ANTIDEPRESSIVO ALTERA ARQUITETURA DO CÉREBRO EM QUESTÃO DE HORAS

Uma única dose de um dos medicamentos mais amplamente prescritos no mundo todo para o tratamento da depressão provoca alterações em todo o cérebro em questão de poucas horas.
A descoberta, que surpreendeu os pesquisadores, foi feita por uma equipe do Instituto Max Planck para Cognição Humana e Ciências do Cérebro, em Leipzig.
Eles descobriram que o ingrediente ativo escitalopram, que influencia a disponibilidade do neurotransmissor serotonina, provoca grandes alterações na conectividade entre as redes funcionais cerebrais – em outras palavras, a atividade cerebral síncrona em várias áreas do cérebro – mesmo quando ele está em repouso.
Escitalopram e serotonina
O escitalopram influencia quais redes do cérebro são ativadas simultaneamente, isto é quando elas oscilam em sincronia.
Este efeito rápido e abrangente do medicamento é inesperado, já que os efeitos antidepressivos desta classe de drogas geralmente requerem de duas a três semanas para se manifestar.
Antidepressivos fazem mais mal do que bem aos pacientes
O estudo sugere que o efeito dessa classe de medicamentos – chamados inibidores seletivos da recaptação da serotonina – começa apenas algumas horas após a ingestão inicial da droga.

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Comparação da rede cerebral com placebo (esquerda) e com uma dose de 20 miligramas de escitalopram (direita). [Imagem: Schaefer et al./Current Biology 2014]

A serotonina é um neurotransmissor essencial que regula funções importantes do cérebro, como a percepção sensorial, o controle cognitivo, a regulação da emoção, os processos vegetativos e a atividade motora.
Muitos neurônios serotonérgicos estão localizados no tronco cerebral e se projetam para regiões subcorticais e corticais – áreas do cérebro ligadas à função cognitiva superior.
Evitando os antidepressivos
Agora os pesquisadores querem examinar como a indução dessa variabilidade cerebral influencia diferentes grupos de pacientes.
Eles estão particularmente esperançosos de que a comparação das alterações em pacientes que respondem ao tratamento antidepressivo e em pacientes que não mostram uma resposta clínica possa fornecer informações úteis.
Eles planejam testar se esse método poderia ser usado para prever melhor o resultado dos tratamentos, detectando os pacientes que têm chance de tirar proveito das drogas, evitando assim que pacientes que não terão proveito submetam-se aos muitos efeitos colaterais danosos dos antidepressivos.

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FONTE- www.diariodasaude.com.br

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