A FORÇA DE UM BOM ATO – RAV EFRAIM BIRBOJM
Apesar das coisas boas que fazemos, ocasionalmente também cometemos erros, mas é o nosso esforço para melhorar que nos torna tão preciosos aos olhos de D’us.
Daniel certa vez procurou seu rabino para fazer uma pergunta que o incomodava muito. Ele queria saber porque valia a pena se esforçar tanto para fazer boas ações, se mais cedo ou mais tarde acabaria fazendo alguma transgressão e colocaria tudo a perder. O rabino respondeu com uma interessante comparação:
– Meu querido Daniel, imagine se você estivesse em um lugar onde há uma paisagem de tirar o fôlego. Então você não resiste e tira uma bela fotografia, que depois é colocada em uma linda moldura. Se você fosse ao mercado vender, quanto você acha que conseguiria por ela? Talvez uns 30 ou 40 reais no máximo.
– Porém o que aconteceria – continuou o rabino – se você fosse ao mesmo lugar, visse a mesma paisagem, mas ao invés de fotografá-la, você pegasse uma tela, passasse o mês inteiro pintando a cena de forma artística e depois a emoldurasse. Se você fosse ao mercado, poderia vender esta tela por mais de mil reais. Porém, não é estranha esta diferença de valores? A fotografia é muito mais perfeita, contém cada pequeno detalhe da paisagem, enquanto a pintura, apesar da beleza, capta apenas algumas partes da cena. Sabe por que esta diferença de valores? Pois na verdade é o esforço que conta.
– Esta é a resposta para sua pergunta – concluiu o rabino – os anjos têm a perfeição da fotografia, nunca cometem transgressões. Mas a perfeição deles não tem tanto valor aos olhos de D’us, pois vem sem esforço. Já os seres humanos são imperfeitos. Apesar das coisas boas que fazemos, ocasionalmente também cometemos erros, mas é o nosso esforço para melhorar que nos torna tão preciosos aos olhos de D’us.
Daniel saiu de lá feliz. Ele entendeu que as transgressões, apesar de serem graves, não apagavam os méritos de seus bons atos. Por isso valia a pena se esforçar para crescer um pouco mais a cada dia.
RAV EFRAIM BIRBOJM – Mestre em Engenharia pela Escola Politécnica da USP, começou seu processo de Teshuvá (retorno ao judaísmo) aos 25 anos, através da Instituição “Binyan Olam”. Saiba mais.