FERNANDO LOTTENBERG É O NOVO PRESIDENTE DA CONIB

O advogado Fernando Lottenberg, de São Paulo, foi eleito por aclamação presidente da Conib para o triênio 2014-2017, durante a 45ª Convenção Anual da Conib, realizada na capital paulista. Fernando é primo de Claudio Lottenberg, que deixa a direção da Conib após seis anos.

No evento, realizado no clube A Hebraica de São Paulo, a Conib e representantes das comunidades judaicas de 14 Estados apresentaram seus projetos e participaram de debates sobre a política brasileira e sobre o Oriente Médio, com a presença dos jornalistas Demétrio Magnoli, Mario Chimanovitch, Gerson Camarotti, Alon Feuerwerker e o professor de Relações Internacionais Heni Cukier. O embaixador de Israel, Reda Mansour, e o cônsul geral em São Paulo, Yoel Barnea, estiveram presentes.

Leia abaixo um resumo do discurso de posse de Fernando Lottenberg:

“Precisamos trabalhar com inteligência e determinação, aliando o idealismo ao pragmatismo. Cada vez mais o que acontece em Israel influencia a diáspora e as relações das comunidades judaicas com seus países e governos. Os conflitos nos quais Israel toma parte crescem em violência e em apelo midiático, sendo seguidos por atos de militância antissionista e antissemita ainda mais agressivos.

Temos um sólido comprometimento com a existência e a legitimidade do Estado de Israel – onde residem nossos amigos e familiares – e contra sua demonização que grupos ativistas promovem também por aqui, procurando trazer o conflito para cá, onde ele não deve ter lugar. A busca de soluções pacíficas, entre Israel e seus vizinhos, de outra parte, é algo que se faz a cada dia mais urgente e esforços nessa direção não devem ser poupados.

Apesar dos recentes ruídos, as relações do Brasil e dos brasileiros com Israel é historicamente muito boa, com cooperação bilateral importante. Isso propicia uma boa base de atuação e nos dá esperança quanto ao futuro. Trata-se de um esforço comunitário que precisa de sintonia fina e muita diplomacia.

A atuação política diante desses e outros desafios é fundamental. Por essa razão, prosseguiremos fortalecendo nossa atuação em Brasília, perante o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.

Hoje, 15 de novembro, comemoramos a Proclamação da República. O Brasil passa por uma fase democrática de quase três décadas, onde os governantes se sucedem por meio de eleições, a imprensa é livre e o Judiciário funciona. Saudamos a democracia brasileira e com ela temos um inarredável compromisso. É nas sociedades democráticas e livres que as comunidades judaicas têm se desenvolvido e prosperado.

As mesmas redes sociais e outras formas de comunicação onde somos atacados precisam ser cada vez mais usadas para nos defender e também para atrair e engajar a comunidade, em especial a juventude, difundindo toda a riqueza da vida comunitária, da cultura e da vida judaica no nosso país, para construirmos juntos o futuro.

Não queremos fazer o que outros já fazem – e fazem bem feito. Nossa função primordial é comunicar, articular e representar. E, com a contribuição de todos, elaborar e executar uma linha de representação estratégica e impactante, que traga resultados efetivos para a vida judaica no Brasil.

Formamos uma diretoria da Conib, aqui presente, com foco em representatividade, eficiência, diversidade e renovação. Precisamos estimular a vida comunitária e ter perto de nós, nessa missão, os melhores talentos de nossa comunidade, em suas várias gerações.

Estamos também ativando o Conselho Consultivo da Conib, composto por personalidade de nossa comunidade, entre intelectuais, patrocinadores, ex-presidentes, profissionais liberais e empresários. Ele será um órgão de orientação e formulação estratégica para a nossa atuação.

Gostaria de agradecer o apoio e a confiança de todos e pedir que sigam conosco nessa jornada que aqui começa. Temos muito a fazer. Vamos fazer juntos”.

NOVA DIRETORIA

Também tomou posse durante a convenção a nova diretoria da entidade.

O economista Gilberto Maktas Meiches é o 1º vice-presidente; o advogado Paulo Maltz, atual presidente da Federação Israelita do Rio de Janeiro, é o 2º vice-presidente. No cargo de Secretário-Geral, o economista Eduardo Wurzmann, sócio-fundador do Grupo Ibmec Educacional. O 2º secretário é o advogado Rony Vainzof, especialista em Direito Eletrônico. O engenheiro Paulo Gartner é o tesoureiro; Itche Vasserman, administrador de empresas, é o 2º tesoureiro. O advogado Octávio Aronis é o diretor de Segurança Institucional. O jornalista Sergio Malbergier, que trabalhou por quase 20 anos na Folha de S. Paulo, é o diretor de Comunicação. O psicólogo Sergio Napchan, especialista em desenvolvimento social e comunitário, é o diretor de Relações Institucionais. A economista Karen Sasson é a diretora-executiva.

Também fazem parte da diretoria o empresário Mario Adler, ex-presidente da Congregação Israelita Paulista; o administrador de empresas Boris Ber, ex-presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo; o advogado Mauricio Szporer, desembargador do Tribunal de Justiça da Bahia e ex-presidente da Sociedade Israelita da Bahia; o economista Daniel Matone, vice-presidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul; o administrador de empresas Julio Serson, empresário da área de hotelaria e turismo; o engenheiro Milton Seligman, ex-ministro da Justiça, ex-presidente do Incra; a terapeuta ocupacional Ruth Goldberg, especialista em Gestão e Empreendedorismo Social.

ORIENTE MÉDIO E BRASIL

Em painéis de altíssimo nível e grande participação dos participantes da convenção, foram debatidos a questão israelo-palestina, o panorama do Oriente Médio e a situação política brasileira.

Demétrio Magnoli mostrou de forma muito bem estruturada e elegante por que o antissionismo é a forma contemporânea do antissemitismo. Segundo ele, o antissionismo quer “extirpar direito de nação e cidadania, violando a Declaração Universal dos Direitos Humanos”. O sociólogo analisou as técnicas discursivas que visam deslegitimar Israel. Também afirmou que a negação dos direitos dos palestinos é uma postura simétrica ao antissionismo. Ele considera que a única opção possível para Israel é negociar com terroristas, desde que eles renunciem ao terrorismo.

Para o jornalista Mario Chimanovitch, o ovo da serpente [referência ao filme de Ingmar Bergman] não foi esmagado com a vitória dos Aliados na Segunda Guerra. “Ele tem novas crias hoje em todo o mundo; e na Europa, há décadas”. Chimanovitch apontou o número crescente de incidentes antissemitas na França, Inglaterra e Alemanha e afirmou que “Gaza despertou demônios antigos”. Magnoli alertou para a campanha de boicote a Israel, forte no exterior e chegando ao Brasil.

Para o professor e cientista político Heni Ozi Cukier, houve, com o final da Guerra Fria, uma degradação da ordem mundial, sobretudo após o 11 de setembro. Ele aponta duas forças contrárias hoje: a da ordem, por meio de ditaduras ou consolidação de Estados nacionais; e a da desordem, por meio da ascensão de micropoderes, facilitada por maior acesso à informação e mobilidade. Grupos pequenos, como a Al Qaeda, passam a ter projeto global. Com as mudanças no Oriente Médio, Cukier considera que o Irã é uma ameaça maior para os países do Golfo Pérsico que para Israel, e observa que já há um canal de comunicação entre estes países e Israel, ainda que de segundo nível. Os maiores desafios a Israel são, para ele, “o processo de deslegitimação, acelerado pelo conflito em Gaza, e a anarquia do Oriente Médio – quem controlará, por exemplo, a fronteira entre Síria e Israel?”.

O jornalista Gerson Camarotti, da GloboNews, debateu, com moderação de Alon Feuerwerker, a situação política brasileira. Entre os temas abordados, a campanha eleitoral, os desafios de Dilma Rousseff em seu segundo mandato, a crise na Petrobras, a política externa brasileira.

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Nancy Starobinas, Fernando Lottenberg, Gilberto Kassab,

Isa Sztamfater e Claudio Lottenberg

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O senador José Serra cumprimenta Fernando Lottenberg

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Marcelo Itagiba, Claudio Lottenberg, Jack Terpins, Walter Feldman

e Embaixador Reda Mansour

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 Ricardo Bekiensztat, Reda Mansour, Jayme Marcelo Blay

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Mona Dorf, Celso Lafer e Fernando Lottenberg

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Representantes das Federadas

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Glorinha Cohen e Marcelo Itagiba

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Laura Schejtman e Ivelise Strozberg

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Fábio Milman e Hermano Wrobel

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Deborah e Edgar Lagus

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Claudinha Praca, Walter Feldman e Jacques Cohen

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Claudio e Fernando Lottenberg

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Claudio Lottenberg homenageia a diretoria de sua gestão

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Céres Maltz Bin, Fernando Lottenberg e Helena Kelner

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Heni Cukie

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Gerson Camarotti

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Alon Feuerwerker

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Mario Fleck e cônsul Yoel Barnea

Fotos: Eliana Assumpção