Sarah: “Tudo o que Sarah disser, você deve seguir”!
Um abraço e Shalom.