CONHECER D’US EM TODOS OS ASPECTOS DA VIDA – DR. TALI LOEWENTHAL

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Um dos pontos que a festa de Sucot nos ensina é o de que todo aspecto da vida é potencialmente um meio de servir a D’us. Nós aprendemos isto da própria Sucá.


O ciclo de festas é relevante não só para a época em que um determinado evento aconteceu, mas para todo o ano. Cada festa nos ensina algo sobre como viver. Durante a festividade, nós aprendemos esta idéia ou somos lembrados dela. Então, durante os meses seguintes, nós podemos colocá-la em prática.

Um dos pontos que a festa de Sucot nos ensina é o de que todo aspecto da vida é potencialmente um meio de servir a D’us. Nós aprendemos isto da própria Sucá.

Há algumas áreas da atividade humana que parecem obviamente “sagradas”. Por exemplo, rezar. Uma pessoa se abstrai a si mesma de outras coisas acontecendo à sua volta, focaliza sua mente e seu coração em D’us, o Criador do Universo, e reza.

Por outro lado, comer, beber, conversar, enfim, as atividades comuns e simples da vida diária, geralmente parecem estar em uma categoria diferente. Nós somos pessoas físicas, com apetites e desejos. Se estivermos com fome, nós comemos, preferivelmente desfrutando a comida. É certo que não há nada muito espiritual nisto!

A própria Sucá nos ensina o contrário. O Mandamento Divino de residir em uma Sucá é muito espiritual. A Sucá não só representa mas é, ela própria, um domínio sagrado. Entretanto, nós cumprimos este mandamento entrando fisicamente na Sucá, com nossos corpos físicos, da cabeça aos pés, incluindo nossas roupas e até mesmo nossos sapatos… Enquanto estamos na Sucá, nós comemos, bebemos, falamos. E, com tudo isto, estaremos cumprindo, a todo o momento, um Mandamento Divino.

Isto nos ensina, pelo resto do ano e não somente durante Sucot, que todo detalhe da vida pode ser uma forma de servir a D’us.

O primeiro aspecto disto é que a ação deve ser permitida pela Torá. O fato de uma pessoa privar-se de comer algo por não ser kosher, santifica tudo mais o que a pessoa efetivamente come. Se algumas coisas são proibidas, existe um limite, e as coisas proibidas estão fora dele. Dentro dos limites, tudo é potencialmente sagrado.

Em um outro nível, está a forma com que fazemos as coisas. Nós podemos comer comida kosher, mas de uma maneira egoísta e egocêntrica. É uma tarefa de vida nos esforçarmos continuamente para nos tornarmos mais acolhedores e generosos, para incluir cada vez mais pessoas em nossos sagrados “limites”, cada vez mais convidados para a nossa Sucá espiritual que está conosco todo o ano.

O ensinamento da Sucá é o de que cada um de nós é capaz de servir a D’us não somente rezando e estudando a Torá, mas através de todo aspecto da vida. E, através destas atividades comuns, estaremos ajudando a atingir o objetivo Divino na Criação: transformar este mundo, com todos seus aspectos físicos e materiais, em uma moradia sagrada para a Divindade [1].

Referências:

1. Livremente baseado no “Likkutei Sichot” do Lubavitcher Rebbe vol. 9, 393.


DR. TALI LOEWENTHAL – Conferencista em Espiritualidade Judaica na University College London, diretor do Chabad Research Unit, Londres, autor do livro “Communicating the Infinite: The Emergence of the Chabad School” e um frequente contribuidor da seção de leituras semanais de Torá do site Chabad.org.

Tradutor: Moishe (a.k.a. Maurício) Klajnberg

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