RECONHECER AS BÊNÇÃOS – POR AKIM ROHULA NETO

287_life_3_1Todas as grandes lições são retiradas da experiência, seja ela alegre ou triste, prazerosa ou dolorosa. Somos ingênuos ao esperar nos livrarmos do trabalho para obtermos aquilo que queremos. Esse não é o mundo que nos foi legado.


Certa vez houve uma inundação em um vilarejo. Uma velha senhora ficou ilhada em sua casa enquanto a água subia do rio e tomava toda a vila. Foi enviada uma lancha para salvá-la, mas ela se recusou, disse que Deus a salvaria. Mais tarde, como a água continuou a subir foi enviado um helicóptero e ela novamente recusou, dizendo que Deus a salvaria. Por fim, a água subiu e a senhora morreu afogada. Chegando ao céu, ela foi brigar com Deus e perguntou porque ele não a salvou. Ele retrucou e disse: eu enviei uma lancha e um helicóptero, o que mais você queria?

É comum pedir algo à Deus. Paciência, fortuna, sorte, força são pedidos comuns. A questão é que essas preces não podem ser atendidas de uma maneira direta. Assim, quando se pede força, com certeza vamos receber algo para carregar, erguer ou sustentar, afim de nos tornarmos fortes.

Em tudo Ele existe. Logo tudo é uma benção. O problema é o olho que não vê. Todas as grandes lições são retiradas da experiência, seja ela alegre ou triste, prazerosa ou dolorosa. Somos ingênuos ao esperar nos livrarmos do trabalho para obtermos aquilo que queremos. Esse não é o mundo que nos foi legado.

Olhar para o mundo e ver nele possibilidades é importante. Ver nas possibilidades nosso trabalho é que concretiza os milagres. Em medicina o conceito de milagre é uma remissão completa de sintomas sem causa explicável. A remissão pode não ser explicável, mas o fato está ali. O corpo agiu, nada ocorre sem ação, sem o poder do trabalho que é o grande poder que o homem possui.

Olhe seus problemas, olhe as situações ao seu redor, Ele está ali. Suas preces estão ali. As formas podem lhe parecer estranhas, monstruosas até. Mas “monstro”, em latim, significa “aquele que mostra, revela”. O que nos parece monstruoso é apenas algo com o que não nos identificamos. O poder que desejamos ter, mas não nos sentimos fortes o suficiente, está escondido atrás das provas pelas quais temos que passar e não em uma aparição súbita de uma força inerte.

Olhe, aprecie, agradeça. Está tudo aí.


AKIM ROHULA NETO – Graduado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em Psicologia Corporal pelo Instituto Reichiano Psicologia Clínica e Centro de Estudos e em Programação Neurolingüística. Saiba mais.

akimrohula@gmail.com

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