RISCO DE CÂNCER NÃO AUMENTA COM A IDADE
Câncer e idade
Embora seja amplamente alardeado que o câncer é uma consequência inevitável do envelhecimento, o risco de desenvolver vários cânceres comuns na verdade diminui com a idade.
Pesquisadores já há muito tempo tentam desvendar essa intrigante diminuição porque ela desafia a teoria científica sobre mutações genéticas que se acumulariam com a idade, o que deveria favorecer a tão propalada associação entre câncer e idade.
Uma possível solução para este enigma foi discutida agora em um artigo publicado pelo Dr. James Brody, da Universidade da Califórnia de Irvine (EUA).
“A maioria dos cânceres tem uma idade de ocorrência característica – cânceres testiculares ocorrem principalmente dos 25 aos 40 anos, enquanto sarcomas ósseos acometem mais os adolescentes. Acima da idade característica, a incidência destes cânceres diminui. Vários cânceres comuns parecem ter uma idade característica de ocorrência maior do que o tempo de vida típico. Observações desses cânceres levaram à crença de que a incidência desses cânceres aumenta sem limite.
“No entanto, eu acredito que nós apenas não conseguimos ver a diminuição da incidência de alguns tipos comuns de câncer porque as pessoas não vivem o suficiente para isso,” diz o Dr. Brody.
Segundo sua teoria, o pico da incidência de câncer está por volta dos 80 anos, uma idade que está no topo da longevidade na maioria dos países. A partir daí, a incidência da doença volta a declinar.
Se o Dr. Brody estiver correto, uma diminuição do câncer entre idosos poderá ser facilmente verificada com o aumento do número de pessoas que atingem a casa dos centenários. [Imagem: James P. Brody]
Origem do desenvolvimento
A pesquisa atual sobre o câncer tem três pontos focais: como diagnosticar os tumores mais cedo, como tratar pacientes com câncer para prolongar e melhorar suas vidas, e como é que os tumores se originam.
Uma possível explicação para esta última questão é que muitos tipos de câncer originam-se no início da vida, possivelmente antes do nascimento – isto é conhecido como hipótese da origem do desenvolvimento da doença.
Se for verdade, isso sugere que seria possível criar um teste para determinar se uma pessoa poderá desenvolver uma forma específica de câncer décadas antes que a doença surja.
Em última análise, este exame levaria a um diagnóstico precoce e à prevenção de muitas formas de câncer.
Hipóteses e teorias
Se a hipótese das mutações aleatórias que se acumulam ao longo da vida tem falhado, resta agora verificar essa hipótese da “predisposição para o câncer”. Mas, por enquanto, são só teorias – os únicos fatos são os observados efeitos entre idades características e determinados cânceres.
Se o Dr. Brody estiver correto, uma diminuição do câncer entre idosos poderá ser facilmente verificada com o aumento do número de pessoas que atingem a casa dos centenários.
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Fonte: www.diariodasaude.com.br