“SIM, QUERIDA”: É MELHOR SER FELIZ DO QUE ESTAR CERTO?

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Muitos casais levam uma vida desnecessariamente estressante por quererem estar certos em suas opiniões, em vez de se sentirem felizes. Mas o que é melhor: querer estar certo ou tentar ser feliz?

Bruce Arroll e seus colegas da Universidade de Auckland (Nova Zelândia) tentaram responder a esta questão avaliando o efeito de tentar estar certo ou de ser feliz na qualidade de vida de um casal. O experimento envolveu um casal real vivendo em sua própria casa – o detalhe é que o homem concordou com o estudo e sabia tudo a respeito do que seria feito, mas a mulher não.

Os pesquisadores decidiram que o homem deveria adotar a postura de tentar ser feliz, concordando com a mulher nas disputas e atendendo seus pedidos sem reclamar, enquanto a mulher foi deixada com sua tendência natural de gostar de estar certa. A qualidade de vida dos dois foi medida utilizando uma escala de pontuação de 1 a 10, sendo 10 a melhor qualidade possível de vida.

O estudo teve que ser interrompido depois de 12 dias, devido a um incidente adverso grave, uma briga na qual o homem verificou que sua mulher se tornava cada vez mais crítica em relação a tudo o que ele fazia.

A qualidade de vida do homem caiu do 10 inicial para o nível 3 nesses 12 dias de “Sim, querida”. A pontuação da mulher aumentou ligeiramente de 8 para 8,5.

Necessidade de equilíbrio

“Parece que estar certo é uma causa de felicidade, e concordar com o que se discorda é uma causa de infelicidade,” analisam os autores. “Os resultados desta avaliação mostram que a disponibilidade desenfreada de poder sem contestação afeta negativamente a qualidade de vida das pessoas no lado receptivo.”

Eles concluem: “Acreditamos ser prejudicial para um parceiro concordar sempre com o outro. No entanto, são necessárias mais pesquisas para ver se nossos resultados se mantêm no caso de ser o homem quem tem sempre razão.”

Na verdade, a conclusão dos pesquisadores soa estranha, já que se refere a aspectos individuais, quando o estudo envolve um casal. Afinal, não se pode dizer que a mulher ficou mais feliz quando a situação levou o casal a uma crise. Seria mais razoável uma interpretação que ponderasse o equilíbrio de opiniões, e não a passividade, e a necessidade de que cada um tente defender suas próprias verdades sem anular o outro.

Outro estudo mostrou que, mesmo que os dois membros de um casal reajam diferentemente aos eventos que vivenciam juntos, eles podem estar “emocionalmente no mesmo lugar”. Outra análise do comportamento dos casais mostrou que, no geral, os maridos relatam comportamentos mais construtivos e menos comportamentos destrutivos do que as mulheres, embora as mulheres melhorem ao longo do tempo:

 

  • Comportamento durante as brigas prevê chance de divórcio do casal

 

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Fonte: www.diariodasaude.com.br – Imagem: UCDavis