EMANU-EL – A SINAGOGA MAIOR DE NOVA YORK – POR FELIPE DAIELLO
Os procedimentos litúrgicos se afastam dos excessos dos ortodoxos, o que diferencia até hoje essa sinagoga das demais de Nova Iorque.
A 5ª Avenida em Nova York, além das lojas de alto-luxo, a partir do Central Park, o trecho conhecido como Avenida dos Museus abre perspectivas novas para o turista que chega.
O Metropolitan, com sua coleção fantástica em qualidade e variedade, exige diversas visitas. O planejamento é essencial para melhor aproveitamento das visitas. Não se perca no cansaço dos pés.
O “New Museum”, além do acervo sobre a cultura germânica no início do século XX, apresenta a obra prima do pintor Gustav Klint. Considerado a Mona Lisa da Áustria, apresenta o retrato de Adela Block. A “Dama Dourada”, como ficou conhecida, atrai multidões de espectadores. Filme de Hollywood, “The Golden Dame”, ao apresentar a saga de recuperação da obra de arte confiscada pelos nazistas, desperta curiosidade mundial. Interessante rever o filme antes de visitar a galeria e encontrar outras pinturas de Klint no acervo. Vale o desvio.
Da mesma dimensão que a Catedral de St Patrick, bem na esquina da 65th Street, uma das maiores sinagogas do mundo, maior que a de Budapest, Emanu-EL exige apresentação e requer atenção redobrada.
Com a chegada de milhares de migrantes de fala germânica entre os anos de 1835 e 1855, congregação, para apoiar a maioria, sem recursos para sobrevivência, em ambiente hostil e com língua estranha, surge para ajudar os recém-chegados.
Com o tempo, a Congregação Emanu-El, se transforma em Sinagoga. Muitos outros templos foram etapas da passagem para a construção do prédio atual inaugurado em 1927.
Em função da característica dos hebreus que chegavam, a congregação inicia atuação de destaque nos Estados Unidos. Com caráter reformador, adapta os ritos judaicos ao modernismo da nova pátria, de Estados Unidos que ameaça atingir musculatura mundial.
Não é necessário usar Kippah para as preces, a separação de sexos é abolida, as famílias estão unidas, lado a lado nas orações e nas prédicas.
Os procedimentos litúrgicos se afastam dos excessos dos ortodoxos, o que diferencia até hoje essa sinagoga das demais de Nova Iorque.
O prédio, estilo neorromântico projeto dos arquitetos Clarence Stein, Robert Kohn e Charles Butler, se destaca pelos vitrais, pelos mosaicos e pelas portas em bronze com seus detalhes que recordam símbolos bíblicos e de tradição milenar. Não esqueça a acústica ressaltada durante os funerais de George Gershwin em 1937. A “Rhapsody em Blue” teve a sua apoteose.
A visita externa é obrigatória para o apressado turista que ainda precisa conhecer o Museu Guggenheim e mais além, já perto do Harlem, o Museu Hebraico de Nova York, com as memórias dos pioneiros que chegavam em busca se liberdade.
Deus esteja contigo, é a mensagem que resta quando nossa visita termina. A sinagoga atualmente agrega quase três mil famílias.
FELIPE DAIELLO – Autor de vários livros, dentre os quais “Palavras ao Vento” e ” A Viagem dos Bichos” – Editora AGE – Saiba mais.
daiello@mrpost.net – www.daiello.com.br